Blog do Mario Magalhaes

Gol de Neymar teve execução mais complexa que o de Pelé em 58; compare os 2

Mário Magalhães

 

Tem gente que não gosta de comparações no futebol.

Eu gosto, mas sei que há confrontos em que o tempo desautoriza sentenças.

Quem jogou mais, Didi ou Maradona? O futebol era diferente demais na época dos dois (no estádio, só vi o argentino).

Neymar anotou ontem, na terra de grandes artistas, a Catalunha, um gol antológico.

Foi uma pintura, como o gol do Pelé, também com um lençol, na final da Copa de 58.

Os dois podem ser assistidos clicando nas imagens lá do alto.

Comparar as duas obras-primas não implica dizer que um jogador é melhor do que o outro _Neymar já desenha a trajetória de um gigante de todos os tempos, mas não será um Pelé.

Nem que a importância se equivale: Neymar anotou pelo Barça, contra o Villareal, no Campeonato Espanhol. Pelé, diante da Suécia, na decisão do Mundial!

Pelé era bem mais novo, tinha 17 anos. Neymar já festejou os 23.

Ressalvas assinaladas, é boa diversão cotejar os dois gols. Mais que isso, um prazer.

Pelé esteve sempre voltado para a linha lateral esquerda ou para o gol. Recebeu a pelota no peito. Deu o chapéu de frente para o zagueiro, depois que a bola matada no peito quicou. Espetacular.

Neymar estava virado para o lado esquerdo ao receber uma bola quadrada do Suárez. Sim, quadrada, ele teve de dominá-la com o umbigo. Deu o balãozinho quando estava de costas para o defensor.

Pelé, ao encobrir o zagueiro, continuou de frente para o gol e bateu de sem-pulo.

Neymar, em movimento mais difícil, arriscou o lençol e, enquanto a bola passava pelo marcador, fez um movimento de mais ou menos 180 graus, virando-se para o lado direito. Também de sem-pulo, marcou.

O gol do Neymar foi mais complexo. Espetacular!

Embora o do Pelé tenha sido mais plástico, mais bonito.

Sorte do país que tem na sua coleção dois craques como eles.

E aí, Dunga, o elenco da seleção, com Neymar, Douglas Costa e Daniel Alves, é fraco?

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