Contra depressão, aposentado lança ‘reality blog’ com treino para maratona
Mário Magalhães
Rodolfo Lucena, na luta – Foto Eleonora de Lucena
Este sósia do Forrest Gump, só que com a barba branca, da foto acima é Rodolfo Lucena, ultramaratonista, escritor e jornalista.
Porém, o ultramaratonista, que já encarou maratonas e uma corrida de 100 quilômetros, está longe das competições de longa distância há dois anos, tantas foram as lesões.
Desde setembro do ano passado, Rodolfo corre em outra categoria, a dos aposentados.
A despeito da fadiga de material, que corrói até corredores bem menos ambiciosos, o aposentado resolveu encarar, aos 58 anos, sua primeira maratona nesta condição.
Por vários motivos, um deles especial, como me contou: ''Resolvi enfrentar a depressão da velhice metendo o pé no asfalto''.
Numa apresentação que escreveu para o projeto, Rodolfo tocou no mesmo ponto: ''Para tentar virar o jogo e derrotar a depressão que às vezes ataca corredores presos ao sofá'', ele pretende desafiar de novo os 42.195 metros.
A preparação para a prova será acompanhada por Rodolfo em um blog, cuja largada será na próxima segunda-feira. No ''reality blog'', como o autor chamou o diário, ele compartilhará os treinos passo a passo.
''Vamo que vamo!!!'', intitula-se o blog, que também tratará de outras questões específicas para aposentados, como psicologia, economia e saúde. Para acompanhá-lo, basta clicar aqui.
Rodolfo Lucena não é um desses caras que começaram a correr novinhos e não desistiram. A vocação foi tardia. Testemunhei, como seu colega na ''Folha'', a transformação de típico jornalista sedentário para desportista saudável. E ele já era quarentão.
Correu em cinco continentes. Tornou-se titular do blog ''+ Corrida'' e autor de livros sobre o tema.
Acho que sua disposição de não se entregar ao sofá vai inspirar muita gente.
Da minha parte, depois de mais de seis meses parado com joelhos maltratados, voltei e, na semana passada, fiz 10 quilômetros em 1 hora e 12 minutos. Fraquinho, um trote na média de 8,3 km/h. Como não sou fera como Rodolfo, se chegar à marca de 60 minutos, ficarei felicíssimo.