Blog do Mario Magalhaes

‘Só uma fatalidade nos tira o título de campeão’, diz Marin

Mário Magalhães

José Maria Marin, presidente da CBF – Foto Flávio Florido/UOL

 

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''Só uma fatalidade nos tira o título de campeão'', afirmou José Maria Marin sobre a seleção e a Copa. A declaração do presidente da CBF consta de entrevista concedida ao repórter Jorge Luiz Rodrigues e publicada nesta segunda-feira pelo jornal ''O Globo''.

Marin disse mais: ''Se ganharmos a Copa, vamos todos para o céu. Mas, se perdermos, vamos todos juntos para o inferno, porque o brasileiro não vai aceitar outro resultado''.

Ou seja, o cartola imagina que, com um eventual hexa conquistado pelos jogadores e a comissão técnica, ele conseguirá uma carona para o céu.

O ex-deputado, veterano do aparato político da ditadura pós-1964, propôs uma trégua nas greves de trabalhadores que se ampliam pelo país e que ele qualifica como políticas (em sua opinião, característica reprovável). ''Por que não esperar o fim da Copa do Mundo? Faça uma trégua, em benefício do Brasil, não da CBF ou da Fifa. Vamos dar uma imagem positiva, como um país com ordem. Vamos reivindicar, mas sem caos''.

A íntegra da entrevista pode ser lida clicando aqui.

Atendo-me exclusivamente ao aspecto desportivo das observações, é verdade que Mundiais de futebol podem ser decididos por fatalidades. No mais das vezes, o que define é treino, talento, determinação, disciplina, tudo com pitadas do imponderável.

Ao afirmar que só uma fatalidade segura a seleção, a mensagem subliminar é que o trabalho é secundário. Porém, o time hoje precisa de muito trabalho para evoluir e tentar chegar lá. Melhor será se não der pelota à bobagem pronunciada pelo chefão da CBF.

O contexto da declaração é diferente daquele em que Carlos Alberto Parreira falou ''já estamos com a mão na taça''. Ali, o coordenador técnico tentava, sem jeito, é verdade, emular o estilo motivador que marcou Zagallo na Copa de 94.

Marin pontificando sobre fatalidade nada tem a ver com o prognóstico de Felipão:  ''Estou cada dia mais convicto de que vamos ganhar a Copa do Mundo''. A custa de ralação e empenho, enfatizou o treinador.