Blog do Mario Magalhaes

São Telê abençoa os campeões

Mário Magalhães

No épico do Maracanã, na finalíssima da 20ª Copa do Mundo, tanto a Alemanha como a Argentina fizeram por merecer o título.

Quanta bravura, quanto futebol, quanta paixão!

Os alemães triunfaram, mas a minha gratidão será eterna aos jogadores e técnicos dos dois times.

Meu craque da Copa se chama Javier Mascherano, um gigante comovente. Ao contrário do magnífico Kroos, não teve os grandes Schweinsteiger e Khedira (contundido, este ficou fora hoje) como companheiros. E sim, mais limitados, Biglia e Perez.

Messi fez um Mundial muito bom, foi eleito oficialmente o melhor da competição, mas padeceu de esgotamento na reta final. Ele já tinha seu lugar no Olimpo dos deuses da bola. Confirmou-o.

A Alemanha cultivou a posse da Brazuca, chancelando a tendência premiada em 2010, com a Espanha campeã.

Nesta tarde-noite, em 60% do tempo teve a pelota consigo. Trocou 675 passes, contra 396 da valente Argentina, que também colecionou chances valiosas, com Higuaín, Messi e Palacio. Houve empate em finalizações, 10 a 10.

Até que meu xará Mario Götze decidiu aos 8 min do segundo tempo da prorrogação, numa falha de Demichelis, que foi cobrir a lateral-direita da sua equipe e deixou o jovem alemão sozinho para anotar um golaço.

A alma da seleção alemã é o meio-campo, que ordena e controla o toque de bola.

Era esse o futebol preconizado pelo imortal Telê Santana, o padroeiro do jogo bonito e competitivo, que não teve a sorte de conquistar uma Copa.

Quando um time joga assim, preparado por Joachim Löw e influenciado pela chegada de Pep Guardiola à Bundesliga, ecoa o futebol de reverência à bola que Telê nos legou.

O treinador Alejandro Sabella, indiretamente, proporcionou nova humilhação a Felipão, que havia levado 7 a 1 da Alemanha.

Título merecido, repito, que jamais será esquecido.

Mas a Alemáquina implacável, das goleadas sobre Portugal e Brasil, não apareceu hoje, diante do oponente guerreiro.

O troféu fica com um time de eficácia coletiva maravilhosa. Tetracampeões!

Danke, Alemanha! Gracias, Argentina!

Mas nos esperem, que o Brasil, cedo ou tarde, dará a volta por cima.

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