Crivella denuncia vínculo da Globo com ditadura, mas viúvas de 64 o apoiam
Mário Magalhães
Para a crônica da campanha do segundo turno da eleição a prefeito do Rio: na propaganda da televisão e do rádio, o candidato Marcelo Crivella (PRB) tem esperneado contra o que considera perseguição do Grupo Globo.
Mostra-se contrariado com a veiculação de notícias sobre sua história (checáveis e comprováveis, como reportagem tratando de ideias obscurantistas sobre homossexualidade e determinadas religiões, escritas em livro da lavra do senador).
A TV Globo exibiu gravações, feitas numa mesma semana, em que Crivella diz ''nunca fui preso'' depois de contar ''fiquei preso um dia'', ''eu fui preso cedinho''.
Em vez de tentar esclarecer a contradição entre as versões, o adversário de Marcelo Freixo (PSOL) dispara a artilharia contra a emissora.
Em anúncios, denuncia o apoio da Globo à ditadura que vigorou de 1964 a 1985.
A informação é correta: a Globo esteve ao lado da ditadura do começo ao fim, até no período das violações mais cruéis dos direitos humanos.
O que Crivella omite é que veteranos e viúvas da ditadura, incluindo a família Bolsonaro, estão com ele, contra Freixo.
Quando é para criticar a Globo, pau na ditadura.
Quando é para acolher os filhotes da ditadura, deixa o assunto para lá.
Assim caminha a campanha carioca de 2016.