Dunga ofende memória do futebol e cria clima com Neymar
Mário Magalhães
O entrevistador Luiz Maklouf Carvalho, tremendo repórter, perguntou:
''Sem meias palavras, Neymar é craque ou não é?''
Dunga, o entrevistado, entrou de carrinho:
''Ele é o melhor jogador brasileiro. Para ter carimbo de craque, tem de ter o carimbo de campeão do mundo nas costas. Mas vamos trabalhar, na Seleção, para ele jogar acima da média que define um craque''.
Noutros termos, o técnico da seleção disse que Neymar não é craque.
A declaração, feita à revista ''Época'' (a íntegra da entrevista está aqui), ofende a memória do futebol.
É tão estúpida que tira o ''carimbo de craque'' de Zico, Platini, Cruijff, Di Stéfano, Leandro, Zizinho, Puskas, Sócrates, Messi e uma infinidade de craques. Nenhum deles venceu uma Copa.
A aberração é tamanha que, conforme o critério de Dunga, ele, campeão em 94, foi mais jogador do que Falcão.
Beira a insanidade.
Se fosse mais uma dessas afirmações de Dunga às quais nos habituamos, passaria quase em branco. Mas ele agora se pronuncia como treinador da seleção.
Deve achar que motiva Neymar. Ocorre o contrário. Como sua sentença é absurda demais, cria constrangimento ao jovem craque brasileiro.
Haja ressentimento!
Cheiro estranho no ar, melhor tapar o nariz.