Brizola na lista da Odebrecht
Mário Magalhães
Em tempo: o listão da Odebrecht com propinas e favores para políticos e assemelhados tem o dedo de Leonel de Moura Brizola (1922-2004).
Mais precisamente, bebe na criatividade do governador de dois Estados, primeiro o Rio Grande do Sul, mais tarde o Rio de Janeiro.
Entre os apelidos próprios do noticiário policial _ninguém bola alcunhas como a bandidagem carioca_, figura o Gato Angorá.
Trata-se, a essa altura quase todo mundo sabe, de Moreira Franco, um dos chefões do governo Michel Temer.
Quem o chamava assim era Brizola, exímio criador de apelidos.
O jornalista Fernando Brito, por muito tempo assessor do gaudério que se mudou para o Rio, escreveu que não foi apenas o cabelo precocemente branco de Moreira que inspirou Brizola. Mas também ''sua incrível capacidade de miar e ronronar docemente aos poderosos''.
Brizola tratava o deputado Miro Teixeira como Filhote do Chagas, referência a Chagas Freitas (1914-1991), governador do Rio celebrizado pelo dito clientelismo.
O deputado Rubem Medina era o Bundinha.
Luiz Inácio Lula da Silva, ainda longe de ser presidente, encarnava o Sapo Barbudo _Brizola o engoliu ao menos uma vez.
Quem diria que, além da crônica política, o Gato Angorá sobreviveria nos registros da obscenidade de uma empreiteira e seus comparsas?