Blog do Mario Magalhaes

Felipão chega à convocação para a Copa quase como unanimidade de crítica

Mário Magalhães

Nesta quarta-feira, Felipão chama os 23 da Copa – Foto Julio Cesar Guimarães/UOL

 

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Não há clamor, no máximo resmungos: Luiz Felipe Scolari chega à véspera da convocação para a Copa do Mundo praticamente como unanimidade da crítica futebolística nacional.

Discute-se o reserva ou o reserva do reserva (para mim, Miranda é o zagueiro em melhor forma). Mas a nação não protesta, a despeito de não serem poucos os que consideram uma temeridade a escalação de Júlio César no gol.

Este é o país, não custa lembrar, que queria um decadente Romário na Copa de 2002 (Felipão deu de ombros aos apelos) e o exuberante Romário nas Eliminatórias para o Mundial de 94 (temeroso do desastre, Parreira cedeu na derradeira partida, na qual uma eventual derrota para o Uruguai nos custaria a vaga).

Já vimos de tudo: para a Copa América de 93, a torcida exigia Palhinha, aquele ingrato que se consagrou nas mãos do Telê e mais tarde deu de falar mal do técnico supremo. O Brasil já implorou por Palhinha…

No jornalismo esportivo, muitos esconjuravam Parreira em 94. Em 2010, outros desconfiavam do Dunga.

Pois agora consolida-se o sentimento de que Felipão é o treinador certo na hora certa, ainda mais tendo Parreira ao seu lado.

Nome por nome, não temos a melhor defesa, o melhor meio-de-campo ou o melhor ataque.

Contudo, como testamos na Copa das Confederações, Felipão montou um conjunto muito competitivo.

Quem, hoje, recusaria incluir o Brasil como um dos quatro favoritos? Mesmo que não jogássemos em casa.

O avanço em relação aos tempos de Mano é mérito sobretudo do seu conterrâneo Scolari. A seleção não costuma encantar, mas sempre é osso duro de roer. A cara do Felipão.

Li que, depois de Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha, as bolsas de apostas na Europa colocam a Bélgica, com bom elenco, em quinto lugar.

Em relação aos quatro do núcleo duro, nada a mudar (o Brasil dependerá muito de Neymar; a Argentina, do frágil sistema defensivo; a Espanha, da coragem de Del Bosque para rejuvenescer meio e ataque; a Alemanha, de não se borrar nas calças ao encarar gigantes).

Mas, com o futebol que estão mostrando Cristiano Ronaldo, Coentrão e Pepe, eu trocaria a Bélgica por Portugal para, a pouco mais de um mês da abertura da Copa, definir os cinco favoritos entre os 32.

No essencial, Felipão tem feito a coisa certa. Mas ele não entra em campo (ainda bem, pois era um zagueiro ruim, ao contrário do bom atacante Mortoza, que agora, como auxiliar na seleção, é chamado erradamente de Murtoza, com u).