Blog do Mario Magalhaes

Arquivo : outubro 2014

Nojo
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Mário Magalhães

O erro, grave, da ensaísta e jornalista norte-americana Janet Malcolm foi generalizar.

Uma descomunal injustiça com tanta gente decente e admirável no nosso ofício.

Mas que o jornalismo teima em valorizar a abertura do livro “O jornalista e o assassino”, da colega Malcolm, ah, isso teima:

“Qualquer jornalista que não seja demasiado obtuso ou cheio de si para perceber o que está acontecendo sabe que o que ele faz é moralmente indefensável”.

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Rico vota em Aécio, e pobre em Dilma (calma, gente: quem diz é o Datafolha)
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Mário Magalhães

blog - ricos e pobre datafolha

 

 

Rico vota em Aécio, pobre vota em Dilma.

Calma, pessoal: não se trata de uma palavra de ordem, mas de constatação do Datafolha, como mostra o gráfico acima, publicado na “Folha”.

Os números da pesquisa divulgada ontem dão verniz científico ao que se vê nas ruas _quanto mais bacana o carrão, maior é a chance de carregar o adesivo de um candidato, e não de uma candidata.

O Datafolha identificou a “pirâmide social do voto, em porcentagem das intenções de votos válidos, distribuídos segundo a classe social”.

Como foram determinadas as classes? Cruzando “informações sobre escolaridade, renda e bens de consumo duráveis, como TV e geladeira. Votos brancos, nulos e indecisos não foram considerados”.

Eis o peso das cinco “classes” no eleitorado: alta 7%, média alta 24%, média intermediária 31%, média baixa 14% e excluídos 25% (os arredondamentos fazem com que a soma dê 101%).

Descobriu-se que, de cada três entrevistados de classe “alta”, no topo da escala, dois votam no tucano.

De cada três “excluídos”, no pé, dois preferem a petista.

Para o bem e para o mal, era este o retrato do Brasil ontem.

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Há 80 anos, antifascistas expulsaram a extrema direita da praça da Sé
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Mário Magalhães

Outro repeteco de post publicado meses atrás, para lembrar, pois o esquecimento é amigo da barbárie.

Oitenta anos neste mês de outubro de 2014.

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Em outubro de 1934, integralistas como os da foto acima foram corridos do Centro de São Paulo

Em outubro de 1934, integralistas como os da foto acima foram corridos do Centro de São Paulo

 

História: além de efemérides como os cem anos do começo da Guerra Mundial, os 60 do suicídio de Getulio Vargas e os 50 do golpe de Estado que depôs João Goulart, 2014 marca o aniversário de oito décadas do episódio que se tornou célebre como Batalha da Praça da Sé.

Em 7 de outubro de 1934, o Centro paulistano se transformou em palco de combate entre integralistas (os fascistoides brasileiros) e antifascistas, que os expulsaram.

Há cinco anos, recapitulei o entrevero, na reportagem “Sangue na praça da Sé”, publicada na “Folha de S. Paulo”.

Ei-la, na íntegra:

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Sangue na praça da Sé

“A batalha durou mais de meia hora”, datilografou o escritor Plínio Salgado. “O conflito durou seguramente uma hora”, cronometrou o jornal “A Offensiva”, que o próprio Plínio, chefe da AIB (Ação Integralista Brasileira), dirigia no Rio. O jornalista Mário Pedrosa ouviu de um camarada húngaro: “Foram quatro horas de ditadura do proletariado”.

Aos 95 anos de idade, Sara de Mello não se lembra do tempo por que a refrega se arrastou, mas recorda a frase do amigo Miguelzinho ao vê-la remexendo o bolso do casaco pouco antes do confronto: “Passa essa arma para cá”.

“Que arma nada”, ela conta ter respondido. “É a minha mão que está aí dentro.” Ao contrário de companheiras como a atriz Lélia Abramo, Sara não ganhou revólver e recebeu ordem para se plantar na confluência da praça da Sé com a rua Direita, no centro de São Paulo.

“Anauê”

Naquela “tarde funesta e luminosa” de 7 de outubro de 1934, como a descreveu o escritor Paulo Emílio Sales Gomes, logo se deflagraria o que se conheceria como Batalha da Praça da Sé: seis mortos e ao menos três dezenas de feridos graves no embate entre antifascistas e integralistas.

Os integralistas representavam a extrema direita, defensora de nacionalismo renhido, família, igreja e propriedade privada. Mimetizando fascistas italianos e nazistas alemães, formavam milícias, vestiam uniforme (verde) e proclamavam saudações (“Anauê”). No porvir, negariam identidade com os europeus.

Os antifascistas agregavam uma miríade de organizações de esquerda que viviam às turras entre si: stalinistas do Partido Comunista, trotsquistas da Liga Comunista Internacionalista, socialistas, anarquistas, sindicatos e adeptos de Miguel Costa, líder de rebeliões da década de 1920 -e pai de Miguelzinho, o amigo de Sara.

Para aquele domingo de 75 anos atrás, a AIB marcou uma celebração pelo segundo aniversário do Manifesto Integralista. Levou 10 mil seguidores, conforme cálculos de fontes diversas, à Sé e aos arredores.

Seus inimigos interpretaram a iniciativa como demonstração de força inspirada na marcha sobre Roma, ofensiva fascista de 1922 que impulsionou Mussolini ao poder. Mobilizaram-se para barrá-la.

Polícia rachada

O vínculo com a Itália fazia sentido também para um liberal, o magnata do jornalismo Assis Chateaubriand. Testemunha acidental -ele se escondeu em prédios da Sé para se proteger do fogo-, Chatô disse ter assistido em 1920, em Milão, a cena “absolutamente idêntica”: luta de rua entre fascistas e comunistas.

Abaladas pela crise econômica, as democracias liberais pareciam naufragar nos anos 1930. Demorariam a recuperar o leme da história. Os extremos alargavam influência.

Em julho de 1934, Getulio Vargas, de bom convívio com os camisas verdes, se transformara em presidente constitucional eleito pelo Congresso.

Na praça da Sé, como reflexo da polarização política, tomaram partido até os membros do aparato de segurança escalados para garantir a lei.

Os agentes das delegacias de ordem política e social combateram a tiros os antifascistas. Soldados da Força Pública dispararam contra integralistas.

A ação militar da esquerda foi coordenada por João Cabanas, antigo tenente da Força Pública. Ele dispôs atiradores em prédios da praça, notadamente o Santa Helena. Demolido em 1971, o palacete deu nome ao grupo de artistas que ali pintavam, como Alfredo Volpi.

Outros militantes armados fincaram posição nas esquinas, aguardando as milícias que se concentravam na avenida Brigadeiro Luiz Antônio. Um deles era Joaquim Câmara Ferreira, que em 1970 seria morto pela ditadura militar.

Por volta das 15h15, ecoou a primeira saraivada de tiros sobre os integralistas. Sobreveio outra. Não chegavam a mil os partidários de Plínio já na Sé.

Os milicianos da AIB reagiram e descarregaram armas contra os antifascistas. Enquanto balas zuniam, o comunista Hermínio Sacchetta e o trotsquista Fúlvio Abramo, jornalistas, discursavam.

Filiados à AIB fugiam e deixavam as camisas pelo caminho, temendo serem reconhecidos e agredidos. Sara assistia à debandada. “Pensei que eles teriam coragem de resistir.”

O humorista Barão de Itararé gracejou com o apelido galinhas verdes, pelo qual detratores maldiziam direitistas: “Um integralista não corre; voa”.

Somando quem perdeu a vida na praça e nos dias seguintes, noticiaram-se seis mortes -dois agentes da polícia política, um guarda civil, dois integralistas e um comunista.

Foi ferido o trotsquista Mário Pedrosa, no futuro um prestigioso crítico de artes plásticas e o filiado número 1 do PT.

Espírita e comunista

Nos três quartos de século seguintes, a batalha da praça da Sé foi objeto de outra contenda, a de balanço histórico.

Integralistas, como o jurista Miguel Reale, rejeitaram a qualificação de “batalha”, preferindo “tocaia” esquerdista.

“Tocaia é o que foi feito”, defende o editor Gumercindo Rocha Dórea, 85. “Os integralistas saíram desbaratados. Não fizeram o desfile.” Integralista desde a infância, ele mantém as convicções. Ocorre que Plínio Salgado empregou três vezes a palavra “batalha” em artigo acerca do episódio.

Alguns integralistas sustentaram que a AIB não carregava armas. Por exemplo, Goffredo Teles Junior, que viria a migrar para a esquerda.

Mas o médico Ruy Escorel Ferreira-Santos, àquela altura camisa verde, testemunhou em suas memórias: “Muitos tínhamos armas e quero crer que, com mais razão, portassem-nas a chamada tropa de choque”.

Certa historiografia identifica Plínio avesso ao antissemitismo de outro prócer da AIB, Gustavo Barroso, presidente da Academia Brasileira de Letras em 1932, 33 e 50.

Sobrinho de Plínio, o advogado Genésio Pereira Filho, 89, afirma: “O pensamento integralista era antinazista. Os nazistas eram materialistas, ateus e racistas. O pensamento de Plínio Salgado era exatamente o contrário disso”.

“Eles estão contra nós”

No texto a respeito da batalha, Plínio revelou-se: “Declarei solenemente a guerra contra o judaísmo organizado. É o judeu o autor de tudo. (…) Fomos agora atacados, dentro de São Paulo, por uma horda de assassinos, manobrados por intelectuais covardes e judeus. Lituanos, polacos, russos, todos semitas, estão contra nós”.

A judia Sara de Mello -seu sobrenome de solteira é Becker, do pai lituano- lembra-se de companheiros de jornada como Noé Gertel, então acadêmico de direito, e Eduardo Maffei, à época formando de medicina.

Em seu livro “A Batalha da Praça da Sé”, Maffei assinalou: “Barramos o caminho ao fascismo no seu aspecto mais sanguinário”. Os integralistas reencontraram os antifascistas em novas manifestações, até serem postos -como os oponentes haviam sido- na ilegalidade, em 1937.

Nenhum remanescente da AIB soube indicar, vivo, correligionário veterano do entrevero de 34.

Sara diz que seus companheiros se foram -com exceção dela, Dórea e Pereira Filho, os citados nesta reportagem já morreram.

A caminho da praça da Sé, ela conversava com o estudante Décio Pinto de Oliveira, que morreria baleado. Ambos integravam a Juventude Comunista -Sara pensa hoje como antes. Seu amigo era também espírita. Ele disse a Sara que, se o matassem, reencarnaria para enfrentar os integralistas.


Tragédia e farsa: da direita à esquerda, imprensa fritou Getulio em 1954
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Mário Magalhães

 

Cortejo fúnebre de Getulio na praia do Flamengo, 25.ago.1954 – CPDOC/AnC

 

Há 60 anos: da direita à esquerda, imprensa pediu cabeça de Getulio em 1954

(Publicado em 6 de agosto de 2014)

Nesta semana, o atentado contra Carlos Lacerda completa 60 anos. O jornalista e opositor, mais opositor que jornalista, foi baleado em 5 de agosto de 1954, quando um guarda-costas seu foi morto. Dezenove dias mais tarde, o presidente Getulio Vargas sofreu um golpe de Estado e se suicidou.

Há dois olhares recorrentes sobre Getulio (assim o povo o chamava) ou Vargas (o tratamento dos adversários).

Um o reconhece exclusivamente como o governante golpista, que introduziu uma ditadura feroz, flertou com o nazifascismo, entregou a alemã-judia-comunista-grávida Olga Benario para Hitler e cuja polícia torturou e matou (o jovem revolucionário Carlos Marighella apanhou dos beleguins getulistas por 21 dias consecutivos, em 1936).

Outro apaga da memória os crimes de Getulio Vargas, para incensá-lo como o presidente eleito pelo voto popular em 1950 e em cujas gestões os trabalhadores obtiveram grandes conquistas. O presidente derrubado por golpistas e mártir dos pobres.

É claro que ele foi isso tudo, combinando em si o santo e o diabo, a depender dos valores que cada observador da história cultiva.

Das lições de agosto de 1954 _uma conspiração contra Getulio, a democracia e o Brasil_, a contribuição da imprensa para o atentado à Constituição foi das mais relevantes.

Outra lição decorre da união da direita (Lacerda à frente) e do então ultra-esquerdista PCB (pregava a luta armada contra o presidente eleito e adorado pelo povão) para depor o chefe de governo constitucional: quando a direita e a esquerda se juntam, é sempre para alegria da direita. Por exemplo, em 2013, quando alguns segmentos de ambas as correntes batalharam para expulsar partidos políticos de manifestações populares.

No ano passado, publiquei aqui no blog um levantamento sobre o comportamento da imprensa na crise de 1954. Reproduzo-o, abaixo, com o texto atualizado.

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Existe um livro chamado “Em agosto, Getulio ficou só”. Nunca o li, mas sempre apreciei o título bem bolado.

No próximo dia 24 de agosto, o suicídio do presidente Getulio Dornelles Vargas completa 60 anos. A visita à imprensa da época evidencia que, se dependesse do radicalizado ambiente jornalístico, o gaudério de São Borja não teria mesmo como escapar. Ele foi deposto de madrugada, na forma de uma “licença”. Ao se matar, de manhãzinha, impediu os militares de assumirem diretamente o governo. Com o sacrifício, atrasou o golpe de Estado em dez anos.

Com muitas publicações levando para a internet suas coleções, e a Biblioteca Nacional botando no ar parte de sua hemeroteca, ficou mais fácil consultar os velhos jornais. Eles confirmam que o presidente sufragado pelo voto popular em 1950 estava acossado pela direita, principalmente, mas também pela esquerda.

Além da “Última Hora”, financiada pelo Palácio do Catete, então sede da Presidência, o “Jornal do Brasil” se opôs à iminente virada de mesa institucional. Não deveriam estar sozinhos, como um levantamento mais vasto demonstrará, mas quase.

As primeiras páginas abaixo são dos matutinos, em 24 de agosto de 1954, e dos vespertinos, na véspera. Isto é, as derradeiras edições antes do anúncio do tiro no peito. Nem todos os links, que permitem ler o jornal inteiro, têm acesso livre.

Não encontrei na hemeroteca digital, ainda incompleta, a “Tribuna da Imprensa”, propriedade de Carlos Lacerda, opositor obstinado. O site da Biblioteca Nacional demora anos-luz para baixar as imagens. Minha assinatura venceu, e não pude ir além da primeira página de “O Estado de S. Paulo”.

O jornal mais panfletário foi o “Diário Carioca”, que saiu com o minieditorial “Reú, renúncia, rua”. A demissão do presidente seria “exigência da consciência nacional ante a vergonha nacional e internacional a que o governo dos Vargas arrastou o Brasil”:

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Detalhe da primeira página do “Diário Carioca”:

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O Globo” também deu editorial pedindo a cabeça de Getulio. Ofereceu duas opções: “por um ato de sua livre vontade” ou “sob coação das circunstâncias”. Em caso de derrubada, o Brasil continuaria na condição de “um estado juridicamente constituído”:

 

O “Diário da Noite” pertencia à rede do magnata Assis Chateaubriand. Fiel escudeiro de Chatô, o jornalista Austregesilo de Athayde pontificou, em sua coluna: haveria “podridão do governo” e “negociatas do chefe da Guarda Pessoal” do presidente. Aconselhou interferência militar: “Atentem nesse índice a opinião e as Forças Armadas, a fim de ajuizarem corretamente a anarquia moral em que se encontra submerso o país”:

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Na polarização da Guerra Fria, os três diários mencionados estavam ao lado dos Estados Unidos. Porém, a “Imprensa Popular” (li em arquivo físico da Universidade Estadual Paulista), pró-União Soviética, também conclamou pela derrubada de Getulio. Ou seja, pelo golpe. Na manhã de 24 de agosto, o jornal republicou uma entrevista do principal líder comunista, Luiz Carlos Prestes. Seu partido, então banido, editava a “IP”. Embora denunciasse “os golpistas” em geral, Prestes defendeu, mimetizando Lacerda, “pôr abaixo o governo Vargas”:

 

Os paulistanos “Folha da Manhã” e “Folha da Noite” noticiaram os movimentos do presidente e as ações dos conspiradores golpistas, mas não tomaram posição explícita, pelo menos que eu tenha reparado:

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Como era seu padrão, “O Estado de S. Paulo”, histórico contendor de Getulio Vargas, dedicou a primeira página ao noticiário internacional:

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No Rio, o “Jornal do Brasil” também tinha suas idiossincrasias, reservando quase toda a capa para anúncios de arrumadeiras, copeiras, choferes e jardineiros. Foi a única publicação consultada com a informação da queda de Getulio, mas não da morte. Fechou depois das cinco da manhã. A manchete: “Renunciou o presidente da República”. Não havia renunciado, mas havia fogo sob a fumaça. Em editorial, o “JB” se opôs à deposição, porque inexistia “conhecimentos dos fatos”, sobre o atentado contra Carlos Lacerda no começo do mês. Sem conhecê-los, seria temerário opinar acerca de “quaisquer das soluções de natureza constitucional que as crises imponham”. Jamais se provou que Getulio soubesse do plano contra Lacerda:

 

Na internet, só encontrei a “Última Hora” em um trabalho acadêmico. A manchete histórica: “Só morto sairei do Catete!”. No dia seguinte, o jornal estampou: “O presidente cumpriu a palavra: ‘Só morto sairei do Catete!’”:

 

Se permitem um pitaco, são legítimas todas as apreciações sobre Getulio Vargas e seu legado, que estamos conhecendo melhor com a trilogia de fôlego que o jornalista Lira Neto vem publicando, pela Companhia das Letras (acaba de ser lançado o terceiro volume, relativo ao período 1945-54). Mas o aspecto central em 1954 é o golpe de Estado contra um presidente constitucional.

Getulio não era mais o ditador da quadra 1930-34 e 1937-45, em tantos ângulos deplorável ou mesmo asqueroso. Era um governante eleito pelo povo. Sua derrubada fez mal ao país, que desprestigiou a democracia. E aos trabalhadores, cujas conquistas haviam se acumulado na administração democrática do presidente que saiu da vida para entrar na história.


A cara das campanhas: Aécio mostra Rosamaria Murtinho; Dilma vai de Emicida
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Mário Magalhães

Rosamaria Murtinho é uma das mais talentosas atrizes brasileiras (e é casada com um dos maiores talentos, Mauro Mendonça, que eu já vi no palco).

Emicida também é brilhante, um dos nossos rappers mais criativos.

Portanto, a comparação abaixo não se refere à grandeza dos artistas. Cada um na sua, ambos são grandes.

Nesta quarta-feira, o programa noturno de Aécio Neves (PSDB) na TV exibiu Rosamaria Murtinho elogiando o tucano.

O de Dilma Rousseff (PT) mostrou Emicida discursando a favor da petista.

Qualquer marqueteiro de botequim sabe a imagem que cada cabo eleitoral sugere.

Numa eleição renhida, detalhes podem fazer a diferença.

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‘JN’ mostra Richard Nixon renunciando; em seguida, Nixon brilha no Maracanã
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Mário Magalhães

Nos entroncamentos delirantes da história, desses que parecem efeitos de ácido até para quem nunca provou um, deu-se uma coincidência na noite desta quarta-feira.

O “Jornal Nacional” mostrou Richard Nixon (1913-1994) anunciando a renúncia à Casa Branca. A velha cena foi exibida na reportagem sobre a morte do jornalista Ben Bradlee (1921-2014), que comandava a redação do “Washington Post” quando o diário norte-americano investigou e revelou as armações que levaram à queda do presidente.

O republicano renunciou em 1974.

Quarenta anos mais tarde, e minutos depois do boa noite no “JN”, um atacante do Flamengo fez jogada espetacular pela ponta esquerda que resultou em gol de Gabriel: 1 a 0 para o Flamengo contra o Inter, no Maracanã. O novo Gabigol anotaria outro, fechando o placar.

O nome do atacante: Nixon.

Mais precisamente, prenome.

Por inteiro, Nixon Darlanio Reis Cardoso.

Baiano de Juazeiro, nascido em 1992.

O nome do pai dele? Nixon, também.

Ignoro que motivações adubaram a safra nixoniana nacional.

No comecinho da década de 1960, Richard Nixon enfrentou John Kennedy (1917-1963) na eleição presidencial dos EUA. O democrata levou, e foi morto num atentado durante o mandato.

Em 2013 houve um Fla-Flu no qual Nixon defendeu o rubro-negro e o garoto Kennedy, o tricolor. Este foi batizado em homenagem a um irmão de John.

No clássico do ano passado, o time de Nixon levou a melhor sobre o de Kennedy, 3 a 2.

Estripulias da história.

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Exclusivo: Luciana Genro (PSOL) vota no pai, Tarso (PT), para governo do RS
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Mário Magalhães

A ex-deputada Luciana Genro, candidata derrotada do PSOL à Presidência, vai votar no pai, Tarso Genro (PT),  no segundo turno da eleição para governador do Rio Grande do Sul. O favorito na disputa é José Ivo Sartori (PMDB).

Assim Luciana acaba de se pronunciar ao blog: “Um voto de filha para pai. E porque o PMDB não é nem será uma alternativa para melhorar a vida do povo”.

O que pode parecer a atitude mais natural não é: Luciana é adversária política de Tarso, o atual governador gaúcho, desde que a dirigente do PSOL deixou o PT.

Na corrida presidencial, o PSOL não tomou partido nem de Dilma nem de Aécio, embora defenda nenhum voto para o tucano _as opções são a petista, voto branco e voto nulo.

Luciana não revelou como votará para o Planalto.

No Rio Grande, o PSOL também não chancelou nenhum finalista do segundo turno, como afirmou nota da agremiação: “Não nos restam dúvidas de que nenhuma das duas candidaturas nos representa, e mais, é preciso retomar as mobilizações e preparar-se para lutar para defender nossos direitos, seja qual for o próximo governador”.

O candidato do partido ao Palácio Piratini, no primeiro turno, foi Roberto Robaina.

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