Blog do Mario Magalhaes

Arquivo : junho 2014

Messi honra o templo de Zico
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Mário Magalhães

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O meu título dos sonhos para este post era “Messi deslumbra no templo de Zico”.

Ao fim do primeiro tempo, eu titulava “No templo de Zico, Messi vira quase zé-ninguém”.

Aos 10 min da segunda etapa, mudei para “No templo de Zico, Messi é mais um”.

A partir de então, o atacante cresceu com a seleção argentina e foi decisivo para a vitória difícil de 2 a 1 sobre a Bósnia-Herzegóvina.

Messi não deslumbrou porque esteve longe do fulgor do melhor jogador do planeta que ele é.

E o melhor que eu vi na vida _como já contei, conheço o craque Pelé por videoteipes e, Zico, não tenho independência afetiva para julgar.

No estádio onde o Galinho marcou 333 gols, Messi deixou um, belíssimo. Antes, cobrou a falta que resultou em gol contra bósnio.

A cria do Barcelona e o time foram prejudicados pela excessiva determinação defensiva do treinador Alejandro Sabella. Ele começou com três zagueiros. Assim, o sistema (disposição básica dos jogadores em campo) foi 5 na defesa – 3 no meio-campo – 2 no ataque, um deles Messi.

A bola não chegou ao ataque, e a Argentina teve muita sorte ao marcar logo dois minutos depois do pontapé inicial. Na esquerda ofensiva, Messi cobrou falta sofrida por Agüero, a bola roçou em Rojo e Kolasinac marcou contra sua meta.

A Pulga tentava arrancadas, passes, dribles. Quase tudo dava errado.

Sozinho, Messi parecia menino de colégio que está com a bola: o time adversário inteiro ia para cima dele.

Mais preso à marcação, Di Maria pouco chegou à frente.

No intervalo, Sabella tirou um zagueiro, Campagnaro, e lançou o centroavante Higuain. Trocou o meia Maxi Rodriguez por Gago.

O sistema ficou com quatro defensores, três meias, Messi de ponta-de-lança e Agüero e Higuain no ataque.

A Argentina melhorou, com Messi jogando mais atrás, buscando a bola e armando.

Aos 19 min, ele partiu em velocidade da direita para o centro, tabelou com Higuain, deixou defensores para trás, chutou na trave direita, e a bola entrou. Baita gol, celebrado efusivamente pelo autor.

Aos 40 min, quando o jogo parecia definido, a Bósnia diminuiu com Ibisevic tocando entre as pernas do goleiro Romero, que fez boa partida.

A Argentina estreou sem brilho, abaixo de outros favoritos, como Brasil, Itália e Holanda, e de segundas forças como França e Colômbia.

Mas teve Messi. Mesmo ainda distante dos melhores dias, ele decide _aos 46 min, quase fez outro, chutando na rede pelo lado de fora.

Messi honrou o templo de Zico.


Tecnologia 1 x 0 Conservadores do futebol; a Marselhesa fica para a próxima
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Mário Magalhães

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O blog folga em informar que o emprego da tecnologia no futebol marcou um tento histórico neste domingo, 15 de junho de 2014: a vitória de 3 a 0 da França sobre Honduras entra nos anais do esporte menos pelo resultado e mais pelo triunfo do chip eletrônico que elucidou a dúvida sobre a ultrapassagem da bola da linha do gol.

Aos 2 minutos do segundo tempo, o atacante Benzema chutou na trave esquerda, mas a bola não entrou. Ela voltou e foi tocada pelo goleiro Valladares. Então, no ar, passou da linha.

A olho nu, seria difícil ter certeza se foi ou não gol. Com o recurso tecnológico adotado pela primeira vez ,agora na 20ª Copa, o árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci pode decidir corretamente.

O computador ajudou-o no seu desempenho muito bom, mais notável ainda por ter ocorrido num Mundial em que se acumulam erros grosseiros de arbitragem.

Os conservadores que não queriam a introdução da tecnologia de modo algum estão inconsoláveis. Em meio tão avesso a mudanças como o futebol, eis uma novidade bem-vinda.

Em campo, a França acertou duas vezes o travessão, antes de Benzema abrir o placar de pênalti, aos 44 min do primeiro tempo. Na jogada de falta, Palacios empurrou Pogba. Corretamente, o árbitro mostrou cartão amarelo ao hondurenho, que já tinha sido amarelado e, portanto, foi expulso.

Aos 2 min da segunda etapa, veio o 2 a 0, na jogada esclarecida com auxílio do chip e das câmeras. O gol foi atribuído ao goleiro.

Caso contrário, Benzema seria o artilheiro isolado do Mundial, porque aos 26 min ele anotou o terceiro da seleção francesa.

Vexame: em virtude de uma pane no sistema de som, os hinos não foram executados antes da partida no belíssimo Beira-Rio. A Marselhesa fica para a próxima.

Honduras poderia ter tido melhor sorte se, em vez de se dedicar tanto a bater, tentasse jogar mais.


Precisão de relógio supera furos do queijo suíço
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Mário Magalhães

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Aos 48 min do segundo tempo, o atacante Seferovic impediu que o nono jogo da Copa tivesse o primeiro empate: deu Suíça 2 a 1 sobre o Equador, pelo grupo E.

Foi uma partida eletrizante, aberta com um gol de Enner Valencia, de cabeça, numa defesa digna, perdão pelo clichê, de queijo suíço: aos 22 min do primeiro tempo, o equatoriano cabeceou absolutamente sozinho.

Com precisão de relógio nacional, Mehmedi empatou de cabeça aos 3 min da segunda etapa.

As duas equipes foram à luta, e os suíços conseguiram definir, num contra-ataque mortal.

Mais um bom jogo, e dos mais emocionantes, com espírito de Copa.


Roberto Carlos reclama da cidade de treinos em 2006: ‘Nada pra fazer’
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Mário Magalhães

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O ex-lateral Roberto Carlos deu mais uma contribuição para entender o fracasso da seleção na Copa de 2006. Na condição de comentarista da TV Globo, o antigo jogador reclamou da localidade suíça, Weggis, onde a equipe se preparou para o Mundial da Alemanha: era uma cidade pequena, “não tinha nada pra fazer”.

Trocando em miúdos, o campeão de 2002 pareceu mais preocupado com lazer e passeio do que com os treinamentos. O Brasil, então comandado por Carlos Alberto Parreira, era o favorito.

Caiu diante da França, numa jogada em que, em vez de marcar, Roberto Carlos estava arrumando a meia.

Ele fez o comentário na tarde deste domingo, durante a transmissão da partida entre Suíça e Equador pelo Mundial 2014.

O curioso é que, sabidamente, houve um tremendo oba-oba em Weggis, com os jogadores confraternizando demais com a torcida e se preocupando pouco com a preparação.


Um título dos sonhos para hoje à noite: #Messi deslumbra no templo de #Zico
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Mário Magalhães

 

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Logo mais, a partir das sete da noite, Messi terá a honra imensa de pisar o gramado do Maracanã, por mais que a nova arena não seja exatamente o velho estádio.

O mítico santuário do futebol também será honrado, com a presença do gênio argentino.

No Maracanã, Zico marcou o cabalístico número de 333 gols.

Foi ali que Zico, também gênio imortal, foi mais Zico.

Sonhei que uniria o passado antológico com o brilho contemporâneo ao noticiar o jogo entre Argentina e Bósnia-Herzegóvina.

“Messi deslumbra no templo de Zico”, eis o título dos sonhos.

Vai depender do desempenho da Pulga.

Bola contigo, Messi.

Suerte!


No calor amazônico, um deleite para os amantes do futebol
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Mário Magalhães

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Culpa desta Copa tecnicamente muito boa, generosa em gols (25 em sete jogos) e que até aqui recusa empate _não houve nenhum: o resultado mais justo da maravilhosa partida entre Inglaterra e Itália seria a igualdade. Deu vitória de 2 a 1 para os italianos.

Mas o futebol, ainda bem, não é tribunal, e inexiste conceito de resultado justo ou injusto (quando ninguém é garfado). Qualquer placar seria aceitável na noite de sábado.

No grupo D, o da morte, a Costa Rica e a Itália lideram em pontos, com os latino-americanos à frente no saldo de gols (fizeram 3 a 1 no Uruguai, única zebra até agora).

No jogo entre europeus, disputado em Manaus sob temperatura superior a 30 graus, o futebol exibido credencia as duas seleções como favoritas para passar às oitavas-de-final. Hoje atuaram como timaços.

O primeiro tempo expôs desde o minuto inicial um embate tático pouco variável: a Itália cultivou a posse da bola, e a Inglaterra deixou o oponente jogar, marcando à distância e investindo nas roubadas de bola seguidas de ataques rápidos.

O equipe de Cesare Prandelli cadenciou o ritmo, talvez temerosa da combinação de calor e umidade,  tocando lateralmente.

A de Roy Hodgson acelerou, com um estilo mais vertical e agudo.

O ritmo italiano foi facilitado pela recusa inglesa, igualmente respeitando o clima, em pressionar a marcação.

Parecia haver um receio comum, o de sair atrás e ter de reagir com empenho físico que pudesse comprometer os jogadores durante a partida e mesmo no restante da campanha.

O gol de Marchisio, com chute de fora da área aos 34 min, foi antecedido do brilho de Pirlo, volante genial, que confundiu a defesa adversária com um corta-luz desconcertante.

O curioso é que, escola da defesa segura, a Itália sofreu o empate dois minutos mais tarde, em um contra-ataque típico de quem está vencendo, e não perdendo, como era o caso da Inglaterra.

Rooney, até então discreto, disparou pela esquerda e cruzou para Sturridge empatar.

Um jogo de xadrez bem pensado, de alto nível técnico. Um deleite para quem ama o futebol bem jogado.

O segundo tempo manteve o padrão estético de futebol sublime.

A sorte _e eficiência_ italiana foi desempatar aos 4 min, com meu xará Mário Balotelli concluindo cruzamento de Candreva.

Quando o brasileiro naturalizado italiano Thiago Motta entrou, a torcida foi exemplar. Não apupou-o, ao menos não em massa, como havia vaiado, em manifestação xenófoba, o hispano-brasileiro Diego Costa no jogo da Espanha contra a Holanda.

Depois do 1 a 2, a Inglaterra arriscou ainda mais, acumulando oportunidades. O goleiro italiano Sirigu, que substituiu o contundido de última hora Buffon, esteve excepcional, salvando sua seleção.

O sofrimento devido ao calorão e ao confronto parelho cansou os jogadores, e sobrevieram cãibras e outras demonstrações de fadiga.

Nos acréscimos, Pirlo, o estilista da meia-cancha, acertou o travessão em cobrança de falta.

E a Copa está só começando…


Na 1ª zebra da Copa, Costa Rica vence e complica Uruguai no grupo da morte
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Mário Magalhães

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Sessenta e quatro anos depois de conquistar heroicamente a Copa em pleno Maracanã, o Uruguai foi um desastre na sua estreia no 20º Mundial. Perdeu neste sábado, em Fortaleza, para a modesta Costa Rica.

O resultado de 3 a 1 é a primeira zebra da competição. Não constitui acidente. A seleção bicampeã mundial não se impôs na maior parte da partida. Só teve um pouco mais de atitude ofensiva no segundo tempo, após levar a virada.

A equipe sul-americana se ressentiu da ausência do atacante Luis Suárez, que ainda se recupera de contusão. O veterano Forlán, muito mal, deu pena, sobretudo considerando que havia sido eleito o melhor na Copa de 2010, quando o Uruguai alcançou a semifinal.

Sem brilho, os uruguaios abriram o placar de pênalti (existente) de Díaz sobre Lugano. Cavani converteu, aos 23 min do primeiro tempo.

Após o intervalo, a Costa Rica pareceu equipe grande e de tradição, invertendo os papéis históricos.

Aos 5 min, Duarte cabeceou cara a cara com Muslera, que defendeu.

Três minutos mais tarde, desmarcado na área, Campbell empatou.

Duarte, em jogada idêntica à do começo da etapa final, desempatou aos 12 min. O costa-riquenho estava em impedimento, não assinalado.

Foi incrível a facilidade para conclusões de cabeça na área uruguaia, cujos dois zagueiros, Lugano e Godín, costumam ser muito bons no jogo aéreo.

Aos 38 min, Ureña fez o terceiro.

A derrota do Uruguai no chamado grupo da morte fortalece aqueles que eram identificados como seus maiores concorrentes na batalha pelas duas vagas: Itália e Inglaterra.

Dos quatro semifinalistas na África do Sul, dois estrearam em 2014 com reveses contundentes _a campeã Espanha amargou um chocolate de 5 a 1 imposto pela vice Holanda.

Sem eufemismos: a derrota dos nossos vizinhos do Sul configura um vexame colossal. Eventual eliminação por Itália e Inglaterra seria normal. Cair merecidamente diante do azarão da chave, por 3 a 1, é demais.

No finzinho, o uruguaio Maxi Pereira recebeu vermelho, por patada em Campbell. Foi o retrato do fiasco.

Parabéns, Costa Rica!


Foi mesmo pênalti em Fred; imagem mostra por que essa conclusão se impõe
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Mário Magalhães

Ilustração: blog Linus Fremin

 

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Primeiro, foi o árbitro Yuichi Nishimura, que assinalou pênalti de um croata sobre Fred. De tão convicto, o japonês correu de modo performático, apontando a marca da cal.

Diante da reação quase unânime no planeta, divergindo da decisão, o chefão da arbitragem da Fifa, Massimo Busacca, sugeriu, meio sem jeito, que houve penal.

Mais tarde, Sepp Blatter, o presidente padrão Fifa, mostrou-se mais enfático que o compatriota suíço: a falta dentro da área, no jogo Brasil 3 x 1 Croácia, de fato ocorreu.

É o que já tinha dito Fred, em vídeo distribuído pela CBF: “Foi pênalti claro”.

Não foi, não. Mas não é isso o que chama a atenção.

E sim a ideia de muita gente segundo a qual interpretar o óbvio ou o não óbvio, caso a conclusão não se preste aos interesses da seleção, equivale a trair o Brasil.

Estão errados. Para torcer, não é preciso ficar cego. Muito menos para comentar.

De tanto falarem, vão acabar produzindo uma lavagem cerebral. Só assim vão convencer que o falso é verdadeiro.


Mestres da pintura holandesa: Van Gogh, Vermeer, Rembrandt e… Van Persie!
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Mário Magalhães

blog - van persie vale

Van Persie, uma pintura de gol – AP Photo/Bernat Armangue

 

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A Holanda nos proporcionou a mais fascinante exibição coletiva nos dois dias iniciais da Copa (5 a 1 na campeã Espanha), o melhor desempenho individual (Robben) e o uniforme mais belo, o azul que não deixou saudade do consagrado laranja.

Van Persie anotou de cabeça um gol imortal. Pareceu parado no ar, como um colibri, na imagem de Dario.

Uma obra de arte, pintura de grande artista.