Batom na cueca: os PMs do Rio e seus carrões bandeirosos
Mário Magalhães
Durante muito tempo, muito tempo mesmo, dei plantões de fim de semana numa pequena, porém valente, sucursal jornalística aqui no Rio.
Era batata: quase sempre havia notícia sobre morte de policial militar, na virada da sexta para o sábado ou do sábado para o domingo.
Na esmagadora maioria dos crimes, os PMs não estavam de serviço.
Outra característica dominante dos episódios que apurávamos nos plantões eram os carrões que os policiais dirigiam quando eram mortos.
Os possantes eram incompatíveis com os vencimentos pagos pela corporação. Não eram nem capitães, mas soldados e cabos, quando muito sargentos.
O repórter Sérgio Ramalho acaba de se dedicar por uma semana a observar unidades da PM (leia aqui).
Deu com automóveis caros nas mãos de alguns policiais cujos salários às vezes não alcançam 3 mil reais.
Como sempre, as autoridades reagiram prometendo investigar. No caso, o patrimônio de quem tem carro de luxo (reportagem neste link).
Curiosidade: por que a Polícia Militar, que conta com um serviço de inteligência, tem de ser informada por jornal sobre os veículos bandeirosos dos membros da corporação?
Os carrões são batom na cueca, embora até para batom na cueca certos caras de pau tenham explicação, como o blog já contou.