Por que derrubaram Jango (9)
Mário Magalhães
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Na reta final do seu governo, o presidente João Goulart, que se equilibrara até então entre os segmentos mais à direita (o PSD dos grandes proprietários de terra) e à esquerda (o PTB, sob forte influência de Leonel Brizola) da sua base parlamentar, optou por um caminho mais combativo. Um dos seus propósitos era reforçar ou recuperar o apoio entre a massa de assalariados e brasileiros mais pobres.
Há 50 anos cravados, em 6 de março de 1964, a primeira página da ''Folha'' anunciava a intenção de Jango regulamentar os reajustes dos aluguéis. Em disparada, os valores dos aluguéis de imóveis contribuíam para a inflação em surto.
Uma semana depois, o que havia sido especulação e depois promessa se tornaria realidade, com o decreto dos aluguéis, que teriam de variar conforme o aumento do salário mínimo.
Uma das reformas previstas pelo governo, a urbana, pretendia diminuir o problema da falta de moradias.
Os grandes especuladores imobiliários e segmentos médios que alugavam imóveis se contrapuseram ao tabelamento.
Em 6 de março de 1964, faltavam 27 dias para o golpe de Estado que deporia o presidente constitucional João Goulart.