Argentina 1 x 0 Bélgica: Messi vira escada do protagonista Higuaín
Mário Magalhães
Vinte quatro anos depois da sua última vez nas semifinais da Copa, a Argentina está no derradeiro mata-mata antes da decisão.
A vitória de 1 a 0 sobre a Bélgica teve uma novidade, depois dos quatro triunfos em quatro partidas: Messi não foi o jogador argentino que mais brilhou, mas, enfim, Higuaín.
O gênio Messi se comportou como o grande ator que, generoso, cede o proscênio para monólogos de um coadjuvante, ainda que seja um coadjuvante de talento, como Higuaín.
Messi foi escada do centroavante que teve sua jornada de protagonista.
Higuaín não havia feito gol no Mundial, e hoje marcou, aos 8 min do primeiro tempo.
Na origem da jogada estiveram Messi e Di María, o meia deslumbrante que saiu contundido aos 32 min da etapa inicial.
Messi buscou o jogo, passou, desarmou, infiltrou-se, sofreu falta, cobrou-a, foi perseguido de perto por até três ou quatro belgas _aos 48 min do segundo tempo, perdeu cara a cara com Courtois, que defendeu.
A tarde no Mané Garrincha, contudo, foi de Gonzalo Higuaín. Além do gol, ele acertou o travessão e infernizou a defesa comandada pelo zagueiro Kompany.
A seleção argentina mudou já de saída, com Basanta substituindo o suspenso Rojo na lateral-esquerda.
Na zaga, o inseguro Fernandez deu lugar ao veterano Demichelis _para minha surpresa, este foi bem.
Como segundo volante, Gago ficou no banco, e Biglia se tornou titular.
Com pouco mais de meia hora, Perez foi a opção para o contundido Di María.
Higuaín despediu-se aclamado aos 36 min do segundo tempo, e Gago fechou ainda mais o time.
Se ontem a Alemanha e o Brasil deram a impressão de que França e Colômbia são times fracos, hoje foi a vez de a Bélgica não se mostrar tão forte como em outros jogos, apesar da chance no finzinho.
A impressão é falsa. Na verdade, o mérito foi dos argentinos, que se impuseram, como alemães e brasileiros.
A Holanda _ou a Costa Rica_ terá pela frente um adversário poderoso na semifinal.