Gol do Flamengo: eu estou cego ou o futebol foi tomado por olhos biônicos
Mário Magalhães
Eu adoraria proclamar, rubro-negro que sou desde o Big Bang, que tenho certeza de que a bola do zagueiro Bressan entrou mesmo inteira no gol de empate do Flamengo neste domingo contra o Madureira.
Mas não tenho.
Nem estou certo de que não entrou.
Como se sabe, para valer o tento, a pelota inteira tem que ultrapassar a linha. Não pode sobrar nem uma orelha.
Vi fotos e imagens em movimento, tenho minhas desconfianças, mas me falta convicção.
O que mais me espantou ontem foi isso mesmo, a convicção de tanta gente que cravou, na hora e mais tarde, que foi gol legítimo ou que foi invenção a favor do Flamengo.
Minha sensação é de que fiquei cego, ou, se preferirem, visualmente prejudicado.
E que o futebol foi tomado por cyborgs com olhos biônicos, mais precisos do que a maquininha introduzida na Copa, informando se a bola venceu a linha.
Claro que simpatias e antipatias não interferem em julgamentos tão convictos…
De resto, o Flamengo jogou muito mal, e o Madureira, muito bem.
Foi 1 a 1, mas o tricolor poderia ter batido o Mengão.
Se o Flamengo entrar nesse ritmo no Bento Freitas, na estreia pela Copa do Brasil, pode ser engolido pelo Grêmio Esportivo Brasil.
Já assisti a dezenas de partidas naquele estádio pelotense, sei bem do que falo.