A Lei de Dunga e a campanha de Crivella
Mário Magalhães
Onze títulos jornalísticos dos últimos dias:
Crivella nega (que seu nome esteja envolvido em investigações da Lava Jato).
Crivella dá sua versão (para fotos e nega ter sido preso: ''Sou ficha limpa'').
Crivella nega (referência a chute em santa).
Crivella nega (fuga de debates e ironiza Freixo: ''Ele quer intimidar com aquela cara de bravo'').
Assessoria de Crivella nega (acordo com Garotinho).
Crivella contesta (''Veja'': ''Nunca fui preso'').
Crivella pede perdão (por trechos de livro em que critica católicos, homossexuais e religiões africanas).
Crivella pede perdão (por ataques a religiões e gays em livro).
Crivella se desculpa (por críticas a católicos, religiões africanas e homossexuais).
Crivella explica (adulteração de foto com Lula).
Crivella justifica (nova polêmica sobre livro: ''Frases de mais de duas décadas'').
Esqueça-se, por um instante, se as ideias de Marcelo Crivella sugerem progresso ou atraso, luzes ou trevas, civilização ou barbárie.
Não é o foco desse post, que trata de outra coisa, a Lei de Dunga.
Em algum momento dos anos 1990, o então jogador passou a repetir a sentença: ''Os vitoriosos comemoram; os perdedores se justificam''.
Não gosto dessa tirada porque ela parece legitimar vencedores e deslegitimar derrotados. Às vezes, a grandeza de quem malogra é maior que a de quem triunfa.
No futebol, contudo, costuma ser assim: mesmo jogando mal, os vitoriosos comemoram, e, ainda que jogando bem, os perdedores se justificam.
Em política, quem tem de estar sempre se justificando não está em posição confortável.
Não significa necessariamente que está perdendo, mas se sente ao menos ameaçado de perder alguma coisa. No caso de eleição, votos.
Já escrevi e repito: sempre que um candidato tem que se justificar, é ruim para ele. O vitorioso foi (o) outro, que o levou a falar sobre assuntos que provocam desconforto.
A Lei de Dunga atrapalha Marcelo Crivella (PRB), que concorre com Marcelo Freixo (PSOL) para ser o próximo prefeito do Rio.
O domingo dirá até que ponto.