Ou o FBI virou uma polícia de Sucupira ou suas desculpas nunca foram tão esfarrapadas. Dá para acreditar em sua última versão?
Mário Magalhães
( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )
O FBI, a Polícia Federal norte-americana comandada quase meio século pelo legendário J. Edgar Hoover, saiu-se ontem com mais uma história enrolada.
De acordo com a corporação, um agente seu matou a tiros um suspeito de participar do ataque à maratona de Boston. O atentado com explosivos tirou a vida de três pessoas, no dia 15 de abril.
O FBI alega que o suspeito, identificado como Ibragim Todashev, seria um lutador de MMA que teria partido para cima dos policiais que o interrogavam em casa.
Como o FBI teria procurado um lutador de MMA _teria de saber disso_ sem força suficiente para imobilizá-lo, em caso de reação?
Se ignorava que se tratava de um lutador, é de um vexame escandaloso.
Caso soubesse e o tivesse interrogado com efetivo limitado, também seria atitude estúpida.
Se matou um suspeito que poderia ter imobilizado, mais que estupidez, houve crime.
E se o sujeito tivesse mesmo algo a ver com atentados terroristas, sua eliminação física prejudicou a investigação sobre a covardia criminosa em Boston e outros episódios.
Difícil acreditar na versão do FBI, apresentada nesta reportagem. Cheiro de cascata no ar.
A não ser que a PF dos EUA tenha virado uma polícia de Sucupira, a cidade fictícia e bagunçada criada por Dias Gomes em “O bem amado”. Para falar a verdade, acho que nem polícia Sucupira tinha.
(P.S.: no Twitter, Roberto Pereira lembra que Sucupira tinha polícia, sim. A delegada era vivida pela grande atriz Zilka Salaberry.)