Rio: Franklin Martins lança nesta 3ª-feira trilogia sobre música e política
Mário Magalhães
Para quem gosta de música, é uma festa. De história, outra. De música e história, uma farra apoteótica: o jornalista Franklin Martins lança nesta terça-feira, no Rio, a trilogia ''Quem foi que inventou o Brasil? – A música popular conta a história da República''. A partir das 19h, na loja de Ipanema da Livraria da Travessa.
Num trabalho longevo e insano, mas certamente prazeroso, o autor colecionou mais de 1.100 músicas compostas ou lançadas de 1902 a 2002. Os três volumes acompanham um século do país, com as letras completas das composições e a explicação sobre o tempo em que elas foram criadas, os personagens a que se referem, o contexto de que tratam. Da República Velha aos jingles da campanha eleitoral que levou Lula ao Planalto pela primeira vez.
As músicas podem ser ouvidas, na íntegra ou em trechos, neste site. Acabei de dar uma escutada em ''Cabo Laurindo'', samba de Haroldo Lobo e Wilson Batista, gravado por Jorge Veiga em seguida à Segunda Guerra. E no ''Lá, lá, lá, lá, lá, Brizola'', de 1989.
Eis um resumo sobre ''Quem foi que inventou o Brasil'', reproduzido da página com as músicas:
“Quem foi que inventou o Brasil?”, pergunta Lamartine Babo na abertura de sua antológica marchinha “História do Brasil”. E ele próprio responde: foi seu Cabral (os europeus), foram Peri e Ceci (os indígenas), foram Ioiô e Iaiá (os africanos). Ou seja, foi o povo brasileiro.
É disso que trata essa obra: da invenção da República pelo nosso povo e pela nossa música. Mais do que uma monótona e burocrática relação de nomes, datas e frases, o que emerge das centenas de canções garimpadas, reunidas e contextualizadas é uma história viva da República, escrita e cantada por milhões e milhões de brasileiros de várias gerações. Gente que errou e acertou, caiu e se levantou, confiou e se desiludiu, amadureceu e batalhou, sonhou e construiu. Gente, em suma, que lutou e cantou – e, lutando e cantando, entregou a seus filhos e netos um Brasil melhor do que recebeu de seus pais e avós. Não é pouca coisa. Mas nesta República, que foi de tão poucos e precisa ser de todos, ainda há muita história para ser vivida, escrita e cantada.