Blog do Mario Magalhaes

Arquivo : junho 2014

Exuberantes versus pragmáticos
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Mário Magalhães

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Goleada da Alemanha sobre a Argélia?

Qual nada!

No jogão, jogaço, jogaço-aço-aço recém-encerrado no Beira-Rio, os argelinos poderiam ter vencido, mas sucumbiram por 2 a 1, gols de Schürrle, Özil e Djabou, os três na prorrogação.

A equipe do técnico Joachim Löw não chega a ser uma propaganda enganosa, pois permanece forte candidata a levar a Copa.

Mas seus 4 a 0 contra Portugal na estreia deram a impressão de haver uma Alemáquina, que contudo enguiçou e não reeditou o desempenho espetacular.

A escalação de dois zagueiros como laterais, somando quatro zagueiros de origem, limita as opções ofensivas do time.

Pior ainda, constatou-se hoje, quando Özil está muito mal (o gol não o redime) e Müller não se cansa de desperdiçar chances (mas ele deu o passe para o tento de Schürrle).

A Alemanha é pragmática. Hoje parecia anestesiada, chegou a ser envolvida pela valente e comovente seleção argelina, mas, com rematado sentido prático, foi repetindo os movimentos, até conseguir melhorar e se impor pela qualidade técnica de muitos dos seus jogadores.

Se a Alemanha é pragmatismo, o futebol mais exuberante da Copa, até agora, foi o da França.

Como no começo da tarde, no Mané Garrincha, quando conseguiu dominar a Nigéria no segundo tempo, até vencer por 2 a 0.

O meio-campo com Cabaye, Pogba e Matuidi, mais recuados, e Valbuena, grudado nos dois atacantes, confunde diabolicamente os adversários.

Os franceses não ganharam seus quatro jogos (poupando titulares, empataram com o Equador), ao contrário de Colômbia e Holanda.

Mas em seus melhores momentos exibiram um jogo vistoso e eficiente, muito melhor do que esperavam até em seu país.

Alemanha e França têm tudo para fazer um tremendo mata-mata nas quartas-de-final.

Prognóstico?

Estou fora.


Aloysio, o vice de Aécio, foi guerrilheiro importante na ALN de Marighella
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Mário Magalhães

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O senador Aloysio Nunes Ferreira Filho, anunciado hoje como candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves, foi um militante importante da Ação Libertadora Nacional.

A ALN foi a maior organização armada no combate à ditadura instaurada no Brasil em 1964. Seus líderes eram o ex-deputado Carlos Marighella, fuzilado em 1969, e o jornalista Joaquim Câmara Ferreira, morto na tortura em 1970.

O jovem Aloysio migrou do Partido Comunista Brasileiro, do qual Marighella havia sido um dos dirigentes, para a ALN.

Universitário, presidiu o prestigiado Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP.

Na célebre instituição de ensino do Largo São Francisco, estudaram mais de dez guerrilheiros da ALN que integraram grupos de fogo comandados por um técnico em mecânica (Marcos Antonio Braz de Carvalho) e um operário (Virgílio Gomes da Silva).

Aloysio é mencionado em sete páginas do meu livro “Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo” (Companhia das Letras).

É impossível conhecer a trajetória do senador ignorando seus tempos de luta armada, quando seu nome de guerra mais usual foi “Mateus”.

Ele participou em agosto de 1968 do legendário assalto ao trem pagador Santos-Jundiaí. Dirigiu um dos carros em que os guerrilheiros que entraram no trem fugiram em seguida. Portava uma carabina. Coube a Aloysio levar o dinheiro arrecadado, como conto em detalhes na biografia de Marighella.

Era com Aloysio que Marighella viajava quando soube que o congresso da União Nacional dos Estudantes havia sido descoberto em Ibiúna (SP), resultando em centenas de presos.

Outra função de Aloysio era transportar Marighella _o líder da ALN não sabia dirigir.

Até hoje seus detratores pensam desqualificá-lo apresentando-o  como “o motorista de Marighella”.

Em outubro de 1968, Aloysio esteve na ação que resultou no roubo de um carro-pagador da Massey Ferguson.

Em 1969, Aloysio mudou-se para Paris, onde se transformou no principal quadro da logística da ALN na Europa.

Na década de 1970, ele regressou para o PCB, do qual sairia para o PMDB e, mais tarde, para o PSDB, partido no qual milita hoje.

O senador considera que a guerrilha foi um erro.

Mas nunca se declarou “arrependido” das lutas que travou contra a ditadura.

Que eu saiba, há ex-militantes da ALN em oito agremiações: PT (a maioria expressiva), PSDB, PDT, PSB, PV, PSOL, PPS e PTB.

Dilma Rousseff, que postula a reeleição, militou em organizações guerrilheiras, mas não na ALN.

A presidente e seus companheiros afirmam que a jovem Dilma não participou de ações armadas, versão reforçada pela documentação histórica conhecida.


Perguntar não ofende: e se o Brasil for campeão jogando mal?
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Mário Magalhães

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Entenda-se por jogar mal um futebol que não encante, mais deprima que empolgue, crie poucas chances, não aproveite as melhores, abra mão da bola, ofereça generosamente ao adversário oportunidades _não aproveitadas_ de vencer.

O Brasil poderia conquistar o hexa nessas circunstâncias, embora seja óbvio que o título estará mais perto quanto melhor a equipe atuar no restante da Copa.

Mas que é uma possibilidade, é.

Dos campeões que eu vi ao vivo ou de longe, a Itália de 2006 foi o mais chumbrega.

Difícil, contudo, dizer que tenha jogado mal.

Mesmo o pessoal que torce o nariz para a seleção tetra em 94 não a rejeita por “jogar mal”.

No sábado, a equipe de Felipão foi dominada em muitos momentos pelo Chile. Poderia ter se despedido (sido despedida) da competição, mas venceu nos pênaltis.

É bom que melhore contra a Colômbia, contudo a ideia de que não pode prosseguir se não embalar com futebol melhor é falsa.

Na hipótese de o Brasil levantar a taça com futebol meia-boca, seria o caso de rejeitar esse time tão lutador?

Evidentemente que não.

Mas, para os amantes do futebol, seria frustrante.


Holanda 2 x 1 México: Copa do Mundo, onde os fracos não têm vez
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Mário Magalhães

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Aos 2 min do segundo tempo, Giovani dos Santos abriu o placar para o México, 1 a 0 sobre a Holanda vestida de laranja da camisa às meias.

Até então, sua seleção reduzia a placebo a tática holandesa do contra-ataque.

O calor no Castelão, no jogo iniciado às 13h, castigava ambas as equipes. Houve duas interrupções para os jogadores se hidratarem.

No Ceará, ao contrário do que supõem os não iniciados, a metáfora indicada é a busca por um lugar à sombra, e não ao sol.

Giovani, em um ótimo Mundial, incluindo seus dois gols mal anulados na estreia, foi retirado aos 15 minutos da segunda etapa. Ele atuava à frente, e em seu lugar entrou Aquino, mais recuado.

O México quis assumir a bula do contra-ataque e chamou os holandeses.

Ignorou a contraindicação, o perigo de ser golpeado até o nocaute.

A opção mexicana pusilânime rendeu muitas chances aos europeus, que enfim foram à luta, passando de dois para três atacantes.

Até Sneijder empatar aos 42 min, no rebote de um escanteio.

Quando parecia que assistiríamos a nova prorrogação, Rafa Márquez fez pênalti duvidoso em Robben, aos 46 min _mas no primeiro tempo o holandês sofrera penal claro não assinalado pelo árbitro Pedro Proença.

Huntelaar, que substituíra Van Persie no segundo tempo, converteu aos 48 min e classificou sua seleção às quartas-de-final.

Time valente!

O México fazia uma grande Copa, até o treinador Miguel Herrera recuar sua equipe em excesso, apesar do ingresso de Chicharito na etapa derradeira.

Em Copa do Mundo, pesa muito a camisa.

Miguel Herrera fez um belo trabalho, mas errou ao permitir o sufoco de um adversário que tem os craques Sneijder e Robben.

Seria emocionante o México alcançar as quartas.

Mas, em Copa, os fracos não tem vez: faltou coragem para seguir marcando a Holanda em seu campo, pressionando para tomar a bola perto do gol oponente.

Na hora decisiva, o México foi fraco.

Que pena.


Meninos, eu vi: aqui no Mineirão, um povo anistiou seu herói
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Mário Magalhães

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Em meio a hits do Skank e do Michael Jackson, e antes de os alto-falantes tocarem “aquela música do filme ‘Meu Malvado Favorito 2′”, o Mineirão ouviu a voz de Lulu Santos cantando “Assim Caminha a Humanidade”.

As caixas ecoaram:

Ainda vai levar um tempo

Pra fechar o que feriu por dentro

Natural que seja assim

Tanto pra você

Quanto pra mim.

Eram 11h, e a delegação brasileira só chegaria ao estádio meia hora mais tarde.

Portanto, Júlio César não ouviu a linda canção de Lulu.

O goleiro fora demonizado na Copa de 2010 com um dos malvados (não) favoritos da torcida nacional, atrás somente de Felipe Melo, o vilão tresloucado.

Poucos se lembraram de que Júlio não falhou sozinho no gol fatal holandês. Ele caiu em depressão, os clubes europeus o desprezaram, e a antiga revelação rubro-negra acabou num time canadense. Para a Copa em casa, Felipão e Parreira apostaram nele.

Às 12h11, quando Júlio César e seus companheiros de posição desgraçada, os que batalham “onde a grama não cresce”, entraram em campo para se aquecer, provavelmente ele não avistou um cartaz entre os poucos milhares de torcedores chilenos aqui: “Mineirazo: Hoy hacemos historia”.

Se a equipe de Alexis Sánchez fizesse história eliminando o Brasil, sucumbiria o sonho de Júlio César de dar a volta por cima.

Os três goleiros foram saudados pelo público: “O campeão voltou, o campeão voltou…”.

Alguns poucos torcedores do Atlético tentaram puxar o coro: “Puta que pariu, é o melhor goleiro do Brasil: Vítor!”.

Sendo ou não, o coro em prol do reserva da seleção não pegou.

O goleiro chileno Bravo pisou no gramado às 12h16 e saudou seus compatriotas nas arquibancadas.

Com exercícios na grande área que aparece à esquerda na transmissão da TV, os brasileiros aceleravam. Então, às 12h23, eles pararam.

Graças ao convite de um amigo generoso, eu estava na terceira fila grudada ao campo, na altura da marca do pênalti e no lado oposto ao dos bancos de suplentes. Tuitei em menos de 140 toques o que acabara de ver:

“Em tuas mãos: no aquecimento, Vítor se aproxima de Júlio César e lhe conta, apontando com um dedo, os segredos do gramado do Mineirão”.

Quando o telão e o locutor anunciaram as escalações, o brasileiro mais aplaudido foi Neymar. Em seguida, na escala de decibéis, equivaleram-se David Luiz, Fernandinho e Fred. Foi pelo menos o que eu ouvi.

Felipão, que afiançara o desacreditado Júlio César, foi muito aplaudido. Certamente, não por esse motivo.

Com o sol da uma da tarde, o prejuízo inicial foi do arqueiro do Brasil, virado para a luz mais intensa e cegante.

Pouco depois de David Luiz abrir o placar, aos 17 min, Bravo reuniu seus companheiros. Conferenciou, orientou, motivou.

O chileno se preparava para bater os tiros-de-meta, e uma parcela da torcida mostrava que aprendeu a provocação trazida pelos mexicanos, brindando-o com um sonoro “puto!”.

No empate chileno, aos 31 min, o gol de Sánchez foi rebatido com gritos de “Brasil!”.

Breves, como quase sempre, com uma audiência sem calça puída de frequentar os velhos estádios de futebol _ou, vá lá, as novas arenas.

Logo escutei um resmungo de um espectador contra Júlio César.

No intervalo, como antes do jogo, o gramado foi regado. É ótimo para a bola correr. Mas não sei se os goleiros aprovam a medida ou a julgam temerária.

Como eu não paro de fazer anotações, mais por vício que por virtude, dois sujeitos com a camisa do Brasil me peitaram, indagando se sou olheiro. Queriam dizer espião de outra seleção. Não respondi, e eles deram de ombros: “Se fosse, a gente ia rasgar tudo”.

Uma das poucas desvantagens de ver futebol no estádio ocorre em momentos como o dos 9 min do segundo tempo. O árbitro Howard Webb anulou um gol de Hulk, e eu não soube se o inglês acertou ou nos garfou.

Lance controverso, o telão não o repetiu.

O bis só é exibido quando serve para referendar o árbitro, como no gol legal de David Luiz.

Não demoraria para o meu pai telefonar e chamar o juiz de “um tremendo sem-vergonha”.

Uma filha também ligou, porém disse ter ficado na dúvida.

Sim, amigos, o celular, incluindo o 3G, funcionou muito bem. Num estádio belíssimo, de assombrar a quem, como eu, já cobriu confronto de Copa em cancha com dimensões fora das especificações da Fifa (nos Estados Unidos, em 1994).

Bola que rola.

Sem mais nem menos, um menino de uns dez anos, bem na fila de trás, explicou para o pai por que Júlio César é “ruim”: joga no Toronto.

Ele não aprendeu sozinho. Há quatro anos o Brasil malha o jogador que viveu seu auge vestindo luvas na Internazionale de Milão.

Aos 18 min da segunda etapa, o camisa 12 salvou, e o Mineirão se curvou: “É… Júlio César! É… Júlio César!”.

A trilha sonora era só a do futebol, mas foi como se continuasse a canção de Lulu:

Ainda leva uma cara

Pra gente poder dar risada.

O tempo regulamentar acabou, e os torcedores chilenos gastaram o gogó, sobrepujando os brasileiros, mais quietos.

O contra-ataque, uma vez mais, foi com o “Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor…”.

Parece ladainha de procissão, e não grito de guerra.

O estádio ficou de pé ao cantar novamente o hino nacional, e principiou a prorrogação.

“Sai do chão, sai do chão, quem é pentacampeão”, berraram milhares de torcedores, sem contagiar a maioria, que permaneceu inerte.

A despeito da combatividade maior dos visitantes, eles estavam em franca minoria entre os 57.714 presentes. Foram sufocados pela massa brasileira.

Um antropólogo se divertiria _no sentido de estudar um retrato da desigualdade obscena_ no Mineirão. Todo mundo já sabe, mas a impressão é de estarmos numa festa da corte nos tempos da escravidão: quase só aparecem convidados de pele clara. Testemunhei raros negros na plateia.

No Brasil do ex-esporte bretão, o lugar de negros e mestiços é como jogador e massagista, e não com ingressos da Copa de 2014.

Daniel Alves errava e se escondia. Marcelo errava, mas chamava o jogo. Quase ao nível do campo, eu não acreditava na impulsão de Medel, zagueiro-mola, um nanico que ganhava as bolas no alto. E contemplava a ousadia de quem cultiva a bola no pé, como os chilenos. Torcia para Neymar resolver na frente e Júlio César nos salvar atrás.

Duas filas à minha frente, um cidadão na cadeira destinada a deficientes pulava e caminhava sem nenhum constrangimento físico.

O futebol, de fato, obra milagres.

No último lance do primeiro tempo da prorrogação, Alexis Sánchez chutou para fora, e um cidadão surtou:

“Esse goleiro é vagabundo!”.

Referia-se, nonsense, a Júlio César.

Mudança de lado e, aos 5 min, o estádio vociferou “Eu acredito!”.

Novos tempos do futebol, com menos palavrões. Clima de vôlei, não de várzea.

No finalzinho, bola no travessão de Júlio.

Não entrou, e os brasileiros se uniram numa prece:

“É… Júlio César! É… Júlio César!”.

Vieram os pênaltis, e todo mundo já sabe: Brasil 3 a 2, com duas defesas do goleiro canarinho.

Assim é o futebol: jogo tecnicamente mais ou menos, uma seleção sem brilho, Neymar solitário, mas um épico de maltratar os corações cá nas Minas Gerais.

Na terra onde jogam ou jogaram Fred, Jô e Bernard, a torcida gritou o nome de Júlio César.

Olhei para trás e reconheci o menino, ao lado do pai.

Com carinho, disse-lhe: “O Júlio César joga no Toronto, mas é fera”.

O garoto, simpático, prosseguiu sorrindo.

Com a prece transformada em ovação, o estádio tremia _no espírito, e não no concreto: “É Júlio César!”.

O herói acenava, mas a multidão não o deixava partir.

O público branco do Mineirão não tem a cara mestiça brasileira, mas hoje falou por um povo. Quatro anos depois, Júlio César foi anistiado.

Ele teve tempo para isso. Barbosa, bode expiatório da derrota de 1950, não ganhou a chance da Copa redentora.

Ao contrário da música de Lulu Santos, a história de Júlio César teve _até agora_ final feliz.

Olhei para o campo, e ele ainda estava lá.

Enchi o peito e me pus a aclamá-lo: “Bravo! Bravo! Bravo!”.

Mais longe, o chileno Bravo acenava para seus conterrâneos.

Bravo jogou muito bem, mas hoje seu nome cairia melhor no oponente.


Síndrome de abstinência: o primeiro dia sem jogo na Copa
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Mário Magalhães

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Acordei meio zonzo agorinha, e não é porque o voo para Belo Horizonte sai daqui a pouco, o que não me deixou dormir muito.

Já começam a se manifestar os sintomas da síndrome de abstinência: esta sexta-feira, pior que um dia 13, é a infeliz jornada em que não haverá jogo pela Copa.

A primeira, depois de 15 dias com bola rolando neste Mundial de responsa.

Maldito 27 de junho de 2014!

Pontualmente às 18h52 de ontem, o australiano Benjamin Williams trilou o apito pela última vez, na vitória da Bélgica sobre a Coreia do Sul.

Era a 48ª e derradeira partida da fase de grupos da Copa.

Com a pontualidade britânica no princípio dos jogos, somente às 13h do sábado ouviremos novamente o juiz apitar _o britânico Howard Webb conduzirá o confronto do Brasil contra o Chile no Mineirão.

Desgraça, o sábado não é hoje, mas amanhã.

Em suma, 42 intermináveis horas e oito minutos entre um apito e outro.

Resistirei até lá?


Alemanha 1 x 0 EUA: Hoje teve marmelada? Não teve, não senhor!
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Mário Magalhães

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Por mais que a Alemanha tenha desacelerado na parte final do jogo, só teorias conspiratórias podem sustentar que tenha havido hoje em Pernambuco um jogo de compadres, na vitória dos alemães sobre os norte-americanos por 1 a 0.

O receio era de marmelada, que os técnicos alemães Klinsmann (dos EUA) e Löw (da seleção europeia) combinassem um empate que classificaria os dois times, sem depender do resultado de Portugal x Gana, que ainda nutriam chances.

Os portugueses ganharam por 2 a 1 (se o placar fosse 2 a 1 para Gana, a seleção africana se classificaria, no lugar dos EUA).

Na maior parte do tempo, a equipe mais forte, a Alemanha de camisa rubro-negra, atacou, e a mais fraca, os Estados Unidos, defendeu-se.

Müller fez o gol aos 9 min do segundo tempo. Com quatro gols, ele é um dos artilheiros do Mundial, ao lado de Neymar e Messi.

A Alemáquina da goleada sobre Portugal na estreia novamente não compareceu.

Mesmo com a troca, de saída, de Khedira por Schweinsteiger e do meu xará Mario Götze por Podolski _este não jogou nada, e no intervalo foi substituído por Klose.

No grupo G, passaram às oitavas-de-final a Alemanha em primeiro e os EUA, desempatando no saldo de gols contra Portugal, em segundo.

Errei feio no prognóstico pré-Copa: como demonstra este post, superestimei a seleção portuguesa, apostando nela como a quinta favorita na competição.

Eu apontara a Espanha como um dos quatro candidatos robustos na briga pelo título. Outro erro.

Vida que segue, sem marmelada!


Se Suárez pega 9 jogos de gancho, que punição merecem Blatter e Teixeira?
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Mário Magalhães

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Justa a punição para Luis Suárez, o dentuço mordedor?

Mais ou menos.

Nove partidas de gancho pela seleção?

Sim, devido ao agravante da reincidência da agressão insana.

Quatro meses sem poder colocar os pés num estádio de futebol?

Não, um exagero.

Exagero que fica ainda mais evidente quando não há veto à presença em estádios de figuras como João Havelange e Ricardo Teixeira, afastados da Fifa em virtude do que aprontaram.

Nem sansão de nove partidas longe das ditas arenas.

Sem falar no presidente da entidade, o chefão Blatter, que conduziu a manjada escolha do Qatar como sede da Copa de 2022.

Teixeira, Havelange e Blatter, com seus currículos, têm as portas abertas nos estádios.

Mensagem da Fifa: para o futebol, Ricardo Teixeira fez menos mal que Luis Suárez.

Isso é justiça?


Locutor argentino surta com gol de Messi e sobra até para Garota de Ipanema
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Mário Magalhães

 

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Sei que muita gente já ouviu, mas compartilho aqui no blog a narração do gol salvador de Messi contra o Irã.

Basta clicar na caixa acima para ouvir. Se preferir, clique aqui.

O gogó é do argentino Alejandro Fantino, da rádio La Red.

Cá entre nós, no estilo emotivo o cara é fera. Evoca os locutores do passado da rádio colombiana Caracol, com seus infindáveis gritos de gol.

O curioso é que Fantino narrou como se o adversário da seleção do seu país fosse o Brasil, e não o Irã.

Mirou no Pelé, o que constitui obsessão nacional, e, em meio a palavrões, até na Garota de Ipanema e no Pão de Açúcar.

Ele é a versão radicalizada de Galvão Bueno, o do mote “ganhar da Argentina é muito melhor”.

O DNA, contudo, é o mesmo.

Depois de escutar o Fantino (dica do velho amigo Ricardo Perrotta), fico pensando: e o pessoal ainda reclama do Galvão…