Blog do Mario Magalhaes

Truffaut e os filmes feitos com febre de 40 graus

Mário Magalhães

blog - françois truffaut

 

A depender do ciclo das marés, minha lista dos dez melhores filmes de todos os tempos muda, e desconfio que seja assim com quase todo mundo.

O que não muda é a devoção pelo cineasta favorito, François Truffaut, seguido por Alfred Hitchcock.

Na sala de casa, mantenho há mais de uma década um pôster que reproduz minipôsteres, em vários idiomas, de filmes do francês.

Uma epígrafe da biografia ''Marighella'' é do Truffaut (''Não esqueçamos jamais que as ideias são menos interessantes do que os seres humanos que as inventam, modificam, aperfeiçoam ou traem'').

Com a proximidade de uma exposição em São Paulo sobre o falecido marido da Fanny Ardant (isso _o casamento, não a mostra_ conta mais no currículo que alguns filmes), a ''Ilustríssima'' publicou um artigo do Serge Toubiana, diretor da Cinemateca Francesa, com tradução de Úrsula Passos.

(Para ler o texto ''A arte longa de Truffaut'' na íntegra, basta clicar aqui.)

Toubiana recorda uma ambição estética e existencial que o diretor de ''Os incompreendidos'' e ''O último metrô'' repetia como mantra: ''Eu quero que meus filmes deem a impressão de terem sido filmados com 40°C de febre''.

Não só conseguia, como contagiava quem os assistia.

Como contraste, o artigo me fez lembrar de uma época em que, no Brasil, se dizia que o filme era uma droga, mas a entrevista do diretor, excelente.

Truffaut dava entrevistas brilhantes e fazia filmes ainda melhores.

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