Blog do Mario Magalhaes

Quando a intolerância castiga o futebol: ‘O clube mais racista que já vi’

Mário Magalhães

Crianças brincam em trecho do muro que separa a Cisjordânia de Israel

'Crianças brincam em trecho do muro que separa a Cisjordânia de Israel' – Foto Ahmad Gharabli/AFP

 

Por Guilherme Seto, na ''Folha'':

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No esporte, palestinos conseguem exercer pressão sobre Israel, diz jornalista britânico

Apelidado de ''Indiana Jones'' do jornalismo esportivo, James Montague, 35, conhece bem o futebol nas zonas de tensão. Para escrever seu livro ''When Friday Comes'', publicado em edição expandida em 2013, o jornalista britânico que escreve para o jornal norte-americano ''The New York Times'' viajou por sete anos pelos países do Oriente Médio, buscando conhecer de perto a importância do futebol para as pessoas da região.

Para seu novo livro, ''Thirty-One Nil'', lançado há poucos meses, ele acompanhou seleções de pouca expressão que buscavam vagas na Copa de 2014, como Tadjiquistão e Samoa Americana (cuja derrota por 31 a 0 para a Austrália serve de inspiração para o título do livro).

Em entrevista à Folha, Montague comenta o lugar do futebol no conflito entre Israel e Palestina, as dificuldades vividas pelos atletas da região e sua experiência no Brasil nos protestos de 2013.

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Folha – Para escrever seu livro ''When Friday Comes'', você viajou por sete anos pelo Oriente Médio conhecendo o futebol local, passando por Israel e Palestina. O que você viu lá?

James Montague – Os dois lugares me marcaram de maneiras diferentes. De certa forma, a viagem para Israel em 2006 foi a primeira vez em que estive em uma zona de guerra. Você aprende rapidamente que Israel é um lugar bem mais nuançado do que as pessoas pensam. Há muitas divisões sociais: israelenses judeus e árabes, judeus mizharim e asquenazes, ortodoxos e seculares. E o futebol é um dos poucos lugares em que essa complexidade aparece. O time Beitar Jerusalém nunca sairá da minha memória. Ele nunca teve um jogador árabe, é o clube mais racista que já vi.

E há também o Bnei Sakhnin, um time misto de uma cidade árabe. Quando esses times se enfrentavam, uau…

Gaza foi horripilante. Conversando, você percebe que toda família já teve algum membro da família assassinado, mutilado ou preso. Você sentia que não havia chances de paz com os israelenses, e agora ela parece ainda mais longe.

Para ler a íntegra da entrevista, basta clicar aqui.