Blog do Mario Magalhaes

A solidão de Neymar
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Mário Magalhães

Neymar, cercado, no empate da sexta-feira - Natacha Pisarenko/AP Photo

Neymar, cercado, no empate da sexta-feira – Natacha Pisarenko/AP Photo

 

Casagrande, comentarista que eu admiro, disse durante a transmissão da sexta-feira que Dunga acertara ao trocar Ricardo Oliveira por Douglas Costa no segundo tempo.

Muita gente boa concorda com ele, mas divirjo: o técnico da seleção cometeu foi erro, grave, ao deixar o atacante do Bayern de Munique no banco.

Não apenas pela fase fabulosa em seu clube _espantados com a ausência do gaúcho, argentinos festejaram nas redes sociais, ainda antes do jogo.

Mas por permitir que a defesa da casa, que se concentraria sobretudo em Neymar e Douglas Costa, fosse presenteada com a chance de focar somente num brasileiro.

Com a contusão de Ribery, Douglas tem jogado de ponta-esquerda no escrete de Guardiola. Na seleção, complica, pois esta é a posição de Neymar, como no Barcelona.

Se Neymar, destro, joga pela esquerda, Douglas, canhoto, bem que poderia ficar na direita do ataque.

Tostão havia sugerido Douglas pela esquerda e Neymar no centro dianteiro, como 9 ou, vá lá, falso 9. Foi mais ou menos isso o que ocorreu a partir da saída de Ricardo Oliveira.

Bastou o canhotinho entrar, participar de uma jogada, e o Brasil empatou com Lucas Lima, fechando o placar em 1 a 1.

A equipe melhorou na segunda etapa, mesmo sem brilhar. Falta armação, maldição que tem maltratado o futebol nacional.

Em muitos momentos, Neymar foi marcado, bafo no cangote, por três oponentes. Fica difícil. Se Douglas estivesse em campo, não teriam como destacar tanta gente para grudar em Neymar, pois temeriam dar liberdade ao craque que arrebenta na Bundesliga.

Neymar ficou solitário, contra um paredão. Idem Ricardo Oliveira, feito Fred na Copa, vendo a bola de longe.

Com a substituição, Dunga não acertou. Amenizou o equívoco de presentear a Argentina com Douglas na reserva.

Outra opção infeliz é a insistência com David Luiz, cujo cartão vermelho significa reforço amanhã contra o Peru.

O treinador não gosta de Thiago Silva, meu preferido? Tudo bem. Contudo, a manutenção do zagueiro aloprado dos 7 a 1 eterniza um perigo dispensável.

Empatar em Buenos Aires não foi mau resultado. Mas a seleção poderia ter vencido, se desde o início contasse com Douglas no lugar de Ricardo ou Willian.

Pegar os argentinos sem Messi não é todo dia. Sorte que lá está Tata Martino, o pior técnico do mundo (Dunga é melhor do que ele).

Para o Brasil evoluir, Neymar, um dos três melhores do planeta, não pode ficar só.

Parece que Douglas sairá jogando em Salvador. Tomara.

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Paris
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Mário Magalhães

''O grito'', Edvard Munch


Mentira complica candidatura de Pedro Paulo e respinga em pretensão de Paes
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Mário Magalhães

Rio de Janeiro, RJ,BRASIL, 05/11/2015; O Secretario de Governo do Rio, Pedro Paulo, que é acusado de agredir a ex mulher. (Foto: Ricardo Borges/Folhapress. ) *** EXCLUSIVO FOLHA***

Pedro Paulo, supersecretário municipal do Rio – Foto Ricardo Borges/Folhapress

 

Na quinta-feira retrasada, Pedro Paulo Carvalho disse ao repórter Italo Nogueira, sobre uma agressão à mulher em 2010: ''É um episódio difícil, de uma discussão de casal. Mas é importante dizer que foi um episódio único na minha vida. Jamais tive qualquer atitude dessa com minha mulher, meus filhos. Nem briga de rua. Não tenho uma atitude de violência antes e depois desse episódio''.

Uma semana depois, o supersecretário municipal do Rio deu ontem entrevista ao lado da agora ex-mulher. Ela confirmou e o ex-marido admitiu que o registro policial de agressão de 2010 era o segundo, como haviam informado pela manhã os repórteres Daniel Haidar e Nonato Viegas. Em 2008, houvera um primeiro.

O deputado federal licenciado e pré-candidato do PMDB a prefeito do Rio não quis explicar por que afirmara antes que ocorrera um ''episódio único''.

Isso não é mentir?

Ele elucubrou: ''Quem não tem uma briga dentro de casa? Quem não tem um descontrole? Quem não exagera numa discussão? Fomos um casal como qualquer outro. Quem não passa isso? Quem às vezes não perde o seu controle? Agora não achar que isso possa ser uma coisa normal na nossa vida''.

E irritou-se com menção a declaração do goleiro Bruno, que um dia pontificou: ''Quem nunca brigou ou até saiu na mão com uma mulher?''.

É relevante nessa história o direito de os cidadãos conhecerem as ações, os valores e as ideias do postulante à prefeitura. O movimento de mulheres vem exigindo do prefeito Eduardo Paes a demissão de Pedro Paulo.

Agora, soma-se outra informação importante. O secretário assegurou em entrevista o que, soube-se sete dias mais tarde, era inverdade.

Sua candidatura agoniza.

O caso respinga nas pretensões presidenciais de Eduardo Paes, que até aqui vem prestigiando Pedro Paulo como o nome do PMDB para 2016.

Insisto: na aparência, o affair Pedro Paulo afeta só a eleição do Rio, mas pode ter repercussão nacional, se Paes concorrer ao Planalto em 2018.

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PMs matam 10, matam menino Jesus, matam inocente, forjam prova. Dá em nada!
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Mário Magalhães

Em protesto, mãe exibe foto do menino Eduardo de Jesus Ferreira, 10

A mãe, Maria, e o filho Jesus – Foto Renato Moura/Voz das Comunidades

 

Uma sucessão de decisões da Polícia Militar e da Polícia Civil do Rio constitui incentivo, involuntário ou não, para que a violência de PMs acumule mais mortes de inocentes no Estado.

A última notícia foi a conclusão da Corregedoria da Polícia Militar sobre a morte de dez pessoas por PMs no complexo da Maré, em junho de 2013 (leia aqui reportagem). O Bope só descreveu seis óbitos. Ao menos um morto estava desarmado.

''Dizer que não houve excesso até na morte de um garçom, morto trabalhando, é completo absurdo'', afirmou o geógrafo Jailson de Souza e Silva, uma das melhores cabeças do Rio, à repórter Bruna Fantti.

A ira do Bope foi despertada pela morte de um sargento do batalhão, horas antes. Quando os policiais entraram na Maré, produziram uma dezena de cadáveres e saíram ilesos. 10 a 0 não é placar de confronto, mas de chacina.

Na semana passada, a Divisão de Homicídios, da Polícia Civil, recusou-se a indiciar o PM que sabidamente matou em abril o menino Eduardo de Jesus. Filho de Maria e José, Jesus, 10, foi alvejado na cabeça com tiro de fuzil, diante da sua casa, no complexo do Alemão.

O relatório do inquérito sustenta que o PM atirou em legítima defesa, ao ser surpreendido por disparos de traficantes de drogas. O tal tiroteio é controverso. Numerosas testemunhas asseguram que ele inexistiu.

Ainda que tenha ocorrido o ataque de traficantes, por que o PM, com uma criança a 5 metros dele, revidou, em vez de se proteger, vendo o menino na linha de tiro? Ou não enxergou Jesus tão pertinho?

A Anistia Internacional qualificou como ''aberração'' a versão bancada pela Divisão de Homicídios.

Uma semana antes da aberração, a repórter Adriana Cruz revelou que um oficial da PM, condenado por forjar prova contra manifestante em 2013, hoje assessora o chefe do Estado-Maior da corporação.

A lição aos jovens soldados? Apronte o que quiser, dá em nada.

Infelizmente, não acabou: anteontem, um rapaz de 21 anos fez uma brincadeira com um amigo no Engenho de Dentro, e um PM tacou-lhe fogo (leia aqui). Assassinou-o, isso mesmo. De graça.

Foi aberto inquérito para investigar homicídio proposital, mas o atirador está em liberdade. Esse mesmo PM matou em 2013 um modelo e promotor de eventos. O policial estava à paisana, de folga e com a arma de trabalho. Envolveu-se numa discussão e fuzilou. No que deu? Adivinha… Quer dizer, deu noutra morte, de um inocente, na terça.

A impunidade é o maior estímulo para que a truculência e a barbárie prevaleçam.

Quase sempre contra pessoas pobres e negras.

Um massacre seletivo e covarde.

A lei só vale para alguns?

Há salvo-conduto para o crime?

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Para quem não entendeu, o Tostão explica a diferença do golaço do Neymar
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Mário Magalhães

ababababab

Coluna do Tostão, ''Folha'', 11.nov.2015

 

Trecho da coluna de hoje do Tostão, na ''Folha'', sobre o golaço do Neymar no domingo: ''O lençol, com o zagueiro à frente do atacante, sem deixar a bola cair, para finalizar e fazer o gol, acontece com certa frequência. Já o lençol com zagueiro atrás do atacante é incrível''.

Na segunda, comparei aqui no blog o gol do Neymar com a obra-prima do Pelé na final da Copa de 58. Dois momentos sublimes do futebol.

Uma galera mais exaltada, em vez de debater ideias e opiniões, desqualificou o escriba: não joga, nunca jogou nada (mal sabem das minhas façanhas em quadras e campos…).

E agora, pessoal, quando o craque Tostão reafirma a diferença do chapéu para a frente e para trás, o que dizer: que ele era ruim de bola, que não entende nada de futebol?

Dá-lhe, Neymar!

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Volta à primeirona tem que ser em campo, não no tapetão. Bravo, Botafogo!
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Mário Magalhães

blog - ronaldo botafogo

Subindo: Ronaldo celebra o gol da vitória contra o Luverdense – Foto Vitor Silva/SSPress

 

Bem cedinho, nesta quarta-feira do aniversário de 60 anos do 11 de novembro em que os tanques foram às ruas para garantir a posse do presidente eleito pelo povo, Juscelino Kubitschek, li na caixa de mensagens o e-mail do amigo botafoguense que vive no exterior: ''Estou à espera de seus comentários elogiosos à subida do meu alvinegro à primeira divisão''.

Não sou maluco de ignorar o feito do Botafogo, sacramentado ontem com a vitória de 1 a 0 contra o Luverdense. O gigante do futebol brasileiro regressa à primeirona pela porta da frente, dispensando tapetões. Coisa de gigante.

Mas não dá para ignorar o que os alvinegros também devem saber: se 2015, pela superação, deve ser um ano inspirador para o que virá, os enganos que provocaram o fiasco de 2014 não podem ser esquecidos. Se forem, a torcida amargará novos fracassos.

Noutras palavras, o time é bom ou muito bom _não vi ou soube de grandes exibições_ para a série B. Para disputar a A com ambições um pouquinho maiores que não cair, e não falo nem em batalhar por título ou vaga na Libertadores, é indispensável melhorar o elenco. E muito.

Fico feliz pela volta por cima do Ricardo Gomes, depois do AVC. E triste pelo pouco caso com quem arrancou com a equipe para as cabeças da segundona, o técnico Renê Simões, afastado no meio do caminho. Ricardo e Renê são dois vencedores, ambos merecem reconhecimento.

Apaixonado pelo Fogão, goleiro limitado na juventude, mais tarde acadêmico brilhante e hoje professor numa instituição estrangeira de prestígio, meu amigo ouviu o jogo em sua sala na universidade. Foi embora de lá chorando.

Para que as lágrimas permaneçam de felicidade, o Botafogo tem que se aprimorar.

Por enquanto, vale a comemoração pela conquista e o exemplo: o clube volta ao seu devido lugar suando e vencendo em campo, que é onde o futebol tem de ser decidido.

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A Catalunha quer a Independência? Então eis a seleção catalã para 2018
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Mário Magalhães

Bandeiras da Catalunha desfraldadas no Camp Nou – Foto reprodução

 

O parlamento da Catalunha deu ontem a largada para a conquista da Independência e a instauração da República.

No cenário mais otimista para os independentistas, a ruptura com a Espanha e a monarquia viria em 2017, um ano antes da Copa da Rússia.

A emancipação retiraria a condição espanhola de duas das três relíquias das vinícolas locais. São da Catalunha a Cava, um dos melhores espumantes do planeta, e o Priorat, cujos tintos rivalizam com os Rioja como os mais aclamados no Estado Espanhol. Logo atrás, também são catalães os vinhos Penedès, que não perdem para os espanhóis Ribera del Duero.

Os catalães, que cultivam desassombrada auto-estima (para os madrilenhos, não passam de marrentos incuráveis), não veriam mais artistas como Joan Miró, Salvador Dalí e Antoni Tàpies serem descritos como ''espanhóis'' mundo afora. E ainda podem dizer que o malaguenho Pablo Picasso devia à Barcelona anos decisivos de sua formação.

Como nem só de álcool e arte vive o ser humano, a blog preocupa-se com a seleção catalã para a Copa de 2018. Seria difícil, quase impossível inscrever a equipe, que não teria disputado as Eliminatórias. É igualmente complicado o movimento pró-Independência chegar lá. O que não impede de especular o time para o próximo Mundial.

Ele alegraria os habitantes da Catalunha que hoje, em parcela não desprezível, torcem contra a Roja. E aliviaria o zagueiro Piqué de ser vaiado por toda a Espanha em virtude, no final das contas, de sua militância pela Catalunha livre. Quer dizer, ser apupado como adversário, tudo bem; vestindo a camisa vermelha espanhola é que não tem cabimento.

Começando por cima, o diretor da seleção seria o catalão Carles Puyol, legendário capita do Barça e campeão com a Roja na Copa de 2010.

O técnico, para combinar com a ebulição da nova nação candidata a vaga na ONU, seria Pep Guardiola, outro catalão, combatente da causa da Independência.

Para assistente técnico, proponho o catalão Xavi Hernández, que ainda batalha nos gramados, mas que na Rússia terá 38 anos. Pena, pena mesmo, mas não dará mais para ele como jogador.

Como consultor, Johan Cruijff, holandês morador da Catalunha e opositor _ao menos até a última entrevista dele que eu li_ do racha com a Espanha. Já foi técnico da seleção catalã, que não tem reconhecimento oficial. Ele não recusaria a mãozinha ao seu discípulo e amigo Guardiola.

Eis o time titular, com considerações mais à frente (só é mencionada a idade, relativa à época da Copa, de quem tiver então a partir de 31 anos):

Víctor Valdés (Manchester United, 36)

Martín Montoya (Internazionale)

Gerard Piqué (Barcelona, 31)

Marc Bartra (Barcelona)

Jordi Alba (Barcelona)

Sergio Busquets (Barcelona)

Thiago Alcantara (Bayern de Munique)

Sergi Roberto (Barcelona)

Cesc Fàbregas (Chelsea, 31)

Gerard Deulofeu (Everton)

Cristian Tello (Porto)

No banco, estariam ao menos Kiko Casilla (Real Madrid, 31), Marc Muniesa (Stoke City), Aleix Vidal (Barcelona), Bojan Krkic (Stoke City) e Isaac Cuenca (Bursaspor).

Thiago Alcantara é filho de brasileiro, nasceu na Itália e joga pela Espanha. Como seu vínculo é marcadamente com a Catalunha, onde se instalou adolescente, ele se integraria à seleção.

Só há dois atacantes de vocação entre os titulares porque nesse setor há muito menos talento. Deulofeu e Tello podem se tornar ótimos, mas precisam melhorar a cabeça.

Como se vê, a média de idade não é alta e a maioria dos jogadores é acentuadamente técnica. No estilo Cruijff-Barça-Guardiola, a seleção cuidará de manter a bola no pé. Timaço.

Com população inferior a menos de 8 milhões, a Catalunha fabrica artistas, arquitetos e mestres-cucas soberbos. E também jogadores. Há três anos para surgir mais craques.

A Independência é sonho, a seleção em 2018 idem.

Se não fossem os sonhos, o que seria da obra de Dalí?

P.S.: o Messi já jogou pela Argentina, não pode virar catalão. Ele gostaria, se pudesse?

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Gol de Neymar teve execução mais complexa que o de Pelé em 58; compare os 2
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Mário Magalhães

 

Tem gente que não gosta de comparações no futebol.

Eu gosto, mas sei que há confrontos em que o tempo desautoriza sentenças.

Quem jogou mais, Didi ou Maradona? O futebol era diferente demais na época dos dois (no estádio, só vi o argentino).

Neymar anotou ontem, na terra de grandes artistas, a Catalunha, um gol antológico.

Foi uma pintura, como o gol do Pelé, também com um lençol, na final da Copa de 58.

Os dois podem ser assistidos clicando nas imagens lá do alto.

Comparar as duas obras-primas não implica dizer que um jogador é melhor do que o outro _Neymar já desenha a trajetória de um gigante de todos os tempos, mas não será um Pelé.

Nem que a importância se equivale: Neymar anotou pelo Barça, contra o Villareal, no Campeonato Espanhol. Pelé, diante da Suécia, na decisão do Mundial!

Pelé era bem mais novo, tinha 17 anos. Neymar já festejou os 23.

Ressalvas assinaladas, é boa diversão cotejar os dois gols. Mais que isso, um prazer.

Pelé esteve sempre voltado para a linha lateral esquerda ou para o gol. Recebeu a pelota no peito. Deu o chapéu de frente para o zagueiro, depois que a bola matada no peito quicou. Espetacular.

Neymar estava virado para o lado esquerdo ao receber uma bola quadrada do Suárez. Sim, quadrada, ele teve de dominá-la com o umbigo. Deu o balãozinho quando estava de costas para o defensor.

Pelé, ao encobrir o zagueiro, continuou de frente para o gol e bateu de sem-pulo.

Neymar, em movimento mais difícil, arriscou o lençol e, enquanto a bola passava pelo marcador, fez um movimento de mais ou menos 180 graus, virando-se para o lado direito. Também de sem-pulo, marcou.

O gol do Neymar foi mais complexo. Espetacular!

Embora o do Pelé tenha sido mais plástico, mais bonito.

Sorte do país que tem na sua coleção dois craques como eles.

E aí, Dunga, o elenco da seleção, com Neymar, Douglas Costa e Daniel Alves, é fraco?

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Vamos vaiar mais, galera, que o Alan Patrick fará muitos outros gols
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Mário Magalhães

blog - alan patrick flamengo

Alan Patrick, emocionado, ajoelha-se depois de marcar no Maracanã – Reprodução espn

 

Depois que o Alan Patrick abriu ontem o placar na goleada de 4 a 1 sobre o Goiás, tuitei de bate-pronto:

''Vamos vaiar mais, galera, que o Alan Patrick faz outro!''

Não demorou, e ele anotou o segundo, em jogada do Pará.

O tuíte era uma ironia, e ironia nem sempre, ou quase nunca, é percebida.

O Alan Patrick e sobretudo o Pará estavam sendo vaiados por parte da torcida no Maracanã.

O motivo foi a participação numa festinha em horário de folga, junto com outros três jogadores do Flamengo.

A essa altura, em pleno século 21, constitui nonsense patrulhar atitudes como apupar boleiros.

Eu não vaiaria os dois, mas acho legítimo vaiar, cada um na sua.

Assim como é nonsense e autoritário tentar impedir a expressão de quem vai ao estádio para incentivar o time, recusando a vaia.

Se fosse para vaiar, eu dedicaria minha indignação à cartolagem e aos executivos contratados por ela que permitiram, sem reagir à altura, o desempenho da equipe aquém da qualidade do elenco (que é limitado, mas melhor do que sugere o 11º lugar na tabela).

Se a cobrança fosse profissional, os jogadores saberiam que, fora de forma, estariam fora do time. Mas a chefia fez vista grossa, e o clube mais uma vez foi medíocre no Campeonato Brasileiro.

O Alan Patrick merece aplausos pelo jogo de ontem.

Eu continuo a negar a vaia.

Mas, se a galera quiser continuar, tudo bem: vai ver que ele marca mais e mais gols, para responder.

No ano que vem, será bom se o Alan Patrick ficar, mesmo no banco.

Como dizia o João Saldanha, não estou à procura de candidato a genro, mas de bom jogador.

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