Blog do Mario Magalhaes

Das filhas deste solo

Mário Magalhães

Natacha Pisarenko - 16.ago.2016 / AP

Marta, no Maracanã – Foto Natasha Pisarenko/AP

 

A essa altura, os prontos-socorros de todo o país estão superlotados.

Porque não há exame de coração mais desgastante do que um jogo da nossa seleção feminina de futebol.

O Brasil acaba de ser eliminado nos pênaltis, pela Suécia, em pleno Maracanã.

O time dominou, acumulou muito mais chances, porém voltou a não marcar.

A equipe do técnico Vadão se ressentiu demais das ausências da lateral Fabiana e da atacante Cristiane, contundidas.

Cristiane entrou na prorrogação, com limitações físicas, e desperdiçou uma cobrança de penal.

Andressinha errou a outra.

Ambas foram defendidas pela goleira Lindahl.

Emperrou o Carrossel Tropical das goleadas de 3 a 0 sobre a China e 5 a 1 contra a mesma Suécia de hoje.

As jogadoras se mexeram pouco no ataque, tornando-se mais previsíveis.

A técnica Pia Sundhage montou uma retranca eficiente, um ferrolho de encher os olhos dos defensivistas mais fanáticos.

Em vez de tocar a bola, a seleção insistiu sem êxito em passes longos.

Não foi um Maracanazo.

Os brasileiros jamais se curaram do ressentimento estúpido com o escrete de 1950.

Esse time de mulheres que combinou arte e eficiência encantou.

Seduziu quem cultiva o futebol bem jogado.

Hoje deu Mourinho, e não Guardiola.

As filhas deste solo orgulharam o Brasil.

O futebol, de mulheres, homens e quem mais chegar, precisa de seleções que joguem assim.

Um dia, a bola deixará de bater na trave, e a seleção será campeã olímpica.

A seleção de Marta e companhia vai morar para sempre no coração de sua gente.

Até a próxima, a luta pelo bronze!

(O blog está no Facebook e no Twitter )