Por que derrubaram Jango (4)
Mário Magalhães
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''Brasil vai reconhecer China de Mao'', titulava a primeira página do ''Jornal do Brasil'' de 9 de fevereiro de 1964.
O governo Eurico Gaspar Dutra (1946-51) havia sido tão conservador que em 1949 rompera relações com a China, pois uma revolução comunista havia ocorrido no país asiático.
Em 1964, até o papa Paulo VI afirmava que não era possível ao mundo ignorar a existência da nação liderada por Mao Tsé-tung.
Ainda como vice-presidente, João Goulart a visitara em 1961. Preparava-se, como presidente da República, para o restabelecimento das relações diplomáticas.
A medida indicava uma política externa mais independente dos interesses do Departamento de Estado norte-americano.
As relações acabariam sendo retomadas na ditadura, no governo Ernesto Geisel, em 1974. A iniciativa já não motivava ou servia de pretexto para golpes de Estado.
Quando a reportagem do ''JB'' foi publicada, em 1964, faltavam 53 dias para o presidente constitucional Jango ser deposto pelos militares e seus sócios civis.