Blog do Mario Magalhaes

São Paulo, 460: há 30 anos, Campanha das Diretas arrancava na praça da Sé

Mário Magalhães

Primeira página da "Folha", 26 de janeiro de 1984

Primeira página da ''Folha'', 26 de janeiro de 1984

 

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Início do fim da ditadura houve vários, e nenhuma história sincera da República pode ignorar o protesto de três décadas atrás na praça da Sé. No dia 25 de janeiro de 1984, São Paulo completava 430 anos, uma geração de balzaquiana mais nova que o aniversário de hoje.

Nunca se soube com certeza se a multidão somou na casa da centena de milhares ou na de centenas. Havia muita gente, como documentou fotografia do Fernando Santos, na primeira página da ''Folha de S. Paulo'' do dia seguinte.

A Campanha das Diretas não começou ali, mas foi então que deslanchou o movimento de massas que varreria o país exigindo que o povo elegesse o presidente. A última eleição direta ocorrera em 1960 _a de 1965 foi cancelada pela ditadura instaurada em abril de 1964.

Eu não estive na Sé, e sim na Candelária, na tarde-noite de 10 de abril de 1984, quando estimadas _a rigor, chutadas_ 1 milhão de almas se comprimiram no comício mais grandioso a que eu assisti, e de que participei. No palco, Belchior cantarolou à capela: ''Saia do meu caminho, eu prefiro andar sozinho…''.

Candelária, Anhangabaú, praças e coretos país afora, todas as manifestações da campanha vieram na esteira da praça da Sé. A emenda das Diretas Já não passaria no Congresso, mas o regime agonizava.

O Brasil deve essa a São Paulo e aos paulistanos. Mais essa.

Tim-tim.