Um ano da morte de Amarildo na Rocinha: Estado ainda deve corpo à família
Mário Magalhães
Hoje faz um ano que policiais militares do Rio de Janeiro detiveram, torturaram, mataram e esconderam o corpo do cidadão Amarildo _conforme alentada investigação da Polícia Civil e minuciosa denúncia do Ministério Público.
Da noite de 14 de julho de 2013, quando PMs carregaram o pedreiro para instalações na Rocinha da dita Unidade de Polícia Pacificadora, até 14 de julho de 2014, o Estado do RJ não pagou uma das mais evidentes dívidas que tem com a família de Amarildo: a devolução do corpo, para que o antigo morador da favela possa ser enterrado com dignidade.
Amarildo Dias de Souza continua a ser um ''desaparecido''.
Vinte e nove PMs devem ir a julgamento, e muitos estão presos.
Nenhuma iniciativa do Estado favorável aos parentes de Amarildo, por decisão própria ou determinação da Justiça, anula a obrigação legal e moral de entrega do cadáver de quem foi morto por agentes públicos.
É direito de sua família enterrá-lo.
E é dever do Estado, cujos funcionários mataram e sumiram com Amarildo, assegurar esse direito.