Blog do Mario Magalhaes

Arquivo : junho 2015

Seleção dependia mais de Zico do que de Pelé, Neymar, Romário e Ronaldo
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Mário Magalhães

Se querem brigar, briguem com os números - Foto reprodução

Se querem brigar, briguem com os números – Foto reprodução

 

Pessoal, de cara, um pedido: se querem brigar, briguem com os números, e não comigo.

Saiu hoje na “Folha” um levantamento espetacular sobre o desempenho da seleção com os seus cinco maiores artilheiros:

 

"Folha", 19.jun.2015 - Fonte RSSSF

“Folha”, 19.jun.2015 – Fonte RSSSF

 

Quem fez mais gols foi Pelé, 77, seguido por Ronaldo, 62.

No período em que cada um atuou, a porcentagem maior de gols, no total marcado pela seleção, é de Neymar (work in progress): 27,8%, com Zico atrás, 20,6%.

A revelação mais estrondosa, de envergadura histórica, mostra que só com um goleador o aproveitamento da equipe nacional caiu mais de 10% quando não contava com o artilheiro.

Não é que caísse: despencava.

Com Zico.

Nos anos em que o Galinho vestiu a camisa verde e amarela, considerando pontos ganhos, a performance do time afundava em 23% quando ele não jogava.

O impacto mais que dobrava, em relação à ausência dos outros cracaçoaçoaços.

Só com ele o aproveitamento batia em 80%.

E os companheiros do Zico eram Sócrates, Cerezo, Falcão, Junior e companhia…

Se existe _e existe mesmo_ Neymardependência, houve Zicosuperdependência.

Sorte do país que teve craques como Zico, Pelé, Romário e Ronaldo.

E tem Neymar.

P.S.: o conceito de “depender”, para mim, se concentra em aproveitamento-desempenho do time, e não em gols da contabilidade privada comparados aos da coletiva. Prefiro que o Neymar faça um gol e a seleção ganhe do que ele marque cinco em derrotas nossas. O estudo publicado hoje considera três pontos por vitória e um por empate (antigamente triunfo só valia dois pontos).

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Neymar não é problema. É salvação
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Mário Magalhães

Ei, Neymar, não desanima: levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima - Ricardo Mazalan/AP Photo

Ei, Neymar, não desanima: levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima – Ricardo Mazalan/AP Photo

 

Muito mais surpreendente que o futebolzinho da seleção no 0 a 1 da noite passada foi a reação de espanto, quase estupor, diante da derrota para a Colômbia.

Parece que o Mundial de 2014 e o adeus às ilusões não existiram.

Dois meias colombianos são melhores que qualquer um dos nossos quatro, incluindo os volantes. Quem, no Brasil, joga mais que James Rodríguez e Juan Cuadrado? Digo hoje, na Copa América, pois no Chelsea o Willian é titular, e o Cuadrado, banco. Alguém pensa que o Firmino pode encarar o Falcão García, mesmo com este longe do auge?

O tempo de favoritismo permanente passou na janela e muita gente não viu.

Esta geração brasileira é mais fraca do que as recentes.

A diferença é que as anteriores não tiveram um craque espetacular como Neymar.

Ele esteve mal em Santiago. Mas quem disse que joga sempre bem? Alguém joga? Basta acompanhar o Barcelona para reconhecer que, ótimo na maioria das vezes, o atacante também tem suas jornadas de joão.

Se no clube outros seguram a onda quando Neymar não está em dia estrelado, na seleção complica. Não é que não haja nenhum Messi, Suárez ou Iniesta com a camisa canarinho. É pior: o conjunto é muitíssimo inferior ao padrão Neymar.

É mesmo possível que as notícias vindas da Espanha lhe tenham provocado um tilt emocional. Neymar tornou-se réu na investigação sobre eventuais falcatruas na sua transferência do Santos.

Ainda que o nosso craque maior venha a confirmar essa impressão, desconfio que não seja só isso. Elucubro, pois careço de informações. Não entrei na cabeça e no coração do Neymar.

Ele é um boleiro de enorme e salutar ambição. Chegou ao Chile querendo o título e a consagração como o melhor da competição. Ao receber no primeiro tempo o cartão amarelo que considerou injusto, selou sua ausência do jogo seguinte, contra a Venezuela. Um baque.

Daí em diante, despirocou. Até, em seguida ao apito derradeiro,chutar a bola num adversário, ensaiar uma cabeçada noutro e ganhar o vermelho que pode lhe custar mais partidas na Copa de tiro curto.

Agora, pelo amor de Deus: Neymar não é problema, é a salvação para a seleção que sem ele não passaria de timeco muitíssimo pior que o atual.

Problema é sua ausência.

Problema é o incentivo à cultura de relativizar os próprios erros e culpar _como Dunga e os jogadores, também Neymar_ o árbitro.

Problema é a delegação não ter blindado Neymar, ajudando-o a encarar suas legítimas ambições e pressões de fora do campo.

Problema é a ruína moral da CBF e seus respingos pútridos no ambiente da seleção.

Problema maior será transformar Neymar em vilão.

Neymar é herói.

A seleção precisa dele.

O Brasil perder a Copa América é do jogo e é previsível.

Inadmissível é jogar o fracasso nos ombros de Neymar.

De novo: Neymar não é problema; é salvação.

Precisa de apoio, incentivo e conselhos.

Vai dar a volta por cima.

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‘Passo o ponto’: em menos de um mês, 3ª livraria do Rio anuncia fechamento
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Mário Magalhães

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O cartaz de “passo o ponto”; lá dentro, 5.000 livros

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A Livraria Horus, na rua Senador Dantas, foi fundada há 40 anos

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Roberto Seixas Neves, 73: “Desde os 16 anos, só trabalhei com livro”

 

O inferno astral não dá pinta de arrefecer: em menos de um mês, a terceira livraria do Rio anuncia que prepara o fechamento.

Desta vez é a Livraria Horus, na rua Senador Dantas, fundada em 1975. Roberto Seixas Neves, seu dono desde 1977, resolveu passar o ponto. O contrato de aluguel do imóvel tem mais dois anos de duração, com opção para mais cinco. Ele torce para que outro livreiro se instale ali, mas sabe que é pouco provável.

(A Livraria Horus do Rio não tem ligação com a homônima de São Paulo, alvo de muitas reclamações de consumidores.)

Em maio, a Livraria Leonardo da Vinci divulgou a decisão de encerrar as atividades. Patrimônio da cultura carioca, meca de gerações que buscavam sobretudo livros importados ausentes de outras casas do ramo, foi aberta em 1952.

Dias atrás, a Saraiva anunciou o fim da loja no Village Mall, shopping na Barra da Tijuca.

A Leonardo da Vinci, na avenida Rio Branco, e a Horus ficam no Centro.

A edição 2014 do “Roteiro das Livrarias do Centro Histórico do Rio de Janeiro” somou 46 estabelecimentos, entre eles nove sebos.

Houve queda: a versão anterior, de 2012, relacionara 53.

Livraria Horus

Roberto Seixas Neves, 73, começou a trabalhar aos 16 anos, com um tio distribuidor de livros. Esse mundo tornou-se o seu para sempre. Em 1977, ele comprou a Livraria Horus, que havia sido criada dois anos antes por um espanhol. Ainda hoje funciona no mesmo lugar, rua Senador Dantas, 75, loja E.

Em 40 metros quadrados, incluindo mezanino, a Horus tem um estoque de aproximadamente 5.000 volumes. Há dois anos passou a vender também livros usados, mas a imensa maioria da oferta ainda é de novos. Oferece títulos para todos os gostos, ainda que tenha se especializado em livros esotéricos, de autoajuda e religião.

Ao contrário do que ocorre com tantos comerciantes da cidade, seu Roberto não foi atingido pela disparada dos aluguéis. Ele não reclama do valor, R$ 2.000 por mês. O problema é que outros custos subiram muito, e o lucro minguou demais. Um aposentado o ajuda, e o resto do serviço é por conta dele.

A livraria vende metade do que já vendeu, mas seu Roberto não supõe haver menos leitores. “Eu me descapitalizei”, diz. Significa que lhe faltam condições para tocar uma reforma que pudesse atrair mais fregueses. Uma delas seria criar um café.

Seu Roberto adoraria que outro livreiro assumisse o ponto. Entre os livros mais procurados na Horus estão os espíritas. O livreiro é fã de romances policiais, em especial de Conan Doyle e Luiz Alfredo Garcia-Roza.

Ele pergunta por que o governo, que promove tantas campanhas, não faz uma incentivando os leitores a frequentarem pequenas livrarias. “Não é dar dinheiro, não. É publicidade, como eu li que o governo britânico fez.”

Porém, não crê que as megalivrarias sejam responsáveis pelas dificuldades das pequenas. Na mesma rua, a Cultura abriu uma loja belíssima, agradabilíssima e gigante, no antigo Cine Vitória. “Pelo contrário. Quando eles não têm um livro, o pessoal até recomenda vir aqui.”

Com uma filha professora do ensino fundamental e um filho funcionário público, ele é hoje o único da família a trabalhar com livros. Planeja, quando deixar a Senador Dantas, transferir-se para uma sala, onde atenderá clientes fiéis e venderá pela internet.

Quando afixou o cartaz de “passo o ponto”, no começo do ano, seu Roberto ainda sonhava com uma saída que lhe permitisse permanecer. Há dias, reconheceu que não será possível.

Só aguarda um novo locatário, para fechar e partir, deixando para trás quarenta anos de história.

Livraria Saraiva

Telefonei para a Saraiva no Village Mall. Informaram que funcionará só até o dia 30.

A notícia é uma lástima, mas não deve ser compreendida no contexto da recessão que abala o país e também o varejo de livros.

O Village Mall é um shopping destinado ao consumo de alto luxo, o mais esnobe do Rio. Pouca gente vai lá pensando em livros, ao contrário do que ocorre em shoppings das redondezas, como o Barra Shopping e o New York City Center, onde existem ótimas livrarias.

Livraria Leonardo Da Vinci

Na pior das hipóteses, a Leonardo da Vinci estará aberta até o fim de julho. É o que me contou a proprietária, Milena Duchiade. Ela é filha de dona Vanna, legendária e querida livreira.

A livraria de 63 anos agoniza, mas, que bom, ainda tem chances. Um encontro de Milena e o empresário Omar Peres está marcado para a semana que vem.

Dono da cantina La Fiorentina, no Leme, ele comprou recentemente a Boulangerie Guerin e o Bar Lagoa. Até o fim do ano deve inaugurar um cinema.

Milena disse que foi procurada por Peres, que gostaria de combinar no mesmo espaço a Leonardo da Vinci e uma padaria Guerin.

Tomara que role, o Rio merece.

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Cansei, Chile: se chefe da delegação fosse jogador, Brasil cairia por W.O.
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Mário Magalhães

João Dória e Dunga posam para foto na concentração da seleção brasileira de futebol

João Dória Jr. e Dunga – Foto Rafael Ribeiro/CBF

 

Já vimos e ainda veremos muita coisa estranha na CBF, mas esta é mesmo inusitada: o chefe da delegação nacional na Copa América abandonou a concentração no Chile e regressou para o Brasil.

Não foi nenhuma emergência, o que tornaria compreensível a retirada do empresário João Dória Jr.. Já estava planejado. O capo do grupo empresarial Lide ficará indo e voltando ao país anfitrião da Copa América. É o que informou sua assessoria, conforme os repórteres Sérgio Rangel e Marcel Rizzo.

A diretoria da CBF tinha conhecimento de que o chefe da delegação não permaneceria no Chile.

O posto não tem funções executivas. Seu ocupante é um embaixador da seleção e da CBF.

Mas esta é sua função: representar a delegação, cujos componentes mais relevantes são os jogadores.

Este é o jogo que o chefe da delegação tem de jogar: o da diplomacia.

E Dória Jr. não o jogará. Seria como os boleiros não irem aos estádios para as partidas. Derrota por W.O.

A presença do empresário tem importância maior que a habitual, porque Marco Polo Del Nero, o presidente da CBF, não deu as caras no país de Elias Figueroa. Claro que o motivo não foi medo de ser preso pela Interpol, pois o cartola jura que nada fez de ilegal…

O forfait de Dória Jr. nos eventos a que lhe caberia comparecer chamam ainda mais a atenção para a escolha do seu nome. Por que Del Nero o convidou? Que tipo de laços busca estabelecer ou reforçar no momento em que se vê acossado por investigações que levaram o aliado e antecessor José Maria Marin ao xilindró?

E Dória Jr., por que topou pagar esse mico? Cansou? Do quê?

Mais uma vez é evidente o sentido da “arrancada modernizadora” na CBF, propalada pelo secretário-geral Walter Feldman: o chefe da delegação se arrancou do Chile.

Ainda bem que eles não entram em campo.

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Trilha sonora para reportagem sobre benesses no mundo da Justiça
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Mário Magalhães

 

O blog apresenta uma modestíssima contribuição, a trilha sonora, para a espetacular reportagem de Raphael Gomide e Lívia Cunto Salles na “Época” desta semana.

A revista escrutina as benesses a magistrados e promotores públicos. A investigação, desenvolvida por oito meses, é de arrepiar.

Pode ser lida na íntegra clicando aqui.

O que mais me chama a atenção é o tal auxílio-moradia.

O juiz pode ser proprietário da casa onde mora, que pode ser um tremendo casarão, e mesmo assim receber, além do salário, milhares de reais por mês do Estado. A mãozinha não é provisória, mas permanente.

Será que existem magistrados que demoram anos para emitir sentenças de processos, mas são rapidíssimos ao assinar liminares que expulsam sem-teto de imóveis abandonados, e ainda ganham _legalmente_ dinheiro oriundo dos cidadãos, inclusive dos miseráveis que não têm nem onde viver? Até os sem-teto pagam imposto, em seu parco consumo de sobrevivência.

A trilha sonora é dos autores Ary do Cavaco e Gracinha, na voz de Almir Guineto.

“Mordomia” fala da aflição com sogra, tia, aquele pessoal espaçoso.

Café pequeno em comparação com o custo de outras mordomias.

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Há 19 anos, seleção também estreou com lambança entre zagueiro e goleiro
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Mário Magalhães

David Luiz, que falhou no 1º gol, disputa bola com Guerrero – Foto Ricardo Moraes/Reuters

 

Teve um ar de déjà vu a lambança de David Luiz e Jefferson, que presentearam um gol ao Peru ontem à noite, na primeira rodada da Copa América.

Há 19 anos, outros zagueiro, Aldair, e goleiro, Dida, também regalaram um gol na estreia da seleção brasileira em competição importante. Abrindo o torneio de futebol da Olimpíada-96, o Japão venceu o Brasil por 1 a 0. Neste domingo, ao menos ganhamos, 2 a 1.

Cercado por peruanos, David Luiz deveria ter tirado a bola da área, mas deu um toquinho temerário para Jefferson. Igualmente acossado, o goleiro tentou um passe curto, quando o correto seria um chutão. Cuevas marcou, depois dos erros graves dos defensores.

Quase duas décadas atrás, em julho de 1996, a partida foi no Orange Bowl, em Miami _o futebol não foi disputado em Atlanta. Os japoneses anotaram com gol de Ito, para quem a bola sobrou depois de Dida e do grande Aldair se chocarem bisonhamente.

Nós tínhamos um ótimo elenco, com jogadores como o citado Aldair, Roberto Carlos, Rivaldo, Juninho Paulista e Bebeto.

O desastre diante do Japão teve uma consequência histórica, a transformação de Ronaldo em titular da seleção. No revés da estreia, Sávio estava no time. A partir da segunda rodada, vitória de 3 a 1 sobre a Hungria, Ronaldo Nazário, atual comentarista da TV Globo, foi promovido por Zagallo a titular. Ele tinha 19 anos e fez um gol contra os húngaros. Cobrindo os Jogos, testemunhei no estádio a ascensão do craque.

Batido pela Nigéria, na cidadezinha de Athens, o Brasil acabou com a medalha de bronze. Os africanos superaram a Argentina na final e conquistaram o ouro.

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‘Alguém mudou de lado’, por Janio de Freitas
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Mário Magalhães

Janio de Freitas, em 2012, no programa “Roda Viva” – Foto reprodução

 

Por Janio de Freitas, aniversariante de junho:

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Um lado e a outra

Por Janio de Freitas

O motivo do plural é obscuro. Claro e certo é que o sujeito “nós” refere-se, no mínimo, ao emitente da frase. No caso, Dilma Rousseff, que brindou o 5º Congresso do PT com esta criação sua: “Nós não mudamos de lado”.

Quanto aos outros possíveis componentes do “nós”, além de desconhecidos, tudo indica estarem na frase, se estão mesmo, à revelia. E indefesos. Mas Dilma é uma certeza, por evidências bastante simples.

As centenas de milhares, senão já os milhões, que estão perdendo os empregos, encarando forte aumento do custo de vida, aturdidos com a perda das pequenas conquistas em anos recentes, não podem estar no mesmo lado de quem os lança em sua situação atual.

Estiveram do mesmo lado, sim, quando Dilma representou nas eleições o oposto das políticas defendidas por seu adversário e hoje vigentes, apesar de derrotadas na urnas.

Se há autores e vítimas de tais políticas, um dos lados mudou. Mas a possibilidade de mudança daqueles milhares ou milhões de sacrificados pelas políticas de governo é limitada e já se deu: foi a mudança forçada do lado de dentro para o lado de fora da empresa empregadora.

Se os outros que defendem as políticas de atenuação do drama social brasileiro puderam votar em Dilma e veem, hoje, a imposição das políticas opostas, alguém mudou de lado. Os eleitores não teriam por que e como fazê-lo.

Joaquim Levy, a quem a eleita entregou a elaboração das políticas que negam as posições proclamadas pela candidata, não mudou de lado: era neoliberal fora do governo e age como neoliberal no governo de quem se dizia contrária ao neoliberalismo. Se estão juntos, um dos dois mudou.

Se Dilma Rousseff presidente fosse leal à Dilma candidata, não precisaria, hoje, recorrer a fugas verbais. Como esta outra: “Essa é a hora de ver quem é quem”, pretensa intimidação moral à plateia petista em silêncio patético. Mas a hora a que se refere ficou lá atrás. Quando, sabendo muito bem que há maneiras e maneiras de corrigir os sempre possíveis percalços da economia, Dilma abdicou do que representava, e entregou o poder recebido aos que fizeram tudo para evitar que o recebesse.

Para ler a íntegra da coluna, basta clicar aqui.


Milagres em Jurassic World: fósforo molhado acende e mulher corre de salto
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Mário Magalhães

Os irmãos de “Jurassic World”: a pochete do menor teria mantido o fósforo seco? – Foto divulgação

 

Como quase todo mundo já sabe, “Jurassic World” acaba de bater recordes de bilheteria na estreia, cientistas denunciam invencionices na reprodução de dinossauros, e o público e a crítica dedicam-se a comparar o filme com as obras anteriores da mesma franquia.

Minha inquietação é bem mais pedestre e trata de dois aspectos da obra dirigida por Colin Trevorrow e produzida por Steven Spielberg.

(Não há spoiler relevante abaixo, mas se você rejeita qualquer informação prévia é melhor parar por aqui.)

Numa sequência, os irmãos Mitchell (interpretados por Nick Robinson, o maior, e Ty Simpkins) ficam submersos na água por um bom tempo (não conto como e por quê). Minutos mais tarde, o caçula pega um fósforo que estava com ele e acende.

Minha dúvida: como fósforo molhado acende? É mais fácil acreditar em dinossauros revividos e seus híbridos assustadores do que no fogo feito com fósforo encharcado.

Um menino criativo tentou responder à minha dúvida: vai ver que a pochete que guardava a caixa de fósforos é à prova d’água. Será?

Outro mistério que não sai da minha cabeça é o motivo de, durante toda a história, a mocinha vivida por Bryce Dallas Howard não tirar os saltos altíssimos. A personagem não aparece uma ou duas vezes: é co-protagonista. Passa boa parte do tempo correndo de dinossauros, inclusive sobre lama, com velocidade de Usain Bolt. E nada de se livrar dos calçados inviáveis para a corrida.

Uma adolescente me disse: há mulheres que sabem andar e até correr com salto. Mas no meio da floresta?

É possível que o fósforo e o salto alto tenham sido incluídos no filme também para gerar comentários.

São mais inverossímeis que os bichões malvados na tela.

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