Dono do futebol mais vistoso, líder Botafogo merece mais de 15 mil pessoas no Maracanã
Mário Magalhães
( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )
Diante de 15 mil presentes e 11 mil pagantes, o Botafogo empatou com o Inter em 3 a 3, numa partida empolgante.
É muito pouca gente para o futebol com que o time conduzido por Oswaldo, no banco, e Seedorf, no campo, tem contemplado o público neste Campeonato Brasileiro.
Se o futebol, como o homem, é suas circunstâncias, foi mesmo de enlouquecer os alvinegros mais um gol sofrido no último suspiro, desperdiçando dois pontos. Mas o Botafogo tornou-se líder, apesar do elenco limitado e dos atrasos salariais.
Ainda que o preço do ingresso seja salgado, uns R$ 40 em média ontem, o Maracanã reedita os números modestos que celebrizaram o Engenhão, na verve maldosa dos rivais, como Vaziozão.
A torcida do Fogão, de perfil classe média, e não proletário ou lúmpen, é numerosa e poderia ir mais aos estádios.
Antes que me avacalhem, não estou equiparando a equipe carioca à catalã. No entanto, o que existe de mais próximo, aqui nestas bandas, da estética do Barça é o Botafogo.
Mais que valorizar a posse de bola, o time se destaca pela movimentação dos jogadores, confundindo os adversários. Tal e qual a equipe do Messi. O Botafogo joga bonito e é competitivo, como evidencia a liderança.
A propósito, meses atrás botafoguenses cuspiam vitupérios contra o técnico: o Oswaldo quer fazer um Barcelona tendo o Rafael Marques no lugar do Messi, desabafavam.
Pois não é que a insistência do treinador tinha méritos? O Rafael Marques está a anos-luz do Messi, mas tem qualidades que só o Oswaldo identificava, e a história provou que com razão.
Dá gosto ver o Botafogo jogar. Pode vir a perder o campeonato, pois não conta com tantos talentos como outros clubes, além de outros problemas. Mas é o time que enche os olhos dos amantes do futebol.
Em tempo: o colorado merecia lugar melhor na tabela de classificação. Tem qualidade e sobretudo disposição para chegar lá em cima.