Blog do Mario Magalhaes

Arquivo : junho 2014

Sábado com quatro jogos: se futebol é quantidade, a apoteose da Copa é hoje
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Mário Magalhães

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Se futebol é quantidade, a apoteose da Copa é hoje, com quatro jogos.

Sim, na última rodada da fase de grupos também haverá quatro por dia.

Porém, como os dois confrontos derradeiros de cada chave têm de ser no mesmo horário, somente neste 14 de junho de 2014, abençoado pelos deuses do futebol, poderemos assistir a quatro partidas inteirinhas.

OK, futebol não é quantidade, e clímax mesmo a gente tem na final e um pouco antes, a cada mata-mata. E neste sábado será difícil superar o assombro com o espetáculo holandês da véspera.

Mas, convenhamos, não nos espera apenas quantidade logo mais.

Às sete horas, Itália e Inglaterra se pegam em Manaus. A julgar pelas precauções dos dois campeões mundiais, se sobrar algum jogador vivo em meio ao bafo amazônico terá sido mera sorte.

É o único jogo em que não torcerei, embora mantenha a esperança de que a Inglaterra volte a oferecer alguma coisa que lembre onde foi o berço do futebol.

À uma hora, torcerei pela Colômbia, sabendo que o ferrolho da Grécia costuma ser eficiente.

Às quatro, só não desfraldarei a bandeira do Uruguai aqui na varanda porque não a tenho. Contra a Costa Rica, a Celeste é a barbada do dia. Quem apostar contra e ganhar, quebra a banca.

Às dez da noite, estarei com a Costa do Marfim, diante do Japão, mas não faço prognóstico.

Futebol das 13h à meia-noite.

Amigos, só hoje.

O pior é que esse negócio vicia, e amanhã, quando só haverá três jogos, sentirei falta de mais um.


Análise: Espanha padece de piripaque físico, técnico, tático e moral
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Mário Magalhães

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Antes de tudo, o óbvio: o talento do consagrado trio Van Persie, Robben e Sneijder é assombroso, mas não joga sozinho _o desfalcado e renovado time da Holanda exibe a velha tradição de intimidade com a bola. E de inteligência tática, conduzido pelo brilhante e genioso técnico Louis van Gaal.

A variação da marcação intensa da saída de bola adversária com a retração para explorar contra-ataques foi espetacular na grandiosa goleada de 5 a 1 nesta sexta-feira na Fonte Nova. Assim como a mudança do plano A (esperar atrás) para o B (o velho controle da pelota), de acordo com o interesse do momento. Um case, deveria ser estudado. Humilhação antológica do atual campeão pelo vice batido há quatro anos.

A seleção de Del Bosque não despencou hoje, de repente. A decadência vem de antes. Talvez seja possível revertê-la ainda neste Mundial, mas será preciso mudar muita coisa, ainda que o treinador não mexa tanto na escalação.

O problema fundamental não é o envelhecimento de idade, embora o Xavi de 34 anos não seja o mesmo de 30, e o tempo também castigue companheiros seus.

O cansaço combina dois fatores:

1) a presença de dois clubes espanhóis na final da Champions League. Dos que começaram hoje, o Atlético de Madrid teve um jogador em campo naquela decisão, Diego Costa, agora visivelmente fora de forma, sobretudo em virtude de contusão que demora a sarar. Do Real Madrid, atuaram Casillas e Ramos, que disputaram a Champions até o fim, mais Alonso, fora da finalíssima da competição europeia devido a suspensão;

2) a exaustão dos jogadores do Barcelona (cinco iniciaram na Bahia). Mesmo afastado precocemente da Champions, a equipe da Catalunha batalhou sofregamente até a última rodada da Liga Espanhola, em busca do título que não veio.

A Espanha é um time fisicamente cansado.

A fadiga atinge a técnica. Xavi e Iniesta, as almas do campeão em 2010, estiveram hoje longe dos velhos tempos, a despeito de alguns lançamentos soberbos. O que já ocorrera na decisão da Copa das Confederações, quando foram atropelados pelo Brasil. Outros também estiveram tecnicamente mal, como os zagueiros Ramos e Piqué, e os atacantes Diego Costa e Torres, que entrou mais tarde e perdeu gol feito.

Taticamente, a maior fragilidade espanhola foi a exposição insana da zaga aos rapidíssimos holandeses. Na lateral-direita, Azpilicueta fracassou à frente, onde pouco fez, e muito mais atrás, oferecendo espaços para cruzamentos que renderam gols.

Os volantes Alonso e Busquets, titulares na África do Sul, foram pouco efetivos, além de não terem apoio maior de Xavi e Iniesta.

Em vez de abrir David Silva na direita, ampliando os espaços no ataque, Del Bosque deixou-o, no primeiro tempo, preferencialmente pela esquerda, embolando com Iniesta.

A lentidão no toque tornou previsível o fabuloso estilo espanhol, copiado do Barcelona, onde foi introduzido por holandeses.

Taticamente, ficou mais fácil marcar a lerda Espanha.

O time perdeu como na estreia de 2010, porém há três diferenças.

a) hoje o adversário foi mais forte, a Holanda, e não a Suíça;

b) o placar foi muitíssimo maior que o 1 a 0;

c) na  primeira partida da Copa passada, a Espanha criou chances sem fim, o que não se repetiu agora.

Moralmente, as campeões estão abalados, grogues, humilhados.

Quatro anos atrás, sucumbiram diante dos suíços, mas sabiam que eram superiores e que tinham, no auge, sua melhor geração da história. Eram os campeões europeus. Deram a volta por cima.

Mas, em 2014, vêm de um chocolate brasileiro, no ano anterior, que abalou a confiança, apesar do bi na Euro em 2012.

As derrotas do Barcelona criaram dúvidas sobre a longevidade do estilo.

Moralmente, a Espanha tem dificuldade para entrar e impor seu jogo de posse de bola.

Hoje teve a sorte de sair na frente, num gol em que o catalão Xavi lançou, o brasileiro Diego Costa sofreu pênalti (para mim, foi), e o basco Alonso converteu.

Aos 42 min do primeiro tempo, Silva poderia ter feito 2 a 0, mas desperdiçou. A Holanda marcou em seguida, virou com empate de 1 a 1 e deu um show na segunda etapa.

Del Bosque tem muitas opções.

Casillas fez lambança em um gol, mas tem de ser titular.

Na zaga, os dois foram mal, porém Ramos é melhor que Piqué, que poderia sair para a entrada de Martínez.

Se estiver inteiro, Juanfran merece substituir Azpilicueta na lateral-direita.

Xavi ou Xabi deveria ir para o banco, permitindo o ingresso de Koke ou, no lugar somente do primeiro, Fàbregas.

Para as vagas de Silva e Diego Costa, estão aí Pedro e Fàbregas. Talvez venha Torres, sombra do que foi um dia.

Van Persie fez dois, como Robben, e De Vrij marcou o outro. Sneijder esteve ótimo, e surpreendeu aqueles (como eu) que não davam muito por ele, no ocaso da carreira. O lateral-esquerdo Blind foi decisivo com seus lançamentos (o Flamengo poderia procurá-lo para o posto do André Santos…).

A Espanha terá de vencer a Austrália e, mais difícil, o Chile. Acabaria, provavelmente, em segundo, pegando o primeiro colocado do grupo A, o Brasil.

Se repetir o cansaço de hoje e não superar o abatimento, nem isso conseguirá.

Parece que não se passaram quatro anos, e sim 40. Terá sido a falta da camisa roja?

Del Bosque não é burro, pelo contrário. Mas terá de ter coragem de barrar quem já deu muito pela seleção que tanto orgulha o futebol mundial.


Anulação de 2 gols legais do México enfeia Copa, mas alivia barra do Brasil
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Mário Magalhães

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Para imensa sorte do futebol e da Copa, Peralta marcou o gol da vitória de 1 a 0 do México sobre Camarões, nesta sexta-feira. Antes, seu time havia feito dois gols legais, erradamente anulados. Um escândalo.

A segunda arbitragem desastrosa em dois jogos, ambos pelo grupo A, enfeia o Mundial. Pode, porém, minimizar os possíveis danos contra o Brasil decorrentes do pênalti inexistente sobre Fred assinalado ontem nos 3 a 1 da seleção sobre a Croácia (leia aqui).

Os equívocos na Arena das Dunas indicam que não é apenas o árbitro Yuichi Nishimura que se engana, nem que só o Brasil é ostensivamente favorecido. Conforme esse raciocínio, a deficiência seria técnica, sem haver má intenção.

No etapa inicial, Giovani dos Santos marcou duas vezes, e nenhuma valeu.

Primeiro, completou lançamento de Herrera.

O bandeirinha Humberto Clavijo deu impedimento que não havia, e o juiz Wilmar Roldán atendeu ao aceno.

Depois, em cobrança de escanteio do México, Dos Santos novamente anotou, e árbitro e auxiliar colombianos anularam.

O meia estava mesmo adiantado, mas antes de chegar a ele a bola bateu num camaronês, Choupo-Moting, e não num jogador mexicano. Portanto, não existiu offside.

Bom para o esporte, o México e o Brasil, aos 12 min do segundo tempo Giovani dos Santos chutou cara a cara com o goleiro, Itandje espalmou, e Peralta decidiu a partida.

Camarões hoje é um simulacro do que já foi no passado.

México e Croácia devem pelejar mano a mano pelo segundo lugar no grupo, que dá vaga nas oitavas-de-final, atrás da seleção brasileira.

Tomara que não haja definição por saldo de gols, o que faria com que os erros de arbitragem pudessem significar vida ou morte na Copa.

E torçamos para que o nível dos árbitros melhore, para que discutamos só futebol-futebol.


Erro do árbitro desencadeia pressão que ameaça custar caro ao Brasil
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Mário Magalhães

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Ainda sobre a arbitragem do japonês Yuichi Nishimura, que deu uma mãozinha (perdão pelo cacófato), ou mãozona, ao Brasil na vitória de 3 a 1 sobre a Croácia, na abertura da 20ª Copa do Mundo, a segunda nestas terras, cuja seleção busca o hexa:

1) a cada repetição do lance em que o árbitro marcou o pênalti que rendeu o segundo gol brasileiro fica mais evidente a simulação de Fred. Um engodo vulgar, no qual até apitador de pelada não cairia;

2) é controverso o cartão amarelo que Neymar recebeu ainda no primeiro tempo, por dar uma cotovelada em Modric. A controvérsia se refere à cor do cartão, que poderia, sem provocar escândalo algum, ter sido vermelho;

3) a derradeira das polêmicas mais relevantes é sobre possível falta de Ramires na roubada de bola que resultou no terceiro gol brasileiro. Se foi falta, foi por cima, empurrando o croata, e não por baixo. Talvez tenha sido.

O lance do pênalti inventado serviu como senha a um ataque contra o que seria disposição da arbitragem para proteger o time da casa.

Eis as reações mais relevantes:

a) o técnico da Croácia, Niko Kovac, detonou e falou em ameaça de o Mundial se transformar num circo pró-Brasil;

b) Louis Van Gaal, treinador da Holanda, aproveitou pergunta sobre seu próprio time para alfinetar a arbitragem no Itaquerão;

c) a imprensa europeia deu enorme espaço ao favorecimento ao Brasil _o que sai ou deixa de sair na Argentina não influencia as esferas de poder do futebol internacional. Ler o “Olé” é bom porque nos informamos e nos divertimos ao mesmo tempo.

Estabeleceu-se, às claras, um movimento de pressão que visa, no mínimo, arbitragens equilibradas. Muito justo.

Mas que pode ter como consequência uma espécie de revanche, com os árbitros, de propósito ou não, compensando o desastre de Nishimura. Até para mostrar independência.

Fred encenou na estreia. Mais tarde, em eventual pênalti verdadeiro, os árbitros se disporão a assinalar falta dentro da área?

Juiz não pode “fazer justiça” com o passado, remendá-lo. Tem que apitar corretamente, jogada a jogada.

Neymar, caçado tantas vezes, terá pênaltis sobre ele marcados?

Além da bronca ao microfone, é provável que o lobby também se desenvolva nos bastidores.

A garfada a favor do Brasil pode custar caro mais à frente, numa partida mais relevante.


Brasil estreia melhor que a Espanha em 2010; ganhar roubado não é gostoso
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Mário Magalhães

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O ex-árbitro Sálvio Spinola insistiu na ESPN, dias atrás: na Copa no Brasil, a arbitragem seria camarada com a seleção de Felipão.

Dito e feito: um erro grave do japonês Yuichi Nishimura, que inventou um pênalti de Lovren em Fred aos 21 min do segundo tempo, foi importante para a vitória de 3 a 1 do Brasil sobre a Croácia, na abertura do 20º Mundial.

Foi Neymar, que já anotara o primeiro gol brasileiro, quem converteu o penal. Fecha o primeiro dia como artilheiro da competição.

O tento de Oscar, no finzinho, beneficiou-se do resultado de 2 a 1 até então, que obrigou o adversário a se jogar ao ataque. Se estivesse 1 a 1, o cenário poderia ser diferente.

Na Copa de 2010, a campeã Espanha estreou com derrota diante da retranca da Suíça.

Ao contrário do goleiro Felipe, do Flamengo, não acho que ganhar roubado seja mais gostoso.

Felipão, que reclamava do japonês, não tem do que protestar. Só do que agradecer.

“O juiz é nosso!”, gritaram os torcedores brasileiros.

A seleção esteve abaixo do futebol esperado pelo Consenso de Teresópolis, a ideia generalizada de que a equipe é a favorita ou uma das favoritas.

Mas soube, com méritos, superar o nervosismo inicial, o gol contra de Marcelo que abriu o placar e a lentidão que só mudou depois do intervalo.

Não calçou saltos altos.

No primeiro tempo, ficou clara a principal aposta da Croácia, que tinha muito menos posse de bola: contra-ataques, explorando em especial o vigor menor dos laterais brasileiros na marcação e, em virtude da estatura, na bola aérea.

Aos 6 min, houve a primeira investida assim, com desperdício de cabeçada depois de cruzamento pela direita do ataque.

Pela esquerda croata, aos 10 min veio o cruzamento rasteiro de Olic que acabou em Marcelo, na pequena área, tocando para dentro do seu próprio gol. 0 a 1.

Aos 28 min, outro cabeceio dos “visitantes”, em bola que Marcelo, pela altura, não logrou tirar.

A principal qualidade da seleção na etapa inicial foi não despirocar após sair atrás. Manteve a bola no pé, e Neymar, reforçando a impressão de neymardependência do Brasil, chutou de fora da área, com o pé “ruim”, o canhoto, no cantinho esquerdo oponente. 1 a 1.

A maior deficiência foi a lerdeza ao atacar, mal que se torna ainda maior diante de times bem plantados na defesa.

O Brasil venceu com a ajuda do erro de arbitragem. Depois do gol de pênalti, criou novas chances, fez um, mas a Croácia sufocou.

Jogo duro, de Copa. Jogão. Que venham mais partidas assim!

 


Fascistoides pedem ‘porrada’ em manifestante; a história já viu coisa igual
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Mário Magalhães

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Um ano depois das gigantescas manifestações de junho de 2013, agora com muito menos gente na rua, uma coisa permanece: a truculência policial. É bala de borracha, é bomba de gás, é spray, é cacetada.

Não preciso explicar pela enésima vez, porque a Polícia Militar sabe muito bem: bala de borracha cega e mata.

A poucas horas da abertura da Copa, de novo, em ação, a PM paulista. Foi a violência covarde dessa corporação, no protesto de 13 de junho do ano passado, que despertou centenas de milhares de brasileiros que ainda não haviam se unido à mobilização.

Copa do Mundo não autoriza surra em manifestante. Nada autoriza.

É possível defender a manutenção dos direitos e se entusiasmar com o futebol. Inexiste contradição entre paixão e democracia. Bem como é prerrogativa constitucional a liberdade de opinião e de manifestação.

Abaixo, segue breve e nojenta amostra da disposição de alguns fascistoides no Twitter (talvez um ou outro estivesse ironizando).

Especulo se, na década de 1930, quem hoje se expressa assim não se empenharia em outras perseguições, promovidas por um cretino de bigodinho.

* * *

Tuítes publicados nesta quinta-feira, 12 de junho de 2014

Desce porrada neles Polícia!

Mete porrada nesses filho da puta!

Já tem protesto? Porrada neles.

TORCER PELO MEU AMADO BRASIL E OS VAGABUNDOS QUE FAZEM PROTESTO LEVEM PORRADA DA POLÍCIA.

Protesto durante a ? manda descer a porrada  , sem dó, esse povinho precisa aprender a se comportar.

Protesto perto de estádio de Copa, de abertura de Copa. Tem que descer o cacete.

A PM tem que sentar o cacete em baderneiro.

DESSE O CACETE NESSES VAGABUNDOS

Os cara tão fazendo protesto ainda? Mete bala nesses fi de quenga

porra polícia, mete o pau nesses vagabundo, protesto de cu é rola

mete a vara…

Mete bala em quem ta fazendo protesto PM !!! Por favor !!!

to de saco cheio de protesto contra a copa METE BALA EM TODO MUNDO E JÁ ERA


Bicicleta de Messi no treino dá pista sobre seu estado físico; veja o lance
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Mário Magalhães

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Para mim, o maior mistério da Copa, ao menos por esses dias, é saber se Lionel Messi jogará a meia-boca, como na temporada passada pelo Barça, ou se vai recuperar a exuberância de melhor jogador a que eu assisti _praticamente não vi Pelé e, o Zico, não tenho independência afetiva para julgar.

Na reta final da Champions League retrasada, o genial argentino iniciou uma era sombria de contusões que derrubaram seu desempenho, com a contribuição da herança nefasta do ex-presidente do clube catalão, o famigerado Sandro Rosell. Incluindo um treinador boçal, senhor Martino, que chegou a isolar Messi na ponta-direita, com o propósito declarado de que a bola não passasse muito por ele.

Pululam especulações de quem pouco sabe dos mistérios do Lionel, e como o cabra é misterioso: ou Messi estaria bichado ou teria se poupado nos últimos meses para, enfim, brilhar numa Copa. Vai saber…

Nesta quarta-feira surgiu a primeira pista, para mim, do estado da Pulga. Para os amantes do futebol, e não apenas para os torcedores da Argentina, as notícias são alvissareiras.

No treino aberto no estádio Independência, diante de milhares de espectadores, Messi brincava no futetênis, como se vê clicando no quadro acima ou aqui.

Reparem que na bela bicicleta Messi solta as duas pernas com vontade (seus problemas musculares atingiram as duas), sobretudo a melhor, a esquerda, com que bate na bola.

Muito seguro. Não parece quem tem medo de se estourar de novo.

Se for isso mesmo, vale uma garrafa de malbec, o tinto com a típica uva argentina.


Estreia na Copa: perigo, teu nome é soberba, mas pode chamar de salto alto
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Mário Magalhães

Imagem: reprodução do portal Salto Alto Futebol Clube

 

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No esporte, a soberba se manifesta menos pelo engano de se superestimar e mais pela subestimação do adversário. No apogeu, pela cegueira diante do oponente. O contendor se supõe só e absoluto no ringue, sem reconhecer o antagonista. É o caminho mais arriscado para levar o nocaute.

A propósito, em futebol o pecado tem outro nome, mais apropriado, salto alto.

Pois o salto alto constitui a ameaça suprema da seleção na abertura da 20ª Copa, nesta quinta-feira. Única esquadra que participou de todas as edições do Mundial, o Brasil não pode repetir a presunção que nos liquidou outras vezes.

Em 66, com a ilusão de que o tri viria de bandeja, os bicampeões se perderam numa preparação que não passou de simulacro, e sobreveio o vexame.

Em 98, como observaria o Tostão, na véspera da final o time estampava uma tranquilidade excessiva para quem deveria estar com a faca entre os dentes. O piripaque do Ronaldo influenciou, mas acho que, mesmo com ele inteiro, teria dado Zidane.

Em 2006, o Roberto Carlos preferiu ajeitar o meião enquanto os franceses cobravam uma falta.

Nesses três episódios, a arrogância fragilizou a seleção.

Não confundir: uma coisa é confiança, condição para o triunfo. Outra é considerar que até com uma chuteira nas costas é possível sobrepujar quem não é tão bom quanto nós.

Trocar o salto por travas não resolve, mas vacina contra a morte anunciada. Soberba equivale a suicídio.

Outro perigo no Itaquerão é a ira desmedida. Contaminado pelo treinador encolerizado, Felipe Melo foi expulso e prejudicou o Brasil na eliminação de 2010. Os grandes lutadores não perdem a cabeça.

O adversário da estreia tem nome e sabe jogar bola: Croácia.

Se recusar o salto alto, o Brasil tem fartos atributos para vencer.