Blog do Mario Magalhaes

Arquivo : setembro 2014

Discurso mostra que Marina considera religião ao definir políticas públicas
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Mário Magalhães

Discurso da senadora Marina Silva pronunciado no plenário em 11 de março de 2002 se contrapôs à produção de alimentos transgênicos no Brasil e defendeu essa opinião citando também passagens bíblicas.

O discurso (leia aqui a transcrição do Senado) é contraditório com declaração da atual candidata a presidente feita na edição do “Jornal Nacional” de 27 de agosto passado (assista aqui).

Em resposta a afirmação de William Bonner, entrevistador ao lado de Patrícia Poeta, Marina disse:

“Há uma lenda de que eu sou contra os transgênicos. Mas isso não é verdade”.

No mesmo pronunciamento de 2002, a então senadora sustentou a oposição à introdução dos alimentos geneticamente modificados argumentando com ensinamentos da Bíblia. Depois de mencionar “cinco referências bíblicas em que Deus é altamente zeloso com o meio ambiente”, Marina acrescentou:

Em Gênesis 21,33, o próprio Patriarca Abraão, com mais de 80 anos, resolve plantar um bosque. Quem planta um bosque com quase 100 anos está pensando nas gerações futuras, que têm direito a um ambiente saudável. Era esse o significado simbólico do texto. No Êxodo 22,6, há determinação explícita no sentido de que quando alguém atear fogo a uma floresta ou bosque deverá pagar tudo aquilo que queimou. Talvez essa regra seja mais rigorosa do que as do Ibama. Com relação aos transgênicos, o livro Levíticos 22,9 expressa claramente que não se deve profanar a semente da vinha e que cada uma deve ser pura segundo a sua espécie”.

Em seguida, a senadora afirmou que “tendo em vista o lado espiritual”, os argumentos pró-transgênicos não convenciam.

Próceres da campanha presidencial e aliados de Marina Silva têm reiterado que a religião da candidata evangélica não interfere na definição de suas políticas públicas.

O blog soube do discurso de Marina pela coluna de Fernando Molica no jornal “O Dia” (aqui).

De acordo com o jornalista, a senadora Marina discursou ao menos seis vezes contra os transgênicos. Um projeto de lei de sua autoria, datado de 1997, definido por ela mesma como “moratória”, vetava por cinco anos “plantio, comércio e consumo de organismos geneticamente modificados e produtos derivados, em todo o território nacional”. Acabou arquivado, em 1999.

Procurando na internet, encontrei um post contundente e mais amplo do ambientalista Dener Giovanini sobre as intervenções de Marina contra os transgênicos. Está em seu blog, “Reflexões ambientais” (aqui).

Em 1997 e 2002, Marina Silva era senadora eleita pelo PT do Acre. Hoje disputa o Planalto pelo PSB.

Por falta de conhecimentos, não tenho juízo formado sobre a controvérsia dos transgênicos.

Mas duas coisas estão claras:

1) talvez por esquecimento, Marina Silva, mesmo sem querer, permitiu que os espectadores supusessem que os entrevistadores Poeta e Bonner faltavam com a verdade ou padeciam de ignorância ao afirmar que ela se opusera aos transgênicos. Noutro momento da entrevista, a candidata disse a Poeta: “Talvez você não conheça bem a minha trajetória”. Ao menos no que diz respeito aos transgênicos, os jornalistas mostraram saber mais do que a entrevistada sobre a trajetória dela própria;

2) o discurso de 2002 é eloquente: não procedem as versões de que Marina Silva não permite que a religião interfira nas políticas públicas que ela defende. Interfere, sim. Ou pelo menos interferia.

Para quem prega uma “nova política”, há algo de estranho na negação de fatos documentados.

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Para quem Brizola diria ‘estás costeando o alambrado’? Quem seria bundinha?
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Mário Magalhães

Leonel Brizola – Foto reprodução Memorial do RS

 

Governador do Rio Grande do Sul, deputado federal cassado pelos golpistas de 1964 e duas vezes governador do Rio de Janeiro, Leonel de Moura Brizola (1922-2004) era um gigante dos debates eleitorais na TV.

Tenho me lembrado dele, esfuziante, ao ver alguns desempenhos borocoxôs de candidatos em 2014.

Brizola era também um frasista mordaz, tipicamente gaúcho.

Quando queria dizer que um aliado insinuava abrir mãos dos valores cultivados até então, Brizola falava na cara: “Estás costeando o alambrado”.

Quem costeia o alambrado é o gado que  ameaça passar para a estância vizinha.

Fulano “está costeando o alambrado”, denunciava Brizola. Muitos e muitos acabaram se bandeando.

Quem, na campanha em curso, parece abrir mão de sua plataforma histórica, mudando de lado?

Quem “costeia o alambrado”?

O velho Leonel chamava maldosamente o adversário Rubem Medina, político conservador, de “bundinha”.

É uma expressão gaudéria que não significa exatamente filhinho-de-papai, coxinha ou bunda-mole, mas tem um pouco de cada uma dessas palavras.

Quem seria, no olhar brizolista, o bundinha da eleição presidencial de 2014?

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‘A paciente 9413’, por Roger Cohen
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Mário Magalhães

Uma grande história, história de vida de Roger Cohen, publicada originalmente no “New York Times” e traduzida pelo “Globo”:

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A paciente 9413

Por Roger Cohen

Minha mãe era uma mulher oca como uma árvore atingida por um raio. Queria saber o motivo.

Desde sua primeira tentativa de suicídio, em 1978, quando eu tinha 22 anos, venho tentando preencher as lacunas. Ela esteve fora durante a maior parte de minha infância e, quando voltou, ninguém falava sobre o período de sua ausência.

Soube muito mais tarde que ela passou a sofrer de depressão aguda depois do nascimento de minha irmã mais nova, em 1957. Ela esteve em hospitais e sanatórios levando injeções de insulina — um tratamento em voga para doenças mentais graves — e choques elétricos. Os espasmos, convulsões e comas deveriam tirá-la de sua “psicose puerperal”, o termo então usado na Inglaterra para depressão pós-parto.

Em 1958, minha mãe deu entrada no Sanatório Holloway, a enorme fantasia gótica vitoriana de um magnata do século XIX, Thomas Holloway, que fez fortuna vendendo misturas medicinais duvidosas. O sanatório, aberto em 1855, era um conjunto de edifícios de tijolos vermelhos, encimados por uma torre de quase cinco metros de altura que se projetava no ar úmido do Surrey.

Para ler a íntegra da coluna, basta clicar aqui.


2ª-feira: livro ‘Caminhos da migração’ tem lançamento no Rio
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Mário Magalhães

blog - livro syrlea

Nesta segunda-feira (8 de setembro), a partir das oito horas da noite, rola na Blooks o lançamento do livro “Caminhos da migração: memória, integração e conflitos” (edição Leo Christiano Editorial e Faperj).

Como indica o título, o volume reúne artigos sobre migrantes/emigrantes/imigrantes no Brasil e em vários lugares do mundo. A organização é de Miriam Santos, Regina Petrus, Helion Póvoa Neto e Charles Gomes.

A historiadora Syrléa Marques Pereira participa com o trabalho “Trajetórias de vida ‘invisíveis’: mulheres, imigração e trabalho”.

Professora e pesquisadora da Uerj, a amiga Syrléa generosamente compartilhou seus conhecimentos comigo durante a preparação da biografia “Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo” (Companhia das Letras).

Craque que é em imigração italiana, foi com ela que eu aprendi muita coisa sobre o universo do pai de Marighella, o mecânico Augusto, italiano de Ferrara que acabou ficando para sempre pelas bandas da Bahia.

Mais informações sobre o livro, incluindo títulos e autores de todos os artigos, podem ser obtidas clicando aqui.

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Novo recuo: Marina imita Dilma e Aécio ao defender impunidade de torturador
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Mário Magalhães

A “nova política” da candidata Marina Silva (PSB) perdeu ainda mais o viço com seu pronunciamento a favor da impunidade de agentes do Estado que torturaram, assassinaram e sumiram com corpos de opositores durante a ditadura que vigorou no Brasil de 1964 a 1985.

A mudança da opinião histórica de Marina contra a anistia aos violadores dos direitos humanos se tornou pública em entrevista da ex-senadora ao G1 (assista aqui).

“Defende a revisão da Lei de Anistia?”, indagaram-lhe. Ela respondeu: “Não”.

Em novembro de 2008, Marina havia publicado na “Folha” um artigo defendendo opinião oposta (aqui): “A tortura é crime hediondo, não é ato político nem contingência histórica. Não lhe cabe o manto da Lei de Anistia. À justiça aqueles que, por decisão individual e intransferível, utilizaram esse instrumento torpe. Seu ajuste de contas não pode se limitar ao contencioso direto com suas vítimas. Somos todos atingidos duplamente, em nossa humanidade e em nossa cidadania. O Estado, que nos representa, deve agir tendo em conta essa dimensão”.

Foi o repórter Bernardo Mello Franco quem informou sobre mais essa reviravolta de Marina Silva (aqui).

Na sexta-feira, a candidata divulgou seu programa de governo. Um dia depois, mudou passagens relevantes sobre emprego de energia nuclear, casamento de pessoas do mesmo sexo e criminalização da homofobia. Alegou ter havido “falha processual na editoração” do texto.

Ao pregar que a anistia política de 1979 também ampara criminosos a serviço do Estado, Marina, em vez de se diferenciar entre os mais fortes postulantes à Presidência, adotou a mesma plataforma de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).

Esgrimindo palavras menos cruas, os três consideram que, ao contrário do que ocorre ainda hoje na Alemanha, Argentina, Camboja e Sérvia, funcionários públicos autores de crimes contra a humanidade merecem ser protegidos pela aberração da impunidade.

Em abril, Dilma, antiga guerrilheira torturada por agentes da ditadura, falou sobre o assunto (aqui).

Aécio teve sua posição registrada aqui.

A opinião do blogueiro sobre anistia e impunidade está aqui.

Desbotada precocemente, a “nova política” já se parece com a “velha”.

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Traves, que eram maldição, agora salvam o Flamengo
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Mário Magalhães

“Trave, essa maldita, atrapalha, mas não barra ascensão do Flamengo”, comentei aqui no blog na segunda-feira.

Afinal, nos dois jogos mais recentes pelo Campeonato Brasileiro, o rubro-negro acertou cinco bolas no poste.

“Vai ver a sorte está se guardando para quando tiver que fazer a diferença”, escrevi.

Que boca: depois da vitória de 3 a 0 sobre o Coritiba ontem no Maracanã, o Flamengo passou às quartas-de-final da Copa do Brasil ao derrotar o visitante nos pênaltis.

O Paulo Victor defendeu duas cobranças da equipe paranaense. Noutras duas, a trave esquerda e o travessão defenderam.

A ventania da madrugada anterior no Rio pareceu ter provocado uma reviravolta na sorte rubro-negra, ao menos no que se refere às traves.

Para não dizerem que eu fugi do assunto, alguns pitacos sobre os dois pênaltis para o time da casa assinalados no tempo normal e que foram convertidos pelo Alecsandro.

Ambos se situam naquele terreno subjetivo que autoriza ao árbitro tanto marcar quanto não marcar, sem que a decisão represente escândalo.

Wagner Reway anotou os dois.

Pelo que vi na TV, acho que o primeiro foi, e o segundo, não.

Para fechar: 20 mil torcedores, muito bom público, tarde da noite numa quarta-feira e depois de um chocolate de 0 a 3 no jogo de ida.

Que torcida é essa?

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Se Justiça perdoar racismo de outras torcidas, vai se desmoralizar
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Mário Magalhães

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva merece os mais entusiasmados cumprimentos pela punição ao Grêmio, decorrente de atos racistas de torcedores do tricolor gaúcho.

A corte excluiu _eufemismo para expulsou_ o clube da Copa do Brasil.

A decisão é correta porque o principal combustível para crimes como o racismo é a impunidade.

Espera-se que a Justiça comum também puna os autores das ofensas ao goleiro santista Aranha há uma semana.

O julgamento histórico, mais do que se esgotar na sessão desta quarta-feira, anuncia o fim da tolerância com barbaridades como as cometidas no estádio em Porto Alegre.

Se a Justiça desportiva não repetir o mesmo procedimento com outros clubes e torcidas, dará a entender que castiga somente o Grêmio, e não o racismo.

A partir de agora, racismo vai gerar punições severas aos clubes, qualquer clube.

É isso mesmo?

Em defesa da civilização, espero que sim.

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Vitamina P, o revigorante do velho Tancredo, parece faltar ao neto Aécio
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Mário Magalhães

Consegui enfim, dias atrás, graças ao canal Curta!, assistir ao filme “Tancredo, a travessia”. A certa altura do ótimo documentário de Silvio Tendler, o repórter Ricardo Kotscho contou uma passagem saborosa, com a verve que lhe é peculiar.

No bye, bye, Brasil da campanha a presidente, que seria escolhido pelo famigerado colégio eleitoral, Kotscho teve a sorte de encontrar Tancredo sozinho em um saguão de hotel. Vivia-se o final de 1984, princípio de 1985. O jornalista tinha 36 anos, e o veterano político, 74, ambos piscianos, safra de março.

Pois o meu colega estava no bagaço, como é comum em maratonas como coberturas de campanha eleitoral e Copa do Mundo. E Tancredo aparentava uma saúde de astronauta que o trairia meses mais tarde.

Ao Silvio Tendler, o Kotscho contou que indagou ao Tancredo como ele exibia aquela disposição toda.

Seu segredo era a “vitamina P”, respondeu o antigo ministro, primeiro-ministro e governador.

Como o interlocutor não entendeu, Tancredo explicou:

“P, de poder”.

Noutras palavras, ele se revigorava com o gosto pelo poder da influência política que detinha e com a perspectiva de mais poder ainda, se chegasse ao Planalto.

Posso estar errado, salvo engano nunca cruzei com Aécio Neves, mas à distância minha impressão é de que lhe falta a vitamina P que corria em excesso nas veias do seu avô Tancredo.

Não que Aécio recuse o poder ou que o poder não lhe proporcione satisfação. As eleições de que participou, os cargos importantes que ocupou e a ambição de se tornar presidente da República evidenciam o oposto.

Porém, ao contrário do que ocorria, para ficar num exemplo, com Eduardo Campos, a batalha eleitoral não aparenta comover tanto o neto de Tancredo.

No debate da Band, duas expressões faciais sobressaíram: a de Dilma Rousseff, que não ri, e a de Aécio, cujo sorriso é permanente. Os dois pareceram autênticos, sem forçar caras e bocas.

Dos 11 candidatos à Presidência, nenhum é publicamente tão simpático quanto Aécio.

Aécio já não tem muitos motivos para conservar o sorriso, ameaçado que está de não ir nem para o segundo turno. Mas duvido que, além da tristeza e da frustração inescapáveis, isso lhe cause maiores dramas.

Ele não é melhor nem pior do que o avô, só diferente. Sua vitamina P talvez seja mais do prazer de viver, e não a do regozijo com o poder.

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Pintar cabelo vira condição para disputar Planalto; FHC e Lula não têm vez
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Mário Magalhães

A norma estética não escrita une candidatos mais jovens e mais velhos; de esquerda, direita e muito pelo contrário; mulheres e homens; adeptos do preto e do acaju; 100% tintura ou perdão a um grisalho para disfarçar a intervenção química.

Os 11 postulantes à Presidência em 2014 parecem rejeitar cabelos embranquecidos, como se eles indicassem prazo de validade vencido e ausência de energia jovial para conduzir o Brasil.

Com todo respeito aos rapazes, acho que só fica bem nas moças, embora madeixas brancas como as da madame Christine Lagarde,  chefona do FMI, também sejam sedutoras. Além de elengantérrimas, Dilma Rousseff e Luciana Genro, com cabelos claros, e Marina Silva, pretos, estavam muito bonitas no debate UOL-Folha-SBT-Jovem Pan da segunda-feira. Dilma com a cabeleira escovada, Marina, presa, e Luciana, encaracolada. Se depender de estilo, estaremos em boas mãos com cada uma delas.

Já os moços…

Levy Fidelix, que quer “endireitar” o país, endireitou o cabelo e o bigode, com um pretume outrora associado às asas da graúna.

Já Eduardo Jorge, que entre outras bandeiras defende a descriminalização da maconha, criminalizou os fios brancos e os escureceu. Ao contrário de Levy, não pintou o bigode _nem o cavanhaque, bastante embranquecido.

José Maria Eymael, nascido na década de 1930, segue sem branco na cabeça, onde ostenta um acaju mais luminoso que amarelo de sinal de trânsito. (Aproveitando a oportunidade: por que o senhor aposentou o jingle mais querido das campanhas presidenciais?)

Cristão como Eymael, o Pastor Everaldo também não dispensa pinceladas para esconder a passagem do tempo. Só que ele preserva uma pequena área não devastada pela tinta, pretendendo sem sucesso indicar que só ali a cor natural mudou.

Era ontem o mesmo visual de Aécio Neves, cujo cabelo estava mais preto no debate da Band, na semana passada (não vale dizer que a mudança no visual foi culpa da preocupação com as pesquisas).

José Maria de Almeida aparenta divergir de Aécio só em política, pois no alto seus cabelos que escasseiam estão pretos, em contraste com o branco das laterais.

Rui Costa Pimenta é mais radical: pintou tudo.

Em Mauro Iasi, a barba grisalha à Karl Marx contrasta com o cabelo escuro. (Mas é o único caso em que tenho dúvida sobre se o candidato passou no salão.)

E daí tudo isso?

E daí nada.

Só mostra que, também ou principalmente na política, a imagem pode ser recauchutada. E como as convenções culturais mais conservadoras se impõem.

Cá entre nós, é uma pequena diversão de quem, como eu, desde os 30 e poucos anos ouve brincadeiras sobre nevasca na cabeça.

É curioso que o octogenário Fernando Henrique Cardoso e o sexagenário Luiz Inácio Lula da Silva, cavalheiros bem resolvidos com seus cabelos brancos, seriam barrados da eleição presidencial, a considerar a condição tácita de pintar o cabelo.

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