No Botafogo, muito competitivo, o jogo coletivo é a estrela
Mário Magalhães
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Na vitória de 2 a 0 sobre o San Lorenzo, campeão argentino, o Botafogo fez sua melhor exibição na Libertadores 2014, na primeira partida pela fase de grupos e terceira na competição. Jogara mal contra o Deportivo Quito, no Equador, e bem contra o mesmo adversário, no Maracanã. Também aqui no Rio, foi muito bem ontem à noite.
Como a maioria do elenco é a mesma, permanecem semelhanças com o time que encantou em seus momentos mais inspirados, no ano passado. Mas se confirmam mudanças expressivas.
Em 2013, o alvinegro tinha uma estrela inegável, Seedorf. Fatigado pelos anos, o veterano holandês foi decaindo, até pendurar as chuteiras e se transformar no técnico do Milan. Inexiste sucessor à sua altura.
Outra virtude era a busca permanente pela bola e o cultivo de sua posse, o que fazia com que torcedores rivais e até mesmo alvinegros ironizassem o ''Barcelona carioca'' montado por Oswaldo Oliveira. Como tripudiavam, só faltava o Messi.
Acabou o jogo vistoso, de encher os olhos. Ontem o Botafogo teve menos posse de bola (47% a 53%), acertou menos passes (263 a 373), driblou menos (8 a 17) e se equiparou em finalizações (9 a 10) _números Footstats, via ''O Globo''.
A despeito das estatísticas, mereceu vencer um adversário de mais qualidades que o anterior. O time atual do Botafogo, dirigido por Eduardo Húngaro, mostrou-se muito competitivo. Repleto de jogadores cascudos, alguns com várias disputas de Libertadores no currículo, batalha o tempo todo, luta em cada palmo do campo, é objetivo ao atacar. No novo Botafogo, que se impõe, a estrela é o coletivo.
Embora tenha concedido chances, o time se apresentou seguro, mesmo nos momentos de pressão argentina. Nos dois gols, soube aproveitar a marcação deficiente fora da área.
Só adivinhos sabem se irá longe ou não, mas merece a confiança da torcida que o incentivou intensamente _tomara que da próxima vez compareçam mais do que os 32 mil presentes de ontem.
Húngaro mudou o estilo botafoguense, o que até agora vem dando certo. Embora a dupla Ferreyra e Wallyson tenha marcado ontem, tenho um reparo ao treinador: no jogo passado, Elias entrou no segundo tempo e teve desempenho excelente, participando de gols. Ontem, não ficou nem no banco. A não ser que tenha ocorrido algum problema que eu ignore, fica a impressão, para os atletas, de que não adianta ir bem, porque nem com mérito o jogador se estabelece. Em vez de ser promovido, Elias acabou punido.
Atualização: na página do blog no Facebook, o Daniel Leite envia reportagem do Lancenet informando que o Elias não ficou no banco devido a ''problema intestinal''. Está explicado.