PSG-Neymar, Real Madrid-Vinicius Jr., City-Douglas: qual o melhor negócio?
Mário Magalhães
Caso o PSG pague os 222 milhões de euros da multa rescisória do Neymar com o Barcelona, qual destes três clubes terá feito o melhor negócio:
a) o Real Madrid, que desembolsou 45 milhões de euros pelo Vinicius Junior, cria do Flamengo?
b) o Manchester City, que investiu 13 milhões de euros no Douglas, revelado pelo Vasco?
c) ou o PSG?
Neymar tem 25 anos. Vinicius, 17. Douglas, 19.
O futebol, incluindo os negócios em torno dele, também é aposta.
Aqui, desconsideram-se os ganhos com publicidade e outras receitas com a imagem dos jogadores. Trato somente da relação de investimento com desempenho ou potencial em campo.
O PSG sonha conquistar a Champions ou chegar mais longe na competição. Busca o craque que destroçou o time francês nos 6 a 1 do Camp Nou.
A agremiação espanhola espera que o Vinicius Jr. se aproxime do que hoje é o Neymar. Não precisa ser ''o novo Neymar'', mas quase. Antecipou-se ao Barça na contratação.
O clube inglês comprou a preço de xepa, para os padrões europeus, um jovem meia que talvez tenha feito o Guardiola se lembrar do Xavi Hernández (não comparo o brasileiro ao gênio catalão, é evidente, mas enfatizo o fato de o Douglas ser um meia com talentos múltiplos, tanto ao defender quanto ao atacar).
O balanço só é possível depois do jogo jogado. Se o Vinicius Jr. chegar aonde muita gente presume _e torce, como eu_, é uma coisa. Se evoluir pouco, outra.
Mesmo prognósticos são temerários. Não impressões.
A contratação de maior risco é a do Vinicius. Promessa espetacular, ainda não é nem titular do Flamengo, onde permanecerá talvez até 2019. De certo modo, o Vinicius Jr. é futuro.
A de menor risco é a do Douglas. O garoto joga muita bola, como ficou claro na sua curta trajetória como titular dos profissionais vascaínos. É o que o pessoal chama de jogador moderno. Ele se vira por muitos lugares do campo. É tecnico, inteligente. O Douglas não é apenas futuro; é presente. Para ganhar rodagem, passará a próxima temporada num modesto clube espanhol.
Hoje parece insensatez supor que o Vinicius valha mais do que três Douglas. E amanhã?
E a transferência do Neymar, será que rola?
Do ponto de vista dele, menos que uma questão financeira, será uma decisão sobre suas ambições: se quer tentar ser eleito já o melhor do mundo, o PSG lhe oferece mais perspectivas do que o Barcelona, onde o Messi se mantém como protagonista.
É difícil que para o PSG, a despeito da dinheirama, o Neymar não venha a valer a pena.