Blog do Mario Magalhaes

Arquivo : dezembro 2014

Pechincha de verão: pague R$ 250 para estacionar no Réveillon de Copacabana
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Mário Magalhães

Não está errado: duzentos e cinquenta reais.

É o que cobra a rede gEpark pelo estacionamento na noite do Réveillon em Copacabana.

No sábado, eu passava diante do hotel na rua Barata Ribeiro, 222 quando li um pequeno cartaz do estacionamento gEpark que ali funciona.

Ofereciam vaga para a virada do ano. E o preço, perguntei? Os tais R$ 250.

Para reservar, informaram que é só ligar para 3445-3100, aqui no Rio.

Liguei, e é mesmo com eles.

Quem se habilita?

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Rio, 55 graus: quando o bate-bola vira bate-boca
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Mário Magalhães

No domingo em que a primavera se despediu e o verão pediu passagem, o Instituto Nacional de Meteorologia informou que a temperatura no Rio alcançou os 39 graus.

Mero registro burocrático: no sufoco que a gente sente, deu 55. Isso mesmo, cinquenta e cinco graus. Foi a sensação térmica estimada pelo Centro de Operações da Prefeitura.

Nem precisava ouvir sobre os 55 para saber do calor obsceno. Ele encurta os pavios.

Já cedo, no bate-bola, a camaradagem de dois velhos amigos foi substituída pelas broncas de um com o outro: a cada passe errado, desatou-se a ira por ter que trotar ou mesmo caminhar em busca da bola distante.

Como um calor sádico desses, bola só no pé, e já é muito.

Antes das onze horas, derrotados, tiramos o time de campo.

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Agora, falta a Guerra Fria acabar no jornalismo
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Mário Magalhães

O restabelecimento de relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba, a despeito da permanência do bloqueio econômico, ainda que com o parafuso mais frouxo, merece mesmo os festejos dos povos separados geograficamente por escassas milhas náuticas e, por mais de meio século, por um oceano de desinteligências entre os seus governantes.

Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro, ao menos nesse mês iluminado de dezembro de 2014, valem um copo de rum cubano ou de pinot noir californiano.

Se o camisa 10 da Casa Branca e o antigo guerrilheiro da sierra Maestra conseguiram se entender, a distensão também poderia prosperar noutros fronts, o jornalismo incluído.

Conforme anotaram observadores, como o jornalista e escritor Fernando Morais, de algum modo a Guerra Fria enfim encontrou uma cova para ser sepultada _o confronto surreal das Coreias não conta, pois não parece coisa deste mundo.

No Brasil, o espírito permanente de gladiador ideológico e a paranoia da era das quizumbas entre Moscou e Washington resistem à passagem do tempo.

Como explicar o surto denuncista contra o suporte ao porto de Mariel, construído em Cuba e financiado com recursos brasileiros? Era uma evidente aposta na reincorporação plena da ilha ao mercado mundial, sobretudo nos negócios, ali do lado, com empresas de capital norte-americano. Em suma, uma típica iniciativa capitalista, que ontem se provou certeira.

Mas por que tantas vozes do jornalismo foram tão estridentes contra a ação do Planalto?

Na grita geral, ecoava a intolerância da Guerra Fria _e o muro de Berlim foi derrubado há 25 anos.

No noticiário deflagrado a partir da tarde desta quarta-feira sem futebol, o jornalismo brasileiro foi ostensivamente discreto ou silenciou sobre um episódio decisivo na relação conflituosa entre Cuba e EUA: a covarde e desastrada invasão organizada e comandada pela CIA em 1961, na baía dos Porcos (ou playa Girón, como a chamam os caribenhos).

Imagine se o serviço secreto cubano, dirigido por um ex-aluno da Columbia University, tivesse tramado e executado uma invasão maluca ao gigante ao norte. Alguém deixaria de mencionar na cobertura das novas de ontem?

Ou se agentes cubanos tivessem montado dezenas de planos para assassinar um presidente americano…

De novo, o espírito da Guerra Fria dominou, “eles” e “nós”, seja lá quem sejam eles e quem sejamos nós.

Jornalismo tem de ser crítico, mas jornalismo, e não propaganda.

Já chega, né?

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Brava gente: estátua de ditador é derrubada, e ponte Médici mudará de nome
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Mário Magalhães

blog - costa e silva estatua

Estátua do ditador Costa e Silva vai abaixo no RS – Foto divulgação/Prefeitura de Taquari

 

Faz quatro décadas, mas eu nunca me esqueci do nome da guria e da cidade.

Convivi fugazmente com ela nas “reuniões dançantes” _assim os convescotes infanto-juvenis eram chamados em Porto Alegre_ que meus primos promoviam e frequentavam.

A Kika não morava na terra que adotou o Erico e o Falcão. Como eu, passava alguns dias de férias por lá. A Kika era de Taquari.

Nunca fui a Taquari, nem voltei a ver a Kika, que também deve estar virando cinquentona.

Nas tais “reuniões”, a gente dançava junto baladas do Johnny Rivers.

Aquele tempo ficou para trás, e eu vim a saber que Taquari (RS) era o município natal de Arthur da Costa e Silva, o ditador que comandou o Brasil de 1967 a 1969.

O marechal era conhecido como prócer da linha-dura do Exército e por sua proverbial ignorância.

Em sua administração, a ditadura baixou o Ato Institucional número 5, que sufocou ainda mais as liberdades e incentivou as atrocidades contra oposicionistas. Num exemplo, expandiu a tortura.

Em 1976, com o déspota já morto, bajuladores de tiranias colocaram em praça pública uma estátua do Costa e Silva. Lá em Taquari.

Pois nesta terça-feira, dia da graça de 16 de dezembro de 2014, a prefeitura mandou retirar o monumento do local onde estava e recolhê-lo a um museu dedicado à memória do velho ditador. Afirmou que, com a divulgação do relatório da Comissão Nacional da Verdade, constituiria absurdo celebrar um notório promotor de violações dos direitos humanos.

As viúvas da ditadura, poucas, mas barulhentas, chiaram.

A prefeitura respondeu argumentando que “não havia razão para manter uma homenagem no maior ponto turístico da cidade, espaço de demonstrações culturais, justamente a quem promoveu um período nebuloso na história do país. Cidadãos de Taquari, inclusive, sofreram as mazelas daquele período” (leia aqui a íntegra da nota).

Na véspera, a Câmara Municipal de Volta Redonda (RJ) havia tomado decisão com idêntico conteúdo: por unanimidade, aprovou projeto de lei trocando o nome da ponte Presidente Médici para ponte Dom Waldyr Calheiros. Só falta a sanção do prefeito (mais informações aqui).

O governo do ditador Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) foi o mais truculento e homicida na quadra sombria que vigorou a partir do golpe de Estado de 1964.

Dom Waldyr Calheiros foi um bispo de coragem que enfrentou a ditadura e amparou os pobres.

A Prefeitura de Taquari e a Câmara de Volta Redonda deveriam inspirar os brasileiros de todos os cantos, brava gente, a imitarem seus gestos.

A Alemanha acabou com os logradouros batizados o nome de Hitler; a Itália, com o de Mussolini; e a Argentina, com o de Videla.

Para quem acha que o Brasil é caranguejo, as duas boas novas mostram que, apesar dos pesares, não andamos para trás.

O que será que a Kika está achando de tudo isso?

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Batom na cueca: os PMs do Rio e seus carrões bandeirosos
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Mário Magalhães

Durante muito tempo, muito tempo mesmo, dei plantões de fim de semana numa pequena, porém valente, sucursal jornalística aqui no Rio.

Era batata: quase sempre havia notícia sobre morte de policial militar, na virada da sexta para o sábado ou do sábado para o domingo.

Na esmagadora maioria dos crimes, os PMs não estavam de serviço.

Outra característica dominante dos episódios que apurávamos nos plantões eram os carrões que os policiais dirigiam quando eram mortos.

Os possantes eram incompatíveis com os vencimentos pagos pela corporação. Não eram nem capitães, mas soldados e cabos, quando muito sargentos.

O repórter Sérgio Ramalho acaba de se dedicar por uma semana a observar unidades da PM (leia aqui).

Deu com automóveis caros nas mãos de alguns policiais cujos salários às vezes não alcançam 3 mil reais.

Como sempre, as autoridades reagiram prometendo investigar. No caso, o patrimônio de quem tem carro de luxo (reportagem neste link).

Curiosidade: por que a Polícia Militar, que conta com um serviço de inteligência, tem de ser informada por jornal sobre os veículos bandeirosos dos membros da corporação?

Os carrões são batom na cueca, embora até para batom na cueca certos caras de pau tenham explicação, como o blog já contou.

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Teo Pereira: ‘Ruy Castro, Fernando Morais e Mário Magalhães, me aguardem!’
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Mário Magalhães

Como sabe quem acompanha “Império”, o blogueiro marrom Teo Pereira está escrevinhando uma biografia do protagonista da ótima novela das nove, o comendador José Alfredo.

Outro dia o Teo Pereira, vivido com brilho pelo Paulo Betti, se entusiasmou, na cena que pode ser vista clicando na imagem do alto.

Valeu, Aguinaldo Silva, Zé Dassilva e toda a turma autora de “Império”!

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Gastando sola (3): cinema esquece a luz acesa
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Mário Magalhães

Antes que alguém exclame “bem feito”, esclareço que a paternidade tem desses sacrifícios.

O filme da sessão do domingo à tarde _saudade até do Campeonato Brasileiro_ era “Jogos vorazes – A esperança – Parte 1” (é claro que acabo de recorrer ao Google para saber o título).

Na tela, falavam uma língua que lembrava o inglês, e as legendas tinham certo parentesco com o português _entendi pouca coisa. Quem mandou não ter visto os dois primeiros episódios…

O de ontem constitui o incrível caso de filme de ação e aventura em que nada acontece, até os dez ou quinze minutos finais.

Mas o risco é por conta do freguês, e a provação é mesmo dessas que suportamos pelos filhos.

Indesculpável é o serviço que tantos cinemas oferecem, a despeito dos preços salgados como algumas pipocas.

O Cinemark Botafogo passou trailers por cravados 16 minutos. Overdose de abuso.

Não é novidade.

O pior foi que o filme começou e, por muitos e muitos minutos, as luzes continuaram acesas.

Houve gritos, mas o escuro só veio quando algumas pessoas saíram da sala de exibição para protestar.

Aí, enfim, eu pude dormir em paz.

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Deu no El País: Por 34 anos eu não soube se meu marido estava vivo ou morto
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Mário Magalhães

blog - ilda martins da silva - foto marcelo camargo ABr

Ilda Martins da Silva, mulher valente – Foto Marcelo Camargo/ABr

 

Por Talita Bedinelli, domingo no “El País”:

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*

‘Por 34 anos eu não soube se meu marido estava vivo ou morto’

* Apenas em 2004 Ilda Martins da Silva pode ter certeza do destino de seu marido

* Ele havia sucumbido após ser torturado por militares em 1969

Por Talita Bedinelli

Passavam-se 25 dias do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick quando Vírgilio Gomes da Silva, o Jonas, comandante da ação, foi capturado e levado por militares da Operação Bandeirante (Oban) para a sede do temido departamento no Paraíso, em São Paulo. No dia seguinte, a operária Ilda Martins da Silva, de 38 anos, mãe de quatro filhos, foi retirada do local onde vivia, em São Sebastião, litoral norte da capital paulista, e levada para a mesma prisão.

Mulher de Virgílio, ela foi brutalmente torturada, com choques, pontapés no peito, tapas e socos, conta ela, hoje uma senhora de 83 anos e profundos olhos azuis, que ainda se enchem de lágrimas quando ela relembra o doloroso passado. Parte de seu relato foi usado pela Comissão Nacional da Verdade e está no relatório final do grupo, entregue na semana passada à presidenta Dilma Rousseff.No último sábado, a aposentada recebeu o EL PAÍS em sua casa, no Jabaquara (em São Paulo), para contar sobre suas lembranças da época da ditadura.

“No dia em que fui presa, levaram três dos meus quatro filhos. Vlademir [8 anos], Virgílio [7 anos] e Isa [quatro meses] foram encaminhados ao Juizado de Menores. O Gregório [2 anos] se salvou porque estava com uma das avós. Quando cheguei na prisão o Virgílio já havia sumido.”

De acordo com relatos de presos, o dirigente da Ação Libertadora Nacional (ALN), movimento que lutava contra a ditadura militar, havia apanhado durante o dia anterior inteiro e a madrugada. Campeão de resistência ao aguentar por 72 horas um concurso de dança organizado pela rádio Record em 1957, ele sucumbiu às violentas agressões dos militares e morreu aos gritos de “estão matando um bom brasileiro.”

Ilda ficou oito dias na sede da Oban, depois foi levada para o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), no centro de São Paulo, onde ficou um mês. Era uma presa incomunicável. “Não sabia nada dos meus filhos. Os policiais diziam que eu era muito perigosa, então não podia falar com ninguém de fora”, conta ela. “Depois, passaram a dizer que meus filhos estavam com a minha família, o que me desesperou. Achava que eles iam sumir com as crianças e dizer que foi culpa da minha família. Essa era a minha maior tortura. Não saber como eles estavam”, conta.

Foi depois desse mês no Dops, quando foi transferida para o presídio Tiradentes, que Ilda teve uma pista do paradeiro das crianças. “Aproveitei uma menina que estava sendo solta, entreguei para ela o endereço da minha família e pedi para ela ir lá e ver se eles estavam bem. Ela foi, tirou uma fotografia e conseguiu me entregar no presídio”, relembra. Antes de se reunirem à família de Ilda, Vlademir, Virgílio e Isa ficaram em uma casa do Juizado. Os mais velhos contam que eram levados pelos funcionários do local para visitas em residências ricas e oferecidos para adoção. À noite, deitavam embaixo do berço onde a irmã dormia e se amarravam a ele, para evitar que a levassem. Estariam preparados para lutar, se fosse o caso. Ensinados pelo pai a não darem informações sobre a família, causaram desespero quando a irmã do militante finalmente descobriu onde as crianças estavam e foi buscá-las. Os meninos disseram que não a conheciam, que não sabiam quem ela era. Só depois de serem convencidos de que não causariam mal a ninguém, revelaram a verdade e concordaram em ir embora.

Ilda passou quase sete meses no presídio Tiradentes, onde fazia parte do grupo das “donzelas da torre”, presas políticas agrupadas no fundo da prisão, em um local alto, parecido a uma torre. Entre elas estava  Dilma Rousseff, com quem a operária chegou a dividir a cela por um breve período. Ficou por mais três meses incomunicável. “Minha família era proibida de me ver”.

Um dia, foi solta. “Me disseram que eu ia embora. Não me explicaram nada.” Não tinha papel, não foi fichada, não foi julgada. “Hoje, vejo que minha prisão foi um sequestro. Eu não tinha nenhum documento que provasse que eu havia sido presa. Quando juntei meus papeis para pedir indenização ao Estado, tive que recorrer a depoimentos das minhas companheiras de cela para provar que estive lá”, conta ela.

“Tenho certeza de que me prenderam porque não queriam que eu fosse atrás do Virgílio, de saber se ele estava vivo ou morto”.

Ao sair do presídio, tentou por algum tempo descobrir o paradeiro do marido, um dos primeiros dos 243 militantes desaparecidos na época, segundo dados do relatório da Comissão da Verdade. Mas percebeu que estava sendo seguida e, com medo, desistiu. Não conseguia emprego. “Sempre me davam uma desculpa: que eu tinha muitos filhos, que eu estava velha. Mas acho que todo mundo sabia da minha história, saiu em todos os jornais na época”.

Mudou-se, então, para o Chile, com a ajuda da ALN, onde ficou um ano. Depois, foi para Cuba, com os quatro filhos, onde recebeu uma casa do Governo, pensão e seus filhos puderam fazer faculdade. Trabalhou como voluntária em diversas atividades e depois como costureira. Permaneceu por 18 anos, período em que só viu a família brasileira uma única vez, em 1986, quando Cuba e Brasil restabeleceram relações diplomáticas.

Durante muito tempo, teve uma certa esperança de reencontrar o marido. O próprio Governo militar negava o assassinato dele. Na prisão dela, os torturadores, mesmo já sabendo da morte dele, diziam que ele havia fugido e, enquanto a torturavam, perguntavam sobre o paradeiro dele. “Todos [os militantes de esquerda] diziam que ele estava morto, mas eu não tinha certeza. Achava que ele pudesse estar pelas ruas, louco em consequência das torturas. Ou que ele estava escondido e um dia ia nos encontrar em Cuba porque ia saber que estávamos lá.”

Em 2004, 34 anos depois da prisão, ela recebeu uma visita do jornalista Mário Magalhães, que preparava a biografia Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo (Companhia Das Letras, 2012), sobre Carlos Marighella, o fundador da ALN. Ele trazia uma cópia de um documento mantido sob sigilo pela ditadura, o laudo da necropsia de Virgílio, datado de 7 de outubro de 1969.

Ele continha uma fotografia do militante morto, após as torturas, impressões digitais e o nome dele completo, além da causa da morte: traumatismo crânioencefálico por instrumento contundente. Também continha uma lista dos horrores praticados com seu corpo: fratura completa circular com afundamento do osso frontal do rosto, fratura completa da oitava, nona e décima costelas, escoriações nos dois punhos (compatíveis com o pau de arara), hematomas na região escrotal (devido a choques elétricos no local), e outras dezenas de traumas.

O documento dizia ainda que o corpo havia sido encontrado em um terreno baldio. “Era uma forma de dizer que ele tinha sido morto por bandidos. Mas os bandidos eram eles, os militares”, explica Ilda. Apesar de estar plenamente identificado, Virgílio foi enterrado como indigente. E o documento dizia onde: no cemitério de Vila Formosa. Com esse laudo, a família conseguiu obter um atestado de óbito definitivo, ao invés de um de morte presumida. Também conseguiu a exumação de restos mortais no local onde o militante estaria. Feita no final de 2010, Ilda diz que ainda não sabe qual foi o resultado.

O relatório da Comissão da Verdade afirma que até o momento nada foi identificado na exumação. Mas que novas escavações devem ser feitas em locais onde estariam enterrados mais desaparecidos políticos. “Gostaria que houvesse um empenho para se achar a ossada porque isso muda muita coisa. A gente passa a ter um lugar, a saber onde ele está. Enquanto a gente não sabe é uma vida sem fim.”