Prêmio à ousadia
Mário Magalhães
Todo mundo já deu pitaco sobre o jogão entre Grêmio e Fluminense na quarta-feira. Dou mais um.
O empate de 1 a 1 em Porto Alegre, que classificou o tricolor carioca e eliminou o gaúcho na Copa do Brasil, teve, é verdade, como destaques a cabeçada do Fred ao abrir o placar (seu domínio da técnica é assombroso), uma atuação do Diego Cavalieri à altura das que o levaram à seleção e a ineficiência do ataque gremista para converter as numerosas chances.
Mas o que mais me impressionou, e acho que foi decisivo para a sobrevivência na competição, foi a maneira como o Eduardo Baptista montou o time.
Seria natural que, em algum momento, o Grêmio sufocasse.
Só que isso veio a acontecer apenas no segundo tempo. O primeiro foi do Flu.
Porque o novo treinador botou a equipe para atacar. Sem esperar, retrancadinha, atrás. Pareceu surpreender o time da casa e adiou a pressão.
Pela campanha do Sport, sobretudo no começo do Brasileiro, eu sabia que o Eduardo era bom. Anteontem, sua ousadia foi fundamental para o triunfo do Flu.
Claro que sem o Fred, o Cavalieri, os atacantes gremistas… poderia ter sido diferente.
O espírito guerreiro, enfatizado pelos jogadores do Fluminense, foi vitaminado pela disposição de buscar o gol adversário.
Tempo, tempo, tempo: cheguei a cobrir pela ''Folha'' treino do Corinthians, na primeira metade dos anos 1990, quando o técnico era o Nelsinho Baptista, pai do Eduardo (acho que cobri folga do então setorista do clube, o grande Paulo Calçade; eu era setorista do São Paulo do Telê). O Eduardo hoje já é um homem calvo…