Entre os quatro ‘grandes’ do Rio, Garotinho é o único a diminuir rejeição
Mário Magalhães
Uma das novidades mais expressivas da pesquisa Ibope para governador do Rio divulgada nesta semana foi a queda da rejeição de Anthony Garotinho (PR). Entre os quatro candidatos com mais chances, o deputado foi o único a conseguir esse progresso.
Em julho, 44% dos entrevistados afirmavam que não votariam em Garotinho ''de jeito algum''. Agora, são 35%, ainda o maior índice, porém caindo.
A rejeição aos principais adversários de Garotinho aumentou ou oscilou para cima (a margem de erro do levantamento é de três pontos): Luiz Fernando Pezão (PMDB) de 17% para 20%; Marcelo Crivella (PRB) de 15% para 19%; e Lindberg Farias (PT) de 17% para 19%.
Em intenção de voto, o cenário apresentado pelo instituto em 31 julho mostrava empate técnico na liderança entre Garotinho (21%), Crivella (16%) e Pezão (15%). Lindberg tinha 11%.
Em 26 de agosto, o Ibope apontou Garotinho líder com 28%. Em segundo lugar, igualdade entre Pezão, 18%, e Crivella, 16%. Lindberg somou 12%, e Tarcísio Motta (PSOL), oscilou de 1% para 3%.
A robusta rejeição a Garotinho faz com que ele até agora seja o candidato favorito de Pezão, Crivella e Lindberg para o provável segundo turno, embora os comandos das campanhas não manifestem publicamente tal preferência. É impossível saber se o ex-governador terá fôlego para diminuir ainda mais a proporção de eleitores que o descartam.
Houve uma inflexão na campanha de Garotinho, com mais acenos à classe média. E que acenos: reduzir o IPVA dos automóveis para a metade, benefício que hoje ampara empresas de ônibus. E passar a vistoria dos carros, que provoca filas imorais no Detran, de anual para bienal.
Parece ter dado certo: entre os eleitores de nível superior, pior desempenho de Garotinho, ele saltou de 10% para 18%.
Também avançou no povão. Com a proposta-promessa de reintroduzir ou ampliar programas sociais implantados no passado por ele _cheque cidadão, restaurantes populares e outros_, Garotinho agora alcança 41% das preferências de quem cursou até a velha quarta série fundamental _um mês atrás, o índice era de 30%.
Garotinho aparece forte no segundo turno, informa o Ibope. Se a eleição fosse hoje, teria 34% contra 33% de Crivella (empate técnico), e bateria Pezão por 38% a 31% e Lindberg por 37% a 29%.
Embora com menos tempo no horário eleitoral do que Lindberg e muito menos que Pezão, Garotinho tem feito um programa _do ponto de vista da marquetagem_ certeiro, centrado num tema. Assim também são suas participações diárias na cobertura do ''RJTV'', da Globo. Nenhum candidato no Rio se aproveita tão bem da televisão como Garotinho (o programa de Romário, concorrente ao Senado, também é muito bem feito).
Nem o noticiário ruim para Garotinho, como a revelação de que policiais da banda podre o apoiam, tem lhe causado danos relevantes. Seu maior problema é a vasta rejeição, sedimentada nos governos dele e da mulher, Rosinha, no Estado do Rio.