Comissão da Verdade/RJ apontará suspeito de matar secretária da OAB em 1980
Mário Magalhães
A informação é do jornalista Fernando Molica: trinta e cinco anos depois do assassinato de Lyda Monteiro da Silva, ferida mortalmente ao abrir uma carta-bomba, a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro revelará nesta sexta-feira o nome do suspeito de autoria do atentado terrorista ocorrido no finzinho de agosto de 1980 (leia aqui a notícia publicada hoje em ''O Dia'').
A carta-bomba era endereçada ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Eduardo Seabra Fagundes. Dona Lyda era secretária do Conselho Federal da entidade. O explosivo foi enviado durante o ciclo de terror implementado por partidários da ditadura (1964-1985) que se opunham à dita ''abertura democrática''.
Esses terroristas explodiam bancas de jornal que vendiam publicações independentes. Em 1981, um capitão e um sargento levaram bombas ao Riocentro para detoná-las num show de celebração do 1º de maio _o sargento morreu quando um artefato explodiu acidentalmente em seu colo. O núcleo do grupo terrorista era integrado por oficiais que serviam no Destacamento de Operações de Informações do I Exército.
A OAB, empunhando a bandeira da democracia, era franca opositora da ditadura. Dona Lyda tinha 59 anos. Ninguém foi punido por sua morte. A Lei de Anistia é de 1979. Portanto, nem a interpretação mais esdrúxula, segundo a qual agentes do Estado torturadores e homicidas estariam abrigados por ela, protege assassinos de 1980. Há muitas hipóteses legais para a Justiça não considerar o crime prescrito.
Nada como uma visitinha da história.