Futebol do Messi é antídoto contra cantilena nostálgica do ‘tempo de ouro’
Mário Magalhães
Como diria o Luis Fernando Verissimo, esta é da série ''futebol-futebol numa hora dessas?''.
A crise na Fifa já levou o Marin para trás das grades, derrubou o Blatter e cafunga o cangote do Del Nero, do Teixeira e outros capi da pesada.
Mas no sábado tem decisão da Champions, Barcelona versus Juventus, e nos últimos meses voltamos a ver o assombro do Messi, coadjuvado pela genialidade do Neymar e o talento do Suárez.
Quando o artista argentino pincela jogadas como a do gol de placa na final da Copa do Rei (vídeo acima), eu me lembro da cantilena nostálgica de quem vive a evocar o passado e a dizer que outrora é que o futebol era bom e brilhavam craques inatingíveis.
É um pessoal de alma reacionária, para quem o presente é pior que o passado e melhor que o futuro, pois futebol de verdade é o que se foi.
Gente avessa a novidades, surpresas, o imprevisível.
Uma coisa é contar como foram soberbos cracaços como o Di Stéfano, o Zizinho e o Garrincha, e eu acredito, embora só os conheça de ouvir sobre suas façanhas ou por uma ou outra sequência de imagens em movimento.
Mas achar que a história acabou, como disse aquele historiador parvo, é insensatez.
E dá-lhe a se queixar do futebol jogado hoje, como se a sedução da bola tivesse acabado.
Confundem os encantos da memória com seus desencantos contemporâneos. Condenam o futebol ao mesmo balaio da vida.
Deixam de notar que alguns dos melhores jogadores de todos os tempos estão aí para quem quiser se deleitar.
Olhem o Messi. Mirem o Neymar. Relembrem a Copa de 2014.
No balanço sincero da história, ao menos o Lionel estará entre os melhores.
E mesmo assim ecoa o lenga-lenga nostálgico, dos ditos tempos de ouro.
Tempo de ouro é ver o Messi jogar. Sorte nossa que sejamos contemporâneos dele.