Blog do Mario Magalhaes

Sabatina de Alexandre de Moraes: nota de Humberto Costa e resposta do blog
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Mário Magalhães

Documento do Senado mostra que Humberto Costa resolveu deixar a CCJ seis dias antes da sabatina

 

A assessoria de comunicação do senador Humberto Costa (PT-PE) enviou a seguinte nota ao blog:

''Com referência à nota (http://blogdomariomagalhaes.blogosfera.uol.com.br/2017/02/21/as-ultimas-do-pt/), queremos registrar que um senador não é diretamente suplente de outro, mas do partido ou do bloco de que faz parte.

Independentemente disso, esclarecemos que o senador Humberto Costa (PT-PE) NÃO INTEGRA a CCJ do Senado, seja como titular, seja como suplente.

Abaixo, você pode conferir a composição da comissão no site do próprio Senado.

https://legis.senado.leg.br/comissoes/composicao_comissao?codcol=34

Qualquer dúvida, estamos à disposição.

Atenciosamente,

Assessoria de Comunicação do Senador Humberto Costa''

*

A nota a que a assessoria se refere é ''As últimas do PT''.

A referência explícita a Humberto Costa se baseia em informação do ''Painel'', reproduzida acima da nota.

Diz o blog: ''[…] O senador petista Jorge Viana, integrante da CCJ, não está presente. Viajou. Poderia ser substituído pelo suplente Humberto Costa, seu correligionário. Costa também foi para o exterior''.

Nem Viana nem Costa participam da sabatina de Alexandre de Moraes, criticado com veemência pelo PT, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Está correta a informação de que Viana ''poderia ser substituído pelo suplente Humberto Costa, seu correligionário''.

Porque Costa era suplente até seis dias atrás, e deixou esta condição por vontade própria, às vésperas da sabatina com o escolhido por Michel Temer para integrar o Supremo Tribunal Federal.

No dia 8, Humberto Costa havia sido designado membro suplente da CCJ, como informa documento oficial do Senado reproduzido acima (para ler na íntegra, clique aqui).

A CCJ foi instalada em 9 de fevereiro, com Humberto Costa na qualidade de suplente, indicado pelo Bloco Parlamentar da Resistência Democrática.

No dia 14, foi marcada para hoje (21) a sabatina com Alexandre de Moraes.

Um dia depois, nem um a mais, 15 de fevereiro, ''o senador Humberto Costa deixa de compor a comissão'', também conforme o documento do Senado.

Em suma, ele poderia sabatinar Moraes se não tivesse renunciado à CCJ há menos de uma semana. Era suplente e segue sendo correligionário de Jorge Viana.

O blog indagou à assessoria do senador o motivo da saída.

*

Eis a resposta:

''O senador pediu sua saída da Comissão por duas razões:

– Tinha a missão oficial a Israel já programada desde 2016 com o governo e o parlamento daquele país. Em razão disso, abriu mão da vaga de suplente para que outro senador o substituísse no posto que ocupava;

– Pretende assumir vaga como titular, além da CRE e da CAE, da Comissão de Fiscalização e Controle, motivo pelo qual tinha de abrir mão em favor de outro senador de um dos postos que ocupava''.

*

Comentário do blog:

Se Humberto Costa tinha planos de assumir vaga em outras comissões do Senado, por que aceitou integrar a CCJ?

O senador disse em 7 de fevereiro: ''Mais grave ainda é o fato de que no STF ele [Moraes] vai ajudar a decidir o futuro dos acusados pela operação Lava Jato. Muitos desses terão sido seus colegas de governo, e muitos deles mergulhados nas acusações. Alexandre de Moraes passará por uma sabatina neste Congresso. [A indicação dele] Se confirmada, deporá contra o Senado e deporá contra o Supremo Tribunal Federal''.

Se a indicação de Alexandre de Moraes é tão grave, por que Humberto Costa, líder da oposição no Senado, não permaneceu no país? Sem menosprezar sua agenda de viagem, o que há mais importante no exterior?

Constatação relevante: está correta a informação de que, se o senador quisesse, estaria participando da sabatina como integrante da CCJ.

Preferiu abandoná-la e viajar.

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O ministro que se confundiu com um prêmio, por Alexandra Lucas Coelho
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Mário Magalhães

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Roberto Freire, ministro da Cultura – Foto Sérgio Lima/Folhapress

 

Além de esplêndida escriba, a jornalista portuguesa Alexandra Lucas Coelho pensa bem que só.

É de autoria dela o comentário mais inspirado que eu li sobre o surto de truculência do representante do Estado brasileiro, Roberto Freire, contra o artista e cidadão Raduan Nassar.

Alexandra deu o toque: ''Claro que o ministro sumirá da história e a obra do premiado fica, enquanto houver alguma forma de livro no planeta. Para os livros de Raduan Nassar é indiferente o que passou na sexta. Mas a nós, contemporâneos, importa, sim, que um membro do poder político abuse do cargo, confundindo, distorcendo e agredindo um criador como Raduan, protagonista único da cerimónia, que lhe devia merecer, no mínimo, silêncio. Não cabe ao ministro aprovar ou reprovar o discurso do premiado, não lhe cabe responder. Tal como não é preciso alguém estar de acordo com Raduan politicamente para entender como foi absurdo o que se passou. O prémio não é deste governo, é patrocinado por dois Estados, e atribuído por um júri. A sua aceitação nunca deverá implicar um discurso bem-agradecido. Um ministro da Cultura que veja os criadores como estando ao serviço não entendeu nada''.

Para ler a íntegra do artigo, publicado no jornal ''Público'', basta clicar aqui.

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As últimas do PT
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Mário Magalhães

''Painel'', na ''Folha'', 21.02.2017

 

O PT tem vociferado contra a indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal.

Deixando o mérito da opinião para lá, era de se esperar que o partido se preocupasse com a sabatina de Moraes, recém-iniciada, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Mas o senador petista Jorge Viana, integrante da CCJ, não está presente. Viajou.

Poderia ser substituído pelo suplente Humberto Costa, seu correligionário. Costa também foi para o exterior.

No Rio, depois de o PT trombetear oposição à privatização da Cedae, um dos seus cinco deputados estaduais, André Ceciliano, votou a favor dela.

E o PT ainda pensa que o inferno são só os outros.

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Crivella chia, enquanto 75% dos deputados do PRB votam pela venda da Cedae
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Mário Magalhães

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Crivella é do PRB, que votou em maioria pró-venda da Cedae – Foto Custodio Coimbra/Ag. O Globo

 

Há cheiro de discurso para a galera na bronca do prefeito do Rio com a privatização da Cedae, aprovada ontem pela Assembleia Legislativa.

Marcelo Crivella afirma que, se a prefeitura não for ''ouvida'', pode não conceder licença para a empresa de águas e esgotos operar no município.

Mais: especula criar uma empresa municipal para assumir esses serviços.

Na sexta-feira, o prefeito havia dito num almoço: ''O governador Pezão, espremido pela situação do Estado, tem que aceitar uma imposição do governo federal, o que não diz respeito aos nossos interesses. Por quê? Nós não sabemos se essas ações serão vendidas para uma empresa francesa, americana ou inglesa, que virá aqui para explorar bens que, para nós, são fundamentais. Quanto isso vai custar? Será que teremos 100% dos nossos lares atendidos com boa água e esgotos coletados e tratados? Porque isso para nós é fundamental. A Cedae não é uma empresa deficitária, está tendo lucro. O Rio de Janeiro paga um pouco mais pelos serviços. Poderíamos pagar menos se tivéssemos uma concessão''.

Com toda essa combatividade e preocupação com o patrimônio público, Crivella espera marcar pontos com os cariocas contrários à liquidação da Cedae _eles não são poucos.

Só que precisa explicar por que três dos quatro deputados estaduais do seu partido, o PRB, votaram pela venda da Cedae.

São eles: Tia Ju, Benedito Alves e Carlos Macedo. O deputado Wagner Montes votou contra.

Crivella não é peixe pequeno no PRB do Estado.

É seu principal nome.

Fala uma coisa, e seus correligionários fazem outra.

Estranho, não?

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A suruba de Jucá e a síndrome dos Mamonas
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Mário Magalhães

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Romero Jucá, líder do governo Temer no Congresso – Foto Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

O senador Romero Jucá, líder do governo Michel Temer no Congresso, está furioso.

O peemedebista se opõe à possibilidade de o Supremo Tribunal Federal interpretar a lei restringindo o alcance do foro privilegiado a políticos.

O Caju da planilha da Odebrecht ameaça retaliar, restringindo o foro privilegiado também a magistrados e integrantes do Ministério Público.

O senador é o autor da Lei Jucá, aquela que determina ''estancar essa sangria'', ou poupar os investigados pela Lava Jato.

Alguém ainda se surpreende com as armações de Jucá e sua turma pró-impunidade?

O senador bravateou, em declaração ao ''Broadcast Político'': ''Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada''.

Demagogia. A suruba de Jucá é aquela cantada no ''Vira-Vira'' dos Mamonas Assassinas: ''Neste raio de suruba, já me passaram a mão na bunda, e eu ainda não comi ninguém''.

O pessoal da impunidade não se cansa de passar a mão na bunda dos brasileiros.

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Palavras malditas (24): marca gol
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Mário Magalhães

Máquina de escrever de meados dos anos 1960 – Reprodução “The New York Times''

 

A fratura de um ossinho do pé direito do Gabriel Jesus e a seca do Neymar têm impedido a goleada de cacófatos noticiando que o craque do Manchester City ou o do Barcelona “marca gol”. Basta ler alto as duas palavras para reparar, se ainda não reparou, na nova palavra criada com os sons da última sílaba de “marca” e da primeira e única de “gol”.

Como ensina o Houaiss, cacófato é o “som feio, desagradável, impróprio ou com sentido equívoco, produzido pela união dos sons de duas ou mais palavras vizinhas”. E “palavra ou expressão obscena, ridícula ou fora de contexto, formada pela sílaba final de uma palavra e pela inicial da seguinte”.

Mais ou menos manjados, esses encontros indesejáveis sempre estão à espreita. “Marca gol” é vexame costumeiro, como “boca dela”. Outro dia escrevi que alguém “havia dado”, e o tropeço vulgar não escapou ao olhar atento do jornalista e escritor Ronaldo Bressane.

Há cacófato proposital, que busca a graça. Feito o de um sucesso dos Originais do Samba, com os versos “Estou apaixonado, apaixonado estou/ Pela dona do primeiro andar/ Pela dona do primeiro andar”. O mote é a peladona.

Há casos em que, flagrados no vacilo, escribas alegam que tiveram a intenção de cometer o que habitualmente é interpretado como crime contra a língua portuguesa. Socorrem-se de um soneto do Camões, que a seu modo autorizaria os cacófatos: “Alma minha gentil, que te partiste…”.

Se a “maminha” da lavra do Camões é controversa, há construções carentes de defensores, como “por cada”. E outras que incomodam poucos e talvez sejam absolvidas pelos gramáticos. “Por razão” me parece mau gosto, por motivo óbvio. “Nunca quis” evoca fruta, uma das minhas prediletas.

No jornalismo, era mais fácil evitar cacófatos quando a edição era necessariamente processo coletivo, com o texto lido por mais de um profissional antes de ser publicado. Hoje é comum o autor colocar no ar, sem nenhum crivo alheio, o que escreveu. Revisores, ainda bem, sobrevivem em editoras de livros. Nas redações, são espécie em extinção ou extinta, ao lado dos laboratoristas fotográficos.

Além dos “marca gol” da vida, existe outra bobeada que aflige quem vive de escrever: a falta ou excesso de letra que muda, e põe mudar, o sentido da palavra. Tal engano, outrora, era erro de composição. Agora, é de digitação.

Muito tempo atrás, a Folha publicou um “Erramos” antológico informando que o sobrenome do maestro Eleazar de Carvalho se escrevia assim. Na edição corrigida, sumira o vê. Pior foi quando, anos mais tarde, a mancada se repetiu. Só que o personagem era uma empresária. Eu era então o ombudsman do jornal, e não esqueço a observação de uma leitora: acho que vocês quiseram mandar um recado malicioso…

Perigo maior é a rua Bulhões Carvalho, na meiuca entre Copacabana e Ipanema. Maior porque são dois. Não à toa a rua é conhecida como quase-quase.

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Os 3,7% pró-Temer presidente expressam a rejeição às ‘reformas’ e armações
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Mário Magalhães

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Michel Temer: nenhum candidato abaixo dele na pesquisa CNT/MDA – Foto Pedro Ladeira/Folhapress

 

Ninguém aparece tão mal quanto Michel Temer na pesquisa sobre a eleição presidencial de 2018 encomendada à MDA pela Confederação Nacional dos Transportes e divulgada nesta semana.

Luiz Inácio Lula da Silva lidera com sobras em todos os cenários do primeiro e do segundo turnos. Concorrendo com candidatos manjados, como ele, tem 30,5% da intenção de voto. Seguem-no Marina Silva (11,8%), Jair Bolsonaro (11,3%), Aécio Neves (10,1%) e Ciro Gomes (5%). Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, Marina, Bolsonaro e Aécio se igualam em segundo lugar.

Em segundo turno, o ex-presidente superaria a ex-senadora por 38,9% a 27,4%.

Também venceria Aécio Neves, 39,7% a 27,5%.

Como se saiu Temer, favorecido por adulação e vassalagem cotidianas?

Amargou a lanterninha. No cotejo com Lula, Marina, Bolsonaro e Aécio, colheu humilhantes 3,7%.

Seria o antagonista mais fraco, quase café com leite, para Lula em mata-mata derradeiro: 42,9% para o petista e 19% para o peemedebista.

Em quatro meses, a aprovação ao governo Temer caiu de 14,6% para 10,3%.

É ilusão supor que a ridícula disposição de voto em Temer decorra somente dos seus modos afetados, que uns supõem charmosos e a muitos incomodam como expressão de pedantismo.

É claro que contribui a condição de presidente ilegítimo, que ocupou o lugar da presidente eleita nas urnas e contra a qual não recaem acusações de roubalheira _a despeito do desastroso segundo mandato de Dilma Rousseff.

A aversão a Temer é agravada pela proposta de mudança na Previdência. Ninguém de bom senso rejeita reformar o sistema previdenciário. O problema é que a agenda do governo tira demais dos assalariados e dos mais pobres num país de desigualdade pornográfica.

Como acontece com a dita reforma trabalhista, que protege os patrões e sacrifica a maioria dos trabalhadores.

Por maior que seja a tentativa de lavagem cerebral, alardeando os ''bons números'' da economia, as estatísticas que ressaltam são as do regresso de milhões à pobreza, do ingresso de milhões no time dos desempregados, do arrocho impiedoso (os tais ''ajustes'') que maltrata a saúde e a educação.

Não é secundário o empenho bandeiroso de Temer e sua turma para assegurar a impunidade dos investigados pela operação Lava Jato. Foi para ''estancar essa sangria'', nos termos da Lei Jucá, que transferiram o vice para o Planalto.

As ''reformas'' contra quem menos tem e as armações para salvar ladrões de dinheiro público deram nisso: nem quatro em cada cem eleitores sufragariam hoje o nome do presidente Michel Temer para… presidente.

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Anatomia da humilhação: o dia em que as gambiarras destruíram o Barcelona
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Mário Magalhães

Messi, ou o boneco de cera que entrou em campo – Foto Christian Hartmann/Reuters

 

A humilhação do Barcelona com os 4 a 0 impostos pelo soberbo futebol do Paris Saint-Germain não é contraditória com o que o time catalão vinha jogando. Acumulavam-se indícios da iminência de um revés acachapante. A equipe não engrena no campeonato espanhol, onde o Real Madrid sobra. Tem de se esforçar demais na Copa do Rei contra alguns antagonistas que não são lá essas coisas. Não convence, não entusiasma. Vinha sendo resgatada pelos três atacantes. Como o futebol é esporte coletivo, o talento de Messi, Neymar e Suárez não basta diante de escretes que somam talento e eficiência, como ontem o PSG e por muito tempo o Barça.

O time treinado por Luis Enrique não tem tronco, isto é, meio-campo. Vá lá, tem, mas lento e protocolar. Quem mais se ressente da decadência do setor onde um dia imperou Xavi Hernández não é o ataque, e sim a defesa, desprotegida e desesperada. André Gomes, contratado há pouco, não rende o que se esperava. Seja pela direita ou pela esquerda. De novo, o técnico o escalou ontem, deixando Rakitic no banco. A birra do treinador com o croata talvez um dia seja explicada. Sem condições físicas decentes, Iniesta foi jogado às feras em Paris. Busquets, que já não vem em grande fase, ficou tontinho, errando passes que nem nas divisões de base errava.

Luis Enrique e o Barça desdenharam Daniel Alves, o melhor lateral direito do mundo. O baiano mudou-se para a Juventus, e sua falta castiga. Sergi Roberto, o titular da terça-feira pela Champions, é dono de boa técnica, mas não aprendeu a defender. Embora a experiência tenha fracassado, insistiram. Aleix Vidal, depois de começo sofrível, melhorou. Mas lhe quebraram ossos dias antes da viagem para a França. Pela direita da defesa catalã, o time do treineiro basco Unai Emery deitou e rolou. O alemão Julian Draxler se consagrou por ali, num partidaço. Para agravar a inépcia defensiva de Sergi Roberto, o entrosamento dele com André Gomes inexiste. Os dois não dão liga.

É difícil julgar a zaga do Barcelona, abandonada à própria sorte pelos meias e pela fragilidade defensiva dos laterais _inclusive Alba, cujas virtudes inegáveis aparecem mais à frente. Mas Umtiti falha demais e Piqué já viveu dias mais felizes (ao menos em campo). As defesas de Ter Stegen impediram que o fiasco fosse mais aviltante.

O caráter coletivo do futebol foi reafirmado ontem pela pífia atuação dos atacantes, com exceção do valente Neymar. A bola não chegava a eles, ou chegava quadrada. Suárez não a viu. Messi pareceu representado por um boneco de cera. Como não havia equipe, mas um bando, Neymar tentou jogadas individuais, arrancando e driblando. Aos dois minutos de partida obteve um cartão amarelo para um volante, que não precisou mais bater para parar os visitantes.

São frequentes as notícias de desacertos entre Luis Enrique e muitos jogadores, a começar por Messi. No passado, fizeram um pacto para deixar para lá as antipatias e conquistaram a Champions. Agora, aparentemente não há mais jeito. Busquets chutou o pau da barraca: o Barcelona foi superado também taticamente.

E foi mesmo, com o futebol solidário, bonito e rápido do PSG. É verdade que Di María (o Barça se negou a pagar por ele o que pagou por André Gomes), Cavani, Draxler, Verratti, Matuidi, Marquinhos e companhia deram aula. Mas não se pode minimizar a capacidade de Emery de identificar as carências recorrentes do Barça. O time que ensinou o mundo a sair jogando com a bola nos pés se borra todo com a marcação adiantada dos adversários. Qualquer timeco do planeta, quando a pelota está com o goleiro, abre os zagueiros, recua dois meias, tudo para oferecer opções de passe. O time de Luis Enrique não domina mais esse recurso. Desaprendeu. Voltou no tempo.

É impossível o Barcelona enfiar quatro ou cinco no jogo da volta? Não, mas quase. Para se recuperar, precisa fazer tudo diferente do que fez em Paris e do que vem fazendo.

Sem deixar de providenciar mudanças para a próxima temporada, do técnico ao elenco. Não só na defesa e no meio. No ataque igualmente, para dar mais descansos aos três que costumam jogar direto.

Sergio Roberto de lateral é gambiarra.

André Gomes no meio tem sido.

Idem Iniesta, quando não recuperado de contusão.

Luis Enrique? Virou gambiarra.

O futebol agradece ao show do PSG.

E ao Barça também, mas não a este, e sim ao de tempos atrás.

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