Crivella lidera também entre católicos no Rio
Mário Magalhães
Bispo (licenciado) da Igreja Universal do Reino de Deus e sobrinho do bispo Edir Macedo, o candidato Marcello Crivella (PRB) lidera a preferência na campanha a prefeito do Rio mesmo entre os católicos.
É o que mostra pesquisa Datafolha feita na quarta-feira e divulgada ontem.
No total de votos, Crivella alcança 31%, seguido por Marcelo Freixo (PSOL, 10%), Jandira Feghali (PC do B, 9%) e Pedro Paulo (PMDB, 9%), Flávio Bolsonaro (PSC, 7%) e Indio da Costa (PSD, 6%).
A margem de erro é de três pontos para cima e três pontos para baixo.
Entre os católicos, o senador Crivella está à frente, com 25% (um a menos que no levantamento anterior). Seguem-no Pedro Paulo (14%), Jandira (10%), Freixo (9%), Indio (6%) e Bolsonaro (4%).
Crivella ponteia entre eleitores de todas as religiões mais mencionadas, com exceção de ''espírita kardecista/espiritualista''. Neste segmento, Freixo atinge 26%. Atrás dele aparecem Indio (17%) e Crivella (12%).
Os entrevistados que se declaram católicos são 38%. Espíritas kardecistas/espiritualistas, 8%.
O melhor desempenho de Crivella é entre os evangélicos pentecostais (50%) e não pentecostais (51%).
O vínculo com a Universal é motivo importante da histórica rejeição a Crivella no Rio.
Para combatê-la, o candidato exibe na TV imagens de uma visita ao arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, e com um integrante de religião afro-brasileira.
Crivella obteve êxito, até aqui. São 21%, índice estável, os que dizem que não votariam nele ''de jeito nenhum'' no primeiro turno _a rejeição de Pedro Paulo, líder no quesito, é de 32%.
Mas um episódio desta semana pode lhe causar problemas.
A Arquidiocese do Rio informou que não autorizou Crivella a difundir panfletos com uma foto dele com o cardeal, na visita de agosto.
A campanha do senador reconheceu que distribuiu tais panfletos, mas sem propagandear apoio _inexistente_ de dom Orani.