Blog do Mario Magalhaes

Protestos por impeachment aumentam margem de manobra de Dilma

Mário Magalhães

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No sábado, protesto defendeu impeachment de Dilma – Foto Eduardo Anizelli/Folhapress

 

Há protestos que, em vez de desfavorecer as pessoas e instituições que são seus alvos, prestam-se sem querer a ajudá-las.

Foi assim com determinadas manifestações no Rio que acabaram contribuindo para esvaziar as ruas e impedir a extrema-unção do governador Sérgio Cabral, que acabaria por eleger no voto o seu sucessor.

Os atos públicos ocorridos sábado em algumas cidades engrossam os exemplos de iniciativas que favorecem quem pretendem prejudicar.

Pediram o impeachment de Dilma Rousseff, recém-reeleita com 3.458.891 sufrágios a mais que o contendor. E intervenção militar para afastar a governante constitucional.

Na maior concentração, 2.500 pessoas em São Paulo, um líder cumprimentou os confrades: ''Boa tarde, reaças''.

Foi o evento retratado acima. Alguém viu um negro na foto?

Convescotes como esse são tão caricaturais e inofensivos que facilitam a vida de Dilma.

Não está claro se ela vai cumprir o discurso à esquerda da campanha ou se, no segundo governo, embicará pelos caminhos à direita que condenou em palanque.

Com a extrema direita indo à luta, a presidente ficará mais à vontade para agir como quiser, pois o espantalho sombrio dará mais ares de legitimidade às suas decisões.

Entre quem foi consagrada nas urnas e quem reedita a ladainha golpista de meio século atrás, até muitos dos que votaram no senador Aécio Neves preferem empunhar o estandarte da democracia.

Sem os arremedos de Carlos Lacerda protestando, o contraste às próximas ações da petista seriam as propostas esgrimidas por Aécio Neves até o domingo retrasado.

Agora, ela tem como contraste quem rejeita a soberania do voto popular.

Ou seja, qualquer coisa é melhor do que rasgar a decisão do povo.

Cresce a margem de manobra da presidente.

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