Blog do Mario Magalhaes

Arquivo : maio 2013

Na sexta, governo entregou o Maracanã à Fifa e anunciou que o estádio estava “pronto”; no domingo, as obras continuavam…
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Mário Magalhães

( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )

Uma semana antes da inauguração do “novo” Maracanã, as obras continuavam ontem, como podia constatar quem passava do lado de fora do estádio. As seleções de Brasil e Inglaterra se enfrentam em amistoso no próximo domingo.

Ontem de manhã, eu lera em “O Globo” que na sexta-feira a Fifa recebera o Maracanã oficialmente. Cobrada sobre a reforma _ou reconstrução_ não concluída, a Secretaria Estadual de Obras Públicas respondeu ao jornal: “O Maracanã está pronto, e as estruturas temporárias já estão sendo instaladas pela Fifa”.

No começo da tarde, passei pelo local. As fotografias feitas pela combativa equipe familiar de reportagem de dentro do nosso carro mostram a verdade.

Para não dizer que não falei de flores: a estátua do Bellini, defronte ao estádio, segue belíssima. Reparem que ao fundo há alguns operários, prova de que as obras não terminaram.


Entenda como jogará o Barça com a chegada de Neymar
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Mário Magalhães

Neymar chora antes de seu jogo de despedida do Santos, contra o Flamengo – Foto Sergio Lima/Folhapress

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Curto e grosso, entenda como o Barcelona jogará com Neymar, a não ser que o técnico Tito Vilanova implemente alguma novidade pouco provável.

Neymar terá como base a esquerda do ataque, posição que Villa ocupou no último título europeu da equipe. É possível que Villa deixe o clube. Nos últimos meses, a fim de abrir espaço para Cesc Fabregas na meia esquerda, Iniesta ficou na ponta.

Messi seguirá no centro do ataque, o tal “falso 9”. Na extrema direita ofensiva, a disputa será entre Alexis e Pedro, caso os dois permaneçam na Catalunha. Nenhum dos dois brilhou na temporada 2012-2013.

Até segunda ordem, se a idade não pesar demais, Xavi continua na meia direita. O único volante, no centro, será Busquets. E o meia-esquerda, Iniesta.

Goleiro: assumirá um novo contratado, substituto de Valdés, que resolveu partir, um ano antes do término do contrato.

Lateral direita: se Daniel Alves não for embora, o lugar será dele. Caso contrário, do jovem Montoya.

Zaga: Piqué está assegurado. Como Puyol, em recuperação de lesão, já alcançou idade provecta, o Barcelona contratará um zagueiro para desembarcar como titular. Mascherano segue na reserva.

Lateral esquerda: continua Alba.

A escalação provável para 2013-2014: Novo goleiro; Daniel Alves, Piqué, novo zagueiro e Alba; Xavi, Busquets e Iniesta; Alexis (ou Pedro), Messi e Neymar.

É mole?


Mesmo jogando bem, Flamengo colhe o pior resultado entre os cariocas na estreia
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Mário Magalhães

O estreante Moreno carrega a bola no primeiro jogo do time na competição; ao fundo, Elias – Foto do site oficial do Flamengo

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Na média, foi boa a estreia das quatro equipes cariocas no Campeonato Brasileiro.

Em casa, o Vasco superou meses de depressão e derrotou a Portuguesa por 1 a 0. Tudo bem que a Lusa pareça vocacionada para o rebaixamento, mas o limitado elenco vascaíno merece celebrar o começo com vitória. O mérito principal é de Paulo Autuori, o excelente técnico que se impôs um desafio com pinta de roubada: melhorar uma equipe muito fraca.

Só com reservas, a fim de poupar os titulares para o mata-mata de quarta-feira pela Libertadores, o Fluminense impôs 2 a 1 ao Atlético-PR. O atual campeão nacional atuou como mandante. Além de descansar o time principal, a opção de Abel pelos suplentes impede que se arrastem em campo jogadores com a cabeça longe dali, pensando em outra competição. Quem entra quer mostrar serviço. Se eu fosse o treinador do Flu, Rafael Sóbis seria titular (no lugar do Rhayner).

O Botafogo poderia ter vencido ou perdido para o Corinthians no Pacaembu, que não seria nenhum absurdo. O empate em 1 a 1, em viagem, diante do campeão mundial, tem de ser valorizado. Veremos o efeito, contra adversários de porte, de não ter mais o seu estádio para receber as partidas. No Campeonato Estadual, o Engenhão não fez falta, mas agora a parada é mais dura.

Ao contrário do que indica o placar miserável de 0 a 0, o Flamengo jogou bem contra o Santos, no confronto que passou à história como a despedida de Neymar do clube da Vila. O novo estádio Mané Garrincha, em Brasília, registrou a maior renda da história do país. O problema foi a rigorosa incapacidade rubro-negra de concluir com eficiência. O melhor foi o goleiro santista Rafael, o que evidencia o domínio do Fla e as numerosas chances de gol.

Abertos pelos flancos, Rafinha (na esquerda) e, sobretudo, Gabriel (pela direita) não se saíram mal. Hernane não esteve nos melhores dias, e Marcelo Moreno o substituiu com mais vigor. Continuo achando que a escalação dos dois atacantes juntos aumentaria o poder de fogo. Quem iria para o banco? Pelo que se viu ontem, Renato Abreu.

Entre os clubes do Rio, o Flamengo inicia mais embaixo na tabela. Demonstrou que evoluiu no período intensivo de treinamentos coordenado por Jorginho. Já, já veremos até onde pode ir.


Hoje, missa para Cecília
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Mário Magalhães

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Como informa o convite publicado no jornal “O Globo”, acontece hoje no começo da noite, no Rio, a missa de sétimo dia em memória de Cecília Viveiros de Castro. Sua morte, aos 89 anos, foi praticamente ignorada pela imprensa. Ela era um personagem marcante na história de combate à ditadura que vigorou no Brasil de 1964 a 85.

Em janeiro de 1971, Cecília foi levada para o DOI-Codi do I Exército, no Rio, junto com o deputado cassado Rubens Paiva. Lá, ouviu os gritos do amigo na tortura. Depois, corajosamente, a ex-presa política e mãe de exilado viria a denunciar o que testemunhou. Rubens Paiva foi assassinado naquela dependência do Exército. Até hoje é um “desaparecido político”.

No país da impunidade, os assassinos do ex-deputado e responsáveis pelo sumiço do seu corpo ainda não foram punidos.

Nunca é tarde para fazer justiça.


Ou o FBI virou uma polícia de Sucupira ou suas desculpas nunca foram tão esfarrapadas. Dá para acreditar em sua última versão?
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Mário Magalhães

Identificado como Ibragim Todashev, este homem teria sido morto pelo FBI – Foto Orange County Corrections Department/AP

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O FBI, a Polícia Federal norte-americana comandada quase meio século pelo legendário J. Edgar Hoover, saiu-se ontem com mais uma história enrolada.

De acordo com a corporação, um agente seu matou a tiros um suspeito de participar do ataque à maratona de Boston. O atentado com explosivos tirou a vida de três pessoas, no dia 15 de abril.

O FBI alega que o suspeito, identificado como Ibragim Todashev, seria um lutador de MMA que teria partido para cima dos policiais que o interrogavam em casa.

Como o FBI teria procurado um lutador de MMA _teria de saber disso_ sem força suficiente para imobilizá-lo, em caso de reação?

Se ignorava que se tratava de um lutador, é de um vexame escandaloso.

Caso soubesse e o tivesse interrogado com efetivo limitado, também seria atitude estúpida.

Se matou um suspeito que poderia ter imobilizado, mais que estupidez, houve crime.

E se o sujeito tivesse mesmo algo a ver com atentados terroristas, sua eliminação física prejudicou a investigação sobre a covardia criminosa em Boston e outros episódios.

Difícil acreditar na versão do FBI, apresentada nesta reportagem. Cheiro de cascata no ar.

A não ser que a PF dos EUA tenha virado uma polícia de Sucupira, a cidade fictícia e bagunçada criada por Dias Gomes em “O bem amado”. Para falar a verdade, acho que nem polícia Sucupira tinha.

(P.S.: no Twitter, Roberto Pereira lembra que Sucupira tinha polícia, sim. A delegada era vivida pela grande atriz Zilka Salaberry.)


Cerebral, Flu foi melhor do que sugere o 0 a 0; se mantiver aplicação, terá boas chances de ir à semifinal
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Mário Magalhães

Aos 4 minutos, Silva defende chute de Leandro Euzébio à queima-roupa – Foto de Ricardo Moraes/Reuters

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Leandro Euzébio quase marcou, bem como Jean, Rhayner e Sóbis.

Longe deles, na área do Fluminense, o goleiro Cavalieri não fez uma só defesa merecedora de registro.

Seu time jogou muito mais do que o Olimpia na primeira partida entre as duas equipes pelas quartas-de-final da Libertadores, em São Januário.

O empate sem gols é enganador do que foi o jogo.

A retranca paraguaia foi efetiva, a considerar o fato de que o goleiro Silva não foi vazado. Mas poderia ter sido, porque apesar do ferrolho oponente o Fluminense criou oportunidades numerosas, isso que a bola nunca chegou redonda para uma só conclusão de Fred.

A pregação de Abel sobre a importância de não levar gol em casa poderia indicar seu time excessivamente postado na defesa. Não foi o que se viu, com o Flu buscando sempre o ataque. Mas a determinação tática foi impressionante, impedindo o visitante de finalizar com perigo.

A equipe foi cerebral, aplicando o plano do técnico, mas não ficou atrás. O resultado é que vitória simples ou qualquer empate com gols em Assunção, na semana que vem, levará o Fluminense à semifinal (em caso de igualdade em pontos e saldo de gols, triunfa quem marca mais gols fora). Só não pode perder. Novo 0 a 0 provoca decisão em pênaltis.

Como o Olimpia certamente sairá mais para o ataque, jogadores rápidos como Wellington Nem e Rhayner terão mais espaços para jogar e, sobretudo, contra-atacar.

No fim da partida de ontem, os jogadores do Olimpia se abraçaram, e os do Flu saíram frustrados. Não deveriam, pois chegam fortes para o confronto de volta. Não será fácil, como sabe quem já esteve no caldeirão do Defensores del Chaco, mas as chances são boas.


Mulheres de areia, por Daniel Kfouri
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Mário Magalhães

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Eu seria um hipócrita consumado se dissesse não saber o que é mais bonito: o mar, a arquitetura do asfalto, a areia contrastando com os bronzeados, as nuvens pictóricas, o horizonte ou as garotas jogando altinho, tudo na praia de Copacabana _são elas, claro.

Mas tudo é incrivelmente espetacular no ensaio que o fotógrafo Daniel Kfouri fez dois meses atrás aqui no Rio, em um dia de março sem as águas fechando o verão.

Qualquer hora, alguma galeria de arte mais esperta vai expor esse trabalho. Sim, porque é arte o que Daniel produziu.

Curiosidade 1: a jogadora da segunda foto é Paula Morais, namorada de Ronaldo Fenômeno.

Curiosidade 2: no horário mais movimentado da praia, o altinho (bate-bola sem deixá-la tocar na areia) só é permitido perto do calçadão. Como a norma nem sempre é respeitada, tem havido confusão.

Com 19 fotografias, o ensaio “Mulheres de areia” pode ser visto aqui.


Hernane e Moreno juntos, a melhor aposta para o Flamengo
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Mário Magalhães

Marcelo Moreno, principal contratação do Flamengo para o Brasileiro – Fotos Alexandre Vidal/Fla Imagem

Artilheiro do Flamengo em 2013, Hernane pode ser barrado do time

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Ignoro o que anda pela cabeça de Jorginho, mas pelo que tenho lido e ouvido há boas chances de Marcelo Moreno, novo contratado, barrar Hernane, o artilheiro do Flamengo na temporada.

Se eu fosse o técnico, em vez de subtrair, com um atacante afastando o outro, eu somaria, escalando os dois. Se não desse certo, aí, sim, partiria para outra.

O elenco da equipe é modesto. Tanto que Moreno, que não joga essa bola toda, chega do Grêmio com estatuto de grande contratação para o Campeonato Brasileiro. Muito justo que jogue.

Mas por que barrar o jogador que, embora não demonstre maiores intimidades com a pelota, tem salvado o time tantas vezes, acumulando gols?

Não seria difícil armar o ataque. Bastaria posicionar um mais enfiado, e recuar o outro, do lado oposto ao de Rafinha. Seria otimizar os recursos humanos, diria um administrador.

Melhoraria ainda mais caso viesse a se confirmar a substituição de Amaral por Luiz Antônio, muito mais técnico, como volante.

Anuncia-se recorde nacional de renda na estreia do Flamengo no Brasileiro, contra o Santos, no estádio Mané Garrincha, do Distrito Federal. Para os rubro-negros, seria bom ver Moreno e Hernane juntos em campo no domingo.

 


Há 50 anos, os bondes se despediam da zona sul do Rio
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Mário Magalhães

“Correio da Manhã”, 21 de maio de 1963 – Fonte: Biblioteca Nacional

“Última Hora” (Rio), 21 de maio de 1963 – Fonte: Arquivo Público do Estado de São Paulo

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À zero hora do dia 21 de maio de 1963, há meio século cravado, a zona sul carioca deixou de ser servida pelo transporte de bondes. Todos os veículos que ainda operavam nessa área do Rio foram transferidos para linhas da zona norte e da região central da cidade.

O jornal “Correio da Manhã” entrevistou o motorneiro (motorista) e o condutor (cobrador) que fizeram a última viagem da Linha 1 – Avenida, da Companhia de Ferro–Carris Jardim Botânico. O bonde tinha o número 1725.

A grande mudança que expulsou para sempre os bondes da zona sul e os expulsaria de toda a cidade, com exceção de Santa Tereza, foi a expansão das empresas de ônibus.

Hoje o Jardim Botânico tem o trânsito infernal, bem como outros bairros da zona sul e boa parte do Rio e cercanias. Talvez, se os bondes não tivessem sido exterminados, o transporte coletivo funcionasse melhor.

Para quem quiser ler a matéria do “Correio da Manhã”, com a história dos bondes desde a segunda metade do século 19, basta clicar aqui e ir à página 17.


Qual a melhor capa sobre o adeus de Mourinho?
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Mário Magalhães

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Os jornais esportivos impressos da Espanha se esmeraram para produzir primeiras páginas de impacto sobre a saída do técnico José Mourinho, depois de três anos mais de derrotas do que de vitórias no Real Madrid.

As manchetes dos jornais pró-Real Madrid nesta terça-feira:

o “As” usou o título de uma peça de Shakespeare: “Muito barulho por nada”;

o “Marca” brincou com o apelido de Mourinho nos tempos de Inglaterra, “The special one”. O título foi “The Special End”.

Dos jornais pró-Barça (dois deles com chamada para Neymar na capa):

“Sport”: “Pela porta dos fundos”;

“Mundo Deportivo”: “Fim de ciclo”;

“El 9”, com o célebre encerramento de desenho animado: “That’s all Folks!” ou “Isso é tudo, pessoal!”.

Qual a melhor? Eu ficaria com a manchete de sentido dúbio do portal do “El 9”, editado em catalão: “Gràcies per tot, Mou”. À primeira vista, o presidente do Madrid, Florentino Pérez, agradece ao português pelos serviços prestados. Porém, tanto quanto o gênio da raça Pep Guardiola, ex-técnico do Barcelona, o fanfarrão e excelente treinador Mourinho acabou por ser um dos maiores motivadores do Barça nas temporadas em que pouco venceu pelo Real Madrid. É isso aí, os blaugranas têm mesmo que agradecer: “Obrigado por tudo, Mou”.