Blog do Mario Magalhaes

Após ver 1º tempo do Flamengo, técnico do Barcelona pede estágio com Muricy
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Mário Magalhães

Muricy Ramalho, engrenando – Foto Gilvan de Souza/Flamengo

 

Mal terminou o primeiro tempo do Fla-Flu de ontem, o técnico Luis Enrique despachou um pedido urgente: quer fazer um estágio com Muricy Ramalho no Rio, para aprimorar o futebol que o Barcelona joga.

O Flamengo de Muricy foi para o intervalo vencendo por 1 a 0, placar que escondeu o que acontecera antes: um show como havia muito tempo o rubro-negro não proporcionava.

Com posse de bola, confiança para sair tocando sem rifar a pelota, desenvolvimento mais vertical do jogo, aproveitamento soberbo dos ataques pela direita, criação de numerosas chances de gol, sufoco na saída do adversário.

É isso o que Luis Enrique quer aprender com o treinador que meses atrás visitou o clube catalão por alguns dias.

*

É claro que a ''informação'' sobre Luis Enrique se trata de brincadeirinha.

O propósito é ilustrar a melhor atuação do Flamengo em meses, considerando a etapa inicial.

O maior mérito da equipe, ainda em começo de temporada, foi demonstrar progressos na ideologia que Muricy tenta implantar ou recuperar no Flamengo: time da Gávea e do Ninho do Urubu joga para cima, com a bola, encurralando.

Foi essencial para a mudança a entrada do volante colombiano Cuéllar. O que apareceu mais foi seu futebol vistoso, de passes certeiros, para a frente, um organizador qualificado do início das jogadas. O mais importante é que ele fez tudo isso anulando o ótimo meia que é Diego Souza, que não viu a bola.

Outro destaque foi a exibição de Rodinei, além da exuberância física de quem ataca e defende com vigor. O lateral aproveitou o pulmão para criar, como no gol de cabeça de Guerrero.

O centroavante peruano deu o chute que resultou no escanteio que originou o primeiro gol do Flamengo. E anotou o segundo, decisivo no triunfo de 2 a 1 pelo Campeonato do Rio.

Outro mérito foi da zaga, Wallace e César Martins, que impediu Fred de participar mais do jogo.

Muricy parece ter encontrado a equipe titular, com uma exceção: César Martins tem de ceder o lugar a Juan, que não jogou.

A condição física de alguns atletas é limitação de momento. O time vem caindo no fim de partidas intensas, o que é compreensível no princípio do ano. Se tivesse que escolher uma prioridade, seria deixar o ótimo Mancuello em forma.

A propósito do argentino, malharam muito Diego Cavalieri pelo rebote no gol do rubro-negro Willian Arão. Ele falhou, é fato, mas a cobrança de córner por Mancuello complicou o goleiro. Foi muito forte, mais chute do que cruzamento, o que é incomum. E faltou defensor na primeira trave para se livrar da bola.

O segundo tempo foi prejudicado pelo apitador, Bruno Arleu de Araújo. Ele expulsou Cuéllar injustamente, e mais injustamente ainda o tricolor Marcos Junior.

A expulsão de Wallace não apaga o louvável desempenho da zaga do Flamengo, inclusive do capitão.

Enfim, motivos para otimismo entre os rubro-negros.

O Fluminense?

Uma certeza: pode jogar muito mais que ontem em Brasília, é claro.

E uma dúvida: o zagueiro Henrique sempre foi lento assim?

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Pombos
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Mário Magalhães

blog - pombos lisboa

Esses pombos que eu fotografei não pegariam nem figuração em ''Os Pássaros'', do Hitchcock


Saiba por que procuradora apontou trabalho infantil em clube do Rio
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Mário Magalhães

aqaqaqaq

Boleiros do Clube dos Caiçaras – Detalhe de foto de Fernando Lemos, “O Globo'', 14.fev.2016

 

As coisas vão ficando mais claras na controvérsia sobre o trabalho de menores de idade como boleiros de tênis, ou apanhadores de bolas, no Clube dos Caiçaras.

O blog tratou do assunto no post ''Retrato do Brasil''.

O Ministério Público do Trabalho emitiu nota, reproduzida na íntegra abaixo, fornecendo mais informações.

Trecho: ''Os auditores do MTPS [Ministério do Trabalho e Previdência Social] relataram que os adolescentes estavam exercendo atividade em condições listadas pelo Decreto 6481/2008 como piores formas de trabalho infantil: atividade ao ar livre, sem proteção adequada contra exposição à radiação solar, chuva e frio. Segundo os auditores, tais condições deixam os adolescentes expostos a problemas de saúde como queimaduras na pele, envelhecimento precoce, câncer, desidratação, doenças respiratórias, fadiga, conjuntivite, entre outros. 'O ordenamento jurídico brasileiro proíbe o trabalho para menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir de 14. Nossa Constituição não tolera a presença de adolescentes em estabelecimentos empresariais de qualquer natureza em troca de ‘gorjetas’ ou ‘dinheirinho’, sob pena de ofensa à dignidade da pessoa humana', explica a procuradora do trabalho responsável pelo inquérito Dulce Torzecki''.

O blog está aberto à manifestação do clube carioca, localizado na lagoa Rodrigo de Freitas.

Algumas impressões:

1) os brasileiros lutaram muito, geração após geração, por uma legislação que constrangesse o trabalho infantil. A que existe não é nenhuma maravilha, mas impressiona como incomoda certas almas e interesses;

2) outros clubes do Rio com quadras de tênis se adaptaram à lei;

3) o Ministério Público do Trabalho não pretende acabar com a atividade de boleiros, mas quer que ela se submeta às normas legais que interditam o trabalho infantil;

4)  sempre que se quis restringir trabalho ilegal ou degradante no Brasil, ao menos desde o século 19, mentes que se têm como bem-pensantes alegaram que as pessoas exploradas ficariam desamparadas; em vez de proporcionar condições dignas sob a legislação civilizatória, opunham-se à mudança;

5) é simples resolver a situação: basta o clube aceitar a transformação do trabalho informal em programa de aprendizagem.

*

Nota de esclarecimento sobre atuação dos boleiros no Clube dos Caiçaras

MPT-RJ e MTPS flagram trabalho infantil no Clube dos Caiçaras e exigem regularização

Atividade é considerada pela legislação uma das piores formas de trabalho infantil. Audiência está marcada para 31 de março, na tentativa de converter o programa em aprendizagem

O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) agendou para o dia 31 de março audiência com o Clube dos Caiçaras, localizado na Lagoa – bairro nobre do Rio -, na tentativa de converter em aprendizagem o programa que explorava ilegalmente mão-de-obra infantil e exigir pagamento de indenização. Em fiscalização solicitada pelo MPT-RJ ao Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), auditores fiscais flagraram 26 adolescentes entre 14 e 15 anos que trabalhavam de forma irregular como boleiros de tênis, ou seja, recolhendo as bolas durante as partidas.

A fiscalização foi realizada em julho do ano passado. No relatório encaminhado ao MPT-RJ, os auditores do MTPS relataram que os adolescentes estavam exercendo atividade em condições listadas pelo Decreto 6481/2008 como piores formas de trabalho infantil: atividade ao ar livre, sem proteção adequada contra exposição à radiação solar, chuva e frio. Segundo os auditores, tais condições deixam os adolescentes expostos a problemas de saúde como queimaduras na pele, envelhecimento precoce, câncer, desidratação, doenças respiratórias, fadiga, conjuntivite, entre outros.

“O ordenamento jurídico brasileiro proíbe o trabalho para menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir de 14. Nossa Constituição não tolera a presença de adolescentes em estabelecimentos empresariais de qualquer natureza em troca de ‘gorjetas’ ou ‘dinheirinho’, sob pena de ofensa à dignidade da pessoa humana”, explica a procuradora do trabalho responsável pelo inquérito Dulce Torzecki. Além disso, pelo menos sete jovens iniciavam a jornada às 16 horas e, por muitas vezes, ultrapassavam o horário de 22 horas, pois tinham que esperar o término dos jogos, em claro descumprimento à legislação brasileira, que proíbe o trabalho noturno para menores de 18 anos de idade. Segundo o relatório do MTPS, a empresa não possuía qualquer tipo de controle da jornada efetivamente praticada pelos boleiros.

“Não temos a intenção de acabar com o projeto, mas sim adequá-lo para que os jovens sejam contratados como aprendizes”, explica a procuradora do trabalho. A aprendizagem permitida pela Constituição para jovens a partir de 14 anos é uma atividade profissional, que exige formação, e pode ser exercida desde que acompanhada de um curso de capacitação. Em julho, após a fiscalização, o MTPS concedeu prazo para o Clube regularizar a situação dos jovens, convertendo o programa em aprendizagem, mas, diante da recusa dos administradores, os contratos foram encerrados.

Além disso, em data agendada para o pagamento das verbas rescisórias devidas aos boleiros, o representante da empresa informou que não faria os pagamentos. De acordo com o relatório, pelo contrato, os jovens recebiam R$ 11 por hora trabalhada em uma jornada mínima de seis horas no Clube. “Essa prática no Caiçaras até surpreende, porque todos os demais clubes de tênis do Rio de Janeiro já haviam se adequado à legislação, encerrando as atividades de boleiro praticadas por adolescentes, em razão de atuação MPT-RJ, há alguns anos”, afirmou Dulce Torzecki.

O inquérito contra o Caiçaras foi aberto no MPT-RJ em dezembro de 2014. A denúncia foi feita via Disque 100 por cidadão que relatava a situação de um dos meninos que trabalhava no clube. Segundo a denúncia, o jovem, que trabalhava das 17h à meia noite como boleiro, era explorado pela mãe, que utilizava o dinheiro recebido pelo filho em bebidas e drogas.

Na audiência do dia 31 de março, a procuradora fará nova proposta para que o programa seja convertido em aprendizagem. Além disso, vai propor ao Clube a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com obrigações, como a de não mais explorar mão de obra infantil, sob pena de multa, além de pagamento de indenizações individuais e coletiva.

Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Trabalho-RJ

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O ano em que a ditadura conspirou contra o Prêmio Nobel para D. Hélder
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Mário Magalhães

Dom Helder Câmara. Foto: Reprodução

Dom Hélder não levou o prêmio? Azar do Nobel! – Foto reprodução Marco Zero Conteúdo

 

Em 1971, poucos espectros amedrontavam a ditadura como a concessão do Prêmio Nobel da Paz para D. Hélder Câmara.

O arcebispo de Olinda e Recife era um dos dois grandes favoritos, ao lado do social-democrata Willy Brandt, chanceler da Alemanha Ocidental.

Dom Hélder tinha a seu favor o trabalho pastoral em favor dos pobres e da democracia.

Acabou dando o alemão, três votos a dois contra o bravo baixinho cearense tido por muitos como pernambucano.

O governo Médici operou um tremendo lobby contra D. Hélder, opositor da ditadura, tido pela alta hierarquia militar como um socialista perigoso.

O Itamaraty se encarregou do grosso do trabalho sujo, em articulações chantagistas contra empresas escandinavas com negócios vultosos no Brasil _o Nobel da Paz é atribuído por um comitê norueguês.

A história de ''chantagem, ameaças e dossiês'' contra a candidatura do padre católico é contada numa reportagem de Samarone Lima recém-lançada.

Pode ser lida gratuitamente no Marco Zero Conteúdo _basta clicar aqui.

Agrupando uma galera de responsa do Recife, o Marco Zero se apresenta como ''um coletivo de jornalismo investigativo que aposta em matérias aprofundadas, independentes e de interesse público''.

A reportagem de Samarone Lima é bom exemplo do alto padrão do trabalho deles.

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Barack Obama: Vou pra Cuba!
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Mário Magalhães

Presidentes Castro e Obama se cumprimentam na sede da ONU, em setembro de 2015

Presidentes Raúl Castro e Barack Obama – Foto Anthony Behar/Xinhua/Zumapress

 

Passei umas horas mergulhado no noticiário de 1967, 1968 sobre a Frente Ampla e, quando volto, dou com a bomba: Barack Obama anunciou pelo Twitter que viajará a Cuba em março.

Acho que o presidente deve ter aceitado o conselho de alguns conterrâneos mais intolerantes: ''Vai pra Cuba!''

E não é que o cara vai?

P.S.: perdão pelo atraso na tirada, ninguém deve ter perdido a bola quicando, mas não dava para resistir; a novidade tem relevância histórica.

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O sádico da chuva
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Mário Magalhães

 

Fim de tarde, começo da noite no Rio, chuva de verão, ruas alagadas, um perrengue que só.

Muito pior para quem vive em habitações frágeis e mora longe. A casa ameaça cair, não se chega nunca em casa.

Sobra também para quem leva uma vida melhor.

Com as vias cobertas de água, carros em velocidade jogam água nas calçadas, molham os pedestres.

Há um tipo peculiar de sádico, que ontem deu as caras na rua Voluntários da Pátria, em Botafogo.

É o motorista que acelera de propósito e manobra para atingir ainda mais os transeuntes com a água das poças do asfalto.

Nessas horas, voltam os palavrões e a velha dúvida: será mesmo o ser humano uma empreitada destinada ao sucesso?

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Eleição de Picciani não é vitória de Dilma. Ele retrata fracasso do governo
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Mário Magalhães

Leonardo Picciani. Repito: Picciani – Foto Pedro Ladeira/Folhapress

 

A eleição do deputado Leonardo Picciani para líder do PMDB na Câmara só na aparência, ou considerando o pragmatismo mais reles, constitui vitória da presidente da República.

O derrotado, Hugo Motta, era o preposto de Eduardo Cunha, principal conspirador pró-impeachment.

Cunha e Picciani não votaram na petista Dilma Rousseff para presidente, mas no tucano Aécio Neves.

Se Cunha representa valores e expedientes manjados, o ainda pouco conhecido Leonardo não faz feio no cotejo.

Ele honra a condição de componente da família Picciani, que até outro dia tinha como figura de maior projeção o pai de Leonardo, Jorge Picciani. Um dos mandachuvas do PMDB do Rio, o pai pecuarista preside a Assembleia Legislativa.

A relevância, para o Planalto, da escolha do líder do PMDB escancara a enorme dependência do governo em relação a uma bancada que não chega a ocupar 15% das cadeiras da Câmara.

O PMDB, com Leonardo Picciani, Hugo Motta ou outro qualquer, sabe cobrar a fatura, tem expertise nesse departamento.

Sempre na defensiva, o governo, em vez de mobilizar o eleitorado que sufragou o programa da campanha presidencial, rende-se aos peemedebistas.

Como explicar um ministro como o da Saúde? Parecem pensar assim: se o PMDB quer Marcelo Castro, dane-se a nomeação de alguém muito mais qualificado para cuidar da saúde dos cidadãos…

A capitulação programática de Dilma Rousseff não é novidade.

Mal tinha sido eleita, a presidente trocou a agenda econômica que defendeu nos palanques pela do adversário do segundo turno.

Semanas atrás, ela foi à Câmara propagandear ideias opostas às que lhe proporcionaram a reeleição. São propostas no mesmo espírito das que o PMDB divulgou há meses e às que o PSDB advoga e implementa faz anos. Quase sempre, sacrificando ainda mais a vida dos assalariados e dos brasileiros mais pobres.

Picciani e sua turma apresentarão a fatura, alta. De certo modo, Eduardo Cunha lhes é útil, ao valorizar quem, no PMDB, proclama fidelidade ao governo.

Quanto maior a ''dívida'' com o PMDB ou parte dele, pior para as políticas sociais, pior para o Brasil.

Um a um, vão regredindo os progressos e as conquistas acumulados nas duas administrações Lula e na primeira de Dilma.

A impressão de que Dilma ganha com Picciani é ilusória, contempla a superfície.

No fundo, descortina-se o fracasso de um governo que nem de longe faz o que prometeu fazer.

Picciani é retrato da derrota de Dilma, ao menos da Dilma escolhida em 2014 pelo voto popular soberano.

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Conselho de Ética da Câmara. De ética?
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Mário Magalhães

Eduardo Cunha (Foto: Alan Marques/Folhapress)

Ele mesmo, Eduardo Cunha – Foto Alan Marques/Folhapress

 

Na terceira vez em que parecer favorável ao andamento de processo de cassação do deputado Eduardo Cunha foi apresentado, o Conselho de Ética da Câmara adiou a votação.

Nesta quarta-feira, a manobra foi o pedido de vista de um aliado do presidente da Casa.

Não se sabe qual será a próxima manobra protelatória. Sabe-se apenas que existirá.

O pedido de cassação decorre da afirmação de Cunha em CPI assegurando não manter conta bancária no exterior.

Mais tarde, documentos enviados por autoridades suíças mostraram que não era bem assim.

Se o dever do conselho é zelar pela ética e não zela, o melhor é trocar de nome, para acabar com a hipocrisia.

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Rio, cidade olímpica
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Mário Magalhães

blog - meia hora mortes rio

Capa do jornal carioca ''Meia Hora'' desta quinta-feira

 

Na praia de Copacabana, defronte ao Copacabana Palace, ladrões mataram a facada uma turista argentina, Laura Pamela Viana, de 25 anos.

Na Quinta da Boa Vista, foi encontrado o corpo de um professor universitário morto a facadas. Carlos Patricio Samanez tinha 62 anos, era peruano e morava no Brasil havia três décadas.

A Olimpíada do Rio começa no dia 5 de agosto.

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Jornalismo: ‘Matéria de PMDB’
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Mário Magalhães

Renan, Cunha e Marta: juntos no PMDB – Foto Marlene Bergamo/Folhapress

 

Houve um tempo, os anos 1990, em que nas conversas numa das maiores redações jornalísticas do Brasil se empregava amiúde a expressão ''matéria de PMDB''.

Não somente em relação a reportagens a respeito do Partido do Movimento Democrático Brasileiro e seus integrantes.

Valia para toda e qualquer editoria, da que tratava de automóveis à de esportes.

''Matéria de PMDB'' queria dizer sobretudo reportagem ou notícia enfadonha que seria lida por pouquíssimos leitores, e olhe lá.

Muitas vezes também tinha o sentido de desimportante.

Nesse ponto, é possível que houvesse engano. Porque desde o desembarque de Cabral, ainda que com outras denominações, o PMDB quase sempre influenciou e compartilhou o poder. Foi e é importante.

Como exemplifica Renan Calheiros. Hoje figura de proa da República e aliado do governo da petista Dilma Rousseff, o senador exerceu o poderoso posto de ministro da Justiça na administração do tucano Fernando Henrique Cardoso.

Lembrei do passado por conta do frenesi jornalístico em torno da eleição de hoje do líder peemedebista na Câmara.

Inexiste dúvida de que a refrega tem de fato relevância jornalística.

Mas é deprimente o país depender do PMDB para saber se a soberania do voto popular corre mais ou menos risco.

''Matéria de PMDB'' não funciona mais como a metáfora de outrora.

O PMDB manda pra chuchu, muita gente quer e precisa saber das novidades.

Tristes tempos.

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