Blog do Mario Magalhaes

Arquivo : agosto 2014

Campanha no Maranhão revive anticomunismo colérico da Guerra Fria
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Mário Magalhães

 

blog - ancelmo lobao filho

Que Lobão Filho é rebento do ministro Edison Lobão, que por sua vez prosperou na ditadura e dela se fez propagandista, mantendo boa camaradagem com a turma que fazia o trabalho mais sujo de repressão e extermínio _nada disso é novidade.

O novo é que, candidato ao governo do Maranhão com o patrocínio da governadora Roseana Sarney e do senador José Sarney, o senador Lobão Filho apelou para a baixaria mais desclassificante em sua campanha. Incorporou o anticomunismo raivoso, dos tempos da Guerra Fria, para atacar o principal adversário, Flávio Dino.

Lobão Filho, como seu pai e os dois próceres do clã Sarney, integra o PMDB. Flávio Dino, o PC do B.

No panfleto reproduzido hoje na coluna do Ancelmo Gois (imagem acima), Lobão Filho aparece ao lado de um papa, em contraste com o oponente comunista, representado por um espectro carimbado com a foice e o martelo.

Tempo, tempo, tempo…

O velho MDB se opunha à ditadura.

O jovem deputado José Sarney (UDN-MA) foi um dos signatários do manifesto que convocou uma conferência de solidariedade a Cuba, realizada em 1963, como contei na biografia “Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo” (Companhia das Letras).

Em 2014, a seção maranhense do Partido dos Trabalhadores fecha com Lobão Filho, contra Flávio Dino.

Na década de 1980, o PT fazia oposição renhida ao governo do presidente José Sarney, que por sua vez contava com o apoio do PC do B.

Em 2006, cobrindo a eleição no Amapá, eu testemunhei o PT ao lado de José Sarney, candidato ao Senado, contra uma candidata de esquerda, do PSB.

Mas se associar a uma campanha radical anticomunista, semeando o ódio e a intolerância, eu nunca tinha visto.

Por isso, vale a pergunta do Ancelmo ao presidente do PT: “Isto pode, Rui Falcão?”.

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Ruy Castro lança Leonardo para presidir CBF
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Mário Magalhães

blog - leonardo milan

Leonardo, boa ideia para encabeçar a mudança na CBF – Foto Carlo Baroncini/AP

 

A ótima sugestão foi dada hoje pelo Ruy Castro, na “Folha”.

Eis os dois parágrafos finais da coluna “Usar raticida”:

“Uma entrevista recente com o ex-craque Leonardo, de brilhante carreira no Flamengo, São Paulo, seleção e Europa –nesta, também como dirigente–, produziu um diagnóstico construtivo da situação. Ele prega o fortalecimento econômico dos clubes em relação às federações, sua transformação em empresas com fins lucrativos e o gerenciamento criativo do futebol, para que não dependam de benesses do governo ou da venda de jogadores mal saídos das fraldas”.

“Leonardo conhece os intestinos do esporte, entende de administração e, acredito, não hesitaria em usar raticida para sanear o que restou do nosso futebol. Seria um grande presidente da CBF. Hei, boa ideia!”

Para ler a coluna na íntegra, basta clicar aqui.

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A hipocrisia nas campanhas de Dilma, Aécio e Eduardo
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Mário Magalhães

Se a administração Dilma Rousseff é tão ruim, por que Eduardo Campos e seus correligionários do PSB permaneceram no governo federal por tanto tempo, a maior parte do mandato da presidente?

Se Eduardo Campos é um gestor tão ruim, por que o presidente Lula nomeou-o ministro de Estado e cobriu-o de elogios? Por que Dilma, do PT, escalou para o Executivo quadros do PSB que dizem trabalhar à maneira de Campos?

Para Aécio Neves escapar da hipocrisia, precisa começar com dois gestos: abandonar o eufemismo “realinhamento” ao falar de aumento de preços; e levar o presidente Fernando Henrique Cardoso à propaganda na televisão, assumindo o companheiro do PSDB.

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Campanha: tucanaram o aumento de Aécio; Dilma e seus amigos (sic)
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Mário Magalhães

No “Jornal Nacional” desta segunda-feira, Aécio Neves (PSDB) falou em “realinhamento” das tarifas de energia e do preço da gasolina.

Noutras palavras, o candidato à Presidência indicou, sugeriu, deu a entender que em seu eventual governo haveria aumento da luz e do combustível.

Se isso é bom ou ruim, justo ou injusto é outra questão.

Mas que ele apontou para a subida dos preços, apontou.

Como diria o Zé Simão, tucanaram o aumento.

Já a postulante à reeleição Dilma Rousseff (PT), com os amigos ou amigo que tem no Palácio do Planalto, não precisa de inimigos ou inimigo.

O funcionário público usa o patrimônio público, tanto o equipamento quanto o salário que lhe é pago para dedicar 100% do tempo aos cidadãos, para avacalhar jornalistas na Wikipedia.

Além da impropriedade funcional, que deve ser apurada e punida, ajuda os adversários da presidente.

Impressiona a alegação de que é difícil identificar os autores ou o autor da bandalha.

Se é complicado saber quem aprontou na internet por um terminal ou terminais da sede do Executivo federal, imagina em casos mais complexos.

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Há 40 anos morria Frei Tito, um mártir brasileiro
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Mário Magalhães

 

No dia 10 de agosto de 1974, portanto há 40 anos, o frade dominicano Tito de Alencar Lima enforcou-se na França. Atormentado com o fantasma do torturador Sérgio Fernando Paranhos Fleury, um dos seus muitos algozes, Tito saiu da vida, entrou para a história e se transformou em um mártir brasileiro.

Pouco tempo antes de partir, o bravo religioso cearense escreveu os versos que reproduzi no epílogo da biografia de Carlos Marighella, guerrilheiro ao lado de quem Tito batalhou contra a ditadura: “Quando secar o rio de minha infância, secará toda dor”.

Em 1997, o compositor e cantor Madan lançou uma parceria sua com Frei Betto, celebrando a trajetória de Tito. Para ouvir, basta clicar na imagem acima ou aqui.

Volta e meia me perguntam: do que o Brasil precisa?

A resposta é fácil: de mais gente generosa como o Frei Tito.

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Torcida do Flamengo obra milagre
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Mário Magalhães

Em um jogo horroroso, no qual o Flamengo só acertou duas bolas e o Sport, uma no gol adversário, a torcida rubro-negra carioca conseguiu empurrar o time à terceira vitória em 14 jogos pelo Campeonato Brasileiro, a segunda nas três partidas mais recentes. A equipe deixou a lanterna e pode sair da zona de rebaixamento já na próxima rodada. Não é pouco, a considerar os prognósticos mais sombrios.

Mais de 40 mil pessoas se dispuseram a ir ao Maracanã incentivar o time que amargava o último lugar na competição. Jogar bem o Flamengo não jogou, idem o Sport, que finalizou mais (10 a 8), contudo igualmente sem perigo.

O grito dos torcedores foi decisivo para o 1 a 0. A despeito da série de jogadas bisonhas e dos maus-tratos à bola, o público conteve os apupos e gritou até o fim. O gol foi de Eduardo da Silva, aos 39 min do segundo tempo, com passe de João Paulo. Mas a vitória foi conquistada sobretudo pela generosa torcida do Flamengo.

Três pitacos sobre a pelada.

1) É curioso como dizem “o técnico mexeu bem”. Ontem, Vanderlei Luxemburgo errou ao não escalar de início ou, no caso de a condição física não permitir jogar o tempo inteiro, demorou para colocar Eduardo da Silva. Bastou um pouco mais de classe em campo para o time definir com a cabeçada do boleiro naturalizado croata.

2) Era bola cantada que João Paulo renderia mais do que André Santos, em quem tanto insistiram na lateral esquerda. É verdade que João Paulo cruzou com precisão para os gols decisivos contra Sport e Botafogo. O problema é que ele erra muito mais do que acerta. Em comparação com André Santos é o progresso. Mas se em seu lugar estivesse Éverton, recuado, a equipe teria mais punch no ataque.

3) Com três volantes, no primeiro tempo, o Flamengo exibiu pusilanimidade. Se o adversário fosse mais forte, a equipe da casa poderia ter sido encurralada.

Se a esta altura o fundamental é escapar do rebaixamento, tudo é o de menos, diante da vitória arrancada pela torcida que não se entrega. Jogando no Maracanã, o Flamengo não haverá de cair.

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Escola da Magistratura promove Fórum Biografias Não Autorizadas
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Mário Magalhães

blog - convite escola magistratura

 

A Escola da Magistratura Regional Federal 2ª Região promove dia 14 de agosto, no Rio, o Fórum Biografias Não Autorizadas. Com coordenação do juiz federal Alexandre Arruda, o evento vai das 9h às 13h, e a participação é gratuita.

Os palestrantes são o professor da Uerj e advogado Gustavo Binenbojm, o jornalista, historiador e biógrafo Paulo Cesar de Araújo e eu.

Magistrados federais da 2ª Região podem se inscrever clicando aqui.

Para os demais interessados _o fórum é aberto_, a inscrição pode ser feita clicando neste link.

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Há 60 anos: da direita à esquerda, imprensa pediu cabeça de Getulio em 1954
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Mário Magalhães

Cortejo fúnebre de Getulio na praia do Flamengo, 25.ago.1954 – CPDOC/AnC

 

Nesta semana, o atentado contra Carlos Lacerda completa 60 anos. O jornalista e opositor, mais opositor que jornalista, foi baleado em 5 de agosto de 1954, quando um guarda-costas seu foi morto. Dezenove dias mais tarde, o presidente Getulio Vargas sofreu um golpe de Estado e se suicidou.

Há dois olhares recorrentes sobre Getulio (assim o povo o chamava) ou Vargas (o tratamento dos adversários).

Um o reconhece exclusivamente como o governante golpista, que introduziu uma ditadura feroz, flertou com o nazifascismo, entregou a alemã-judia-comunista-grávida Olga Benario para Hitler e cuja polícia torturou e matou (o jovem revolucionário Carlos Marighella apanhou dos beleguins getulistas por 21 dias consecutivos, em 1936).

Outro apaga da memória os crimes de Getulio Vargas, para incensá-lo como o presidente eleito pelo voto popular em 1950 e em cujas gestões os trabalhadores obtiveram grandes conquistas. O presidente derrubado por golpistas e mártir dos pobres.

É claro que ele foi isso tudo, combinando em si o santo e o diabo, a depender dos valores que cada observador da história cultiva.

Das lições de agosto de 1954 _uma conspiração contra Getulio, a democracia e o Brasil_, a contribuição da imprensa para o atentado à Constituição foi das mais relevantes.

Outra lição decorre da união da direita (Lacerda à frente) e do então ultra-esquerdista PCB (pregava a luta armada contra o presidente eleito e adorado pelo povão) para depor o chefe de governo constitucional: quando a direita e a esquerda se juntam, é sempre para alegria da direita. Por exemplo, em 2013, quando alguns segmentos de ambas as correntes batalharam para expulsar partidos políticos de manifestações populares.

No ano passado, publiquei aqui no blog um levantamento sobre o comportamento da imprensa na crise de 1954. Reproduzo-o, abaixo, com o texto atualizado.

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*

Existe um livro chamado “Em agosto, Getulio ficou só”. Nunca o li, mas sempre apreciei o título bem bolado.

No próximo dia 24 de agosto, o suicídio do presidente Getulio Dornelles Vargas completa 60 anos. A visita à imprensa da época evidencia que, se dependesse do radicalizado ambiente jornalístico, o gaudério de São Borja não teria mesmo como escapar. Ele foi deposto de madrugada, na forma de uma “licença”. Ao se matar, de manhãzinha, impediu os militares de assumirem diretamente o governo. Com o sacrifício, atrasou o golpe de Estado em dez anos.

Com muitas publicações levando para a internet suas coleções, e a Biblioteca Nacional botando no ar parte de sua hemeroteca, ficou mais fácil consultar os velhos jornais. Eles confirmam que o presidente sufragado pelo voto popular em 1950 estava acossado pela direita, principalmente, mas também pela esquerda.

Além da “Última Hora”, financiada pelo Palácio do Catete, então sede da Presidência, o “Jornal do Brasil” se opôs à iminente virada de mesa institucional. Não deveriam estar sozinhos, como um levantamento mais vasto demonstrará, mas quase.

As primeiras páginas abaixo são dos matutinos, em 24 de agosto de 1954, e dos vespertinos, na véspera. Isto é, as derradeiras edições antes do anúncio do tiro no peito. Nem todos os links, que permitem ler o jornal inteiro, têm acesso livre.

Não encontrei na hemeroteca digital, ainda incompleta, a “Tribuna da Imprensa”, propriedade de Carlos Lacerda, opositor obstinado. O site da Biblioteca Nacional demora anos-luz para baixar as imagens. Minha assinatura venceu, e não pude ir além da capa de “O Estado de S. Paulo”.

O jornal mais panfletário foi o “Diário Carioca”, que saiu com o minieditorial “Reú, renúncia, rua”. A demissão do presidente seria “exigência da consciência nacional ante a vergonha nacional e internacional a que o governo dos Vargas arrastou o Brasil”:

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Detalhe da primeira página do “Diário Carioca”:

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O Globo” também deu editorial pedindo a cabeça de Getulio. Ofereceu duas opções: “por um ato de sua livre vontade” ou “sob coação das circunstâncias”. Em caso de derrubada, o Brasil continuaria na condição de “um estado juridicamente constituído”:

O “Diário da Noite” pertencia à rede do magnata Assis Chateaubriand. Fiel escudeiro de Chatô, o jornalista Austregesilo de Athayde pontificou, em sua coluna: haveria “podridão do governo” e “negociatas do chefe da Guarda Pessoal” do presidente. Aconselhou interferência militar: “Atentem nesse índice a opinião e as Forças Armadas, a fim de ajuizarem corretamente a anarquia moral em que se encontra submerso o país”:

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Na polarização da Guerra Fria, os três diários mencionados estavam ao lado dos Estados Unidos. Porém, a “Imprensa Popular” (li em arquivo físico da Universidade Estadual Paulista), pró-União Soviética, também conclamou pela derrubada de Getulio. Ou seja, pelo golpe. Na manhã de 24 de agosto, o jornal republicou uma entrevista do principal líder comunista, Luiz Carlos Prestes. Seu partido, então banido, editava a “IP”. Embora denunciasse “os golpistas” em geral, Prestes defendeu, mimetizando Lacerda, “pôr abaixo o governo Vargas”:

Os paulistanos “Folha da Manhã” e “Folha da Noite” noticiaram os movimentos do presidente e as ações dos conspiradores golpistas, mas não tomaram posição explícita, pelo menos que eu tenha reparado:

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Como era seu padrão, “O Estado de S. Paulo”, histórico contendor de Getulio Vargas, dedicou a primeira página ao noticiário internacional:

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No Rio, o “Jornal do Brasil” também tinha suas idiossincrasias, reservando quase toda a capa para anúncios de arrumadeiras, copeiras, choferes e jardineiros. Foi a única publicação consultada com a informação da queda de Getulio, mas não da morte. Fechou depois das cinco da manhã. A manchete: “Renunciou o presidente da República”. Não havia renunciado, mas havia fogo sob a fumaça. Em editorial, o “JB” se opôs à deposição, porque inexistia “conhecimentos dos fatos”, sobre o atentado contra Carlos Lacerda no começo do mês. Sem conhecê-los, seria temerário opinar acerca de “quaisquer das soluções de natureza constitucional que as crises imponham”. Jamais se provou que Getulio soubesse do plano contra Lacerda:

Na internet, só encontrei a “Última Hora” em um trabalho acadêmico. A manchete histórica: “Só morto sairei do Catete!”. No dia seguinte, o jornal estampou: “O presidente cumpriu a palavra: ‘Só morto sairei do Catete!’”:

Se permitem um pitaco, são legítimas todas as apreciações sobre Getulio Vargas e seu legado, que estamos conhecendo melhor com a trilogia de fôlego que o jornalista Lira Neto vem publicando, pela Companhia das Letras (acaba de ser lançado o terceiro volume, relativo ao período 1945-54). Mas o aspecto central em 1954 é o golpe de Estado contra um presidente constitucional.

Getulio não era mais o ditador da quadra 1930-34 e 1937-45, em tantos ângulos deplorável ou mesmo asqueroso. Era um governante eleito pelo povo. Sua derrubada fez mal ao país, que desprestigiou a democracia. E aos trabalhadores, cujas conquistas haviam se acumulado na administração democrática do presidente que saiu da vida para entrar na história.


2º dia na Globo: amadores e profissionais se revelam na campanha
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Mário Magalhães

 

Pezão (PMDB), em abril, na posse como governador – Foto UOL/ Pablo Jacob/ Agência O Globo

 

Breve historinha doméstica, para ilustrar algumas impressões sobre o segundo dia de cobertura da campanha eleitoral na Globo.

Assisti ao RJTV 2ª Edição (veja aqui o programa) jantando com um moleque de sete anos que adora telejornais. Como o noticiário às vezes é barra pesada, fico com o controle remoto à mão. Volta e meia corto o som, como em reportagens sobre estupros e outras barbaridades.

Perguntei, minutos depois da matéria sobre o dia dos candidatos a governador do Rio mais bem colocados nas pesquisas:

“Do que o Lindberg falou?”

Meu companheiro não se lembrava.

“E o Garotinho?”

“Do metrô”, ele respondeu de bate-pronto.

Anthony Garotinho (PR) e Lindberg Farias (PT) haviam concentrado suas entrevistas na mesma proposta: a extensão da linha de metrô/trem para a Baixada Fluminense.

É possível que, por ter falado depois, Garotinho tenha se fixado na memória de uma criança.

Mas eu aposto que o cenário distinto foi decisivo.

Em um amadorismo surpreendente em época de investimentos polpudos em marketing político, Lindberg dissociou o discurso da imagem. Onde ele discorreu sobre transporte público? No corredor de uma entidade de advogados.

Garotinho, com profissionalismo, foi filmado na Central do Brasil passando pela roleta do metrô, dentro de um vagão e, numa estação mais à frente, abrindo um mapa mostrando o que seria o novo traçado a ser percorrido pelo metrô/trem.

Outro que, obediente aos marqueteiros, cumpriu a regra elementar da palavra vinculada à imagem foi o candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Para falar de ensino técnico profissionalizante, ele foi a um centro vocacional tecnológico construído pelo Estado. Explorou ao máximo o palanque na Globo.

Não custa enfatizar que não trato de conteúdo neste post, mas de aparências, decisivas em eleição. Exemplo: no “Jornal Nacional” de segunda e terça-feiras, Eduardo Campos (PSB) tinha um objetivo central, foi minha impressão _mostrar a vice Marina Silva ao seu lado, indicando a milhões de eleitores que eles estão juntos na disputa presidencial. Foi bem sucedido.

O RJTV informou que Marcelo Crivella (PRB) não teve atividade de campanha. Se estava em Brasília, o candidato poderá usar a informação: como exerce mandato, trata de cumpri-lo, frequentando o Senado para o qual foi eleito.

Com o programa eleitoral obrigatório (para candidatos a governador começa em 20 de agosto), a influência da aparição diária na Globo diminuirá, e o amplo tempo de Pezão deve pesar na definição do primeiro turno. Garotinho, Crivella e Lindberg são os favoritos para a segunda vaga.

Vantagem relevante, Lindberg terá mais tempo que Garotinho e muito mais que Crivella no dito horário eleitoral gratuito.

Os candidatos Dayse Oliveira (PSTU), Tarcísio Motta (PSOL) e Ney Nunes (PCB) não foram citados ontem no RJTV 2ª Edição.

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‘O réu e o rei’: Paulo Cesar de Araújo lança livro com bate-papo no Rio
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Mário Magalhães

Chegou a vez do Rio: na próxima segunda-feira, 11 de agosto, o jornalista, historiador e escritor Paulo César de Araújo lança “O réu e o rei”. O bate-papo dele comigo começa às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon. Em seguida, o autor autografa o livro.

“O réu e o rei: Minha história com Roberto Carlos, em detalhes” conta a revoltante e comovente história da censura à biografia “Roberto Carlos em detalhes”, escrita por Paulo Cesar e retirada de circulação por ordem judicial pedida pelo artista.

A intolerância medieval expressa na censura provoca revolta.

E a trajetória do garoto baiano, o futuro biógrafo PC, fã de Roberto Carlos, comoção.

Palavra de quem leu as duas ótimas obras: nem tudo o que é proibido é melhor _”O réu e o rei” é ainda mais livro que a biografia banida.

Até a segunda-feira na Travessa!

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