De Paulo Cezar Caju para João Saldanha: ‘Quem tem que correr não é a bola?’
Mário Magalhães
Há o ranzinza autêntico e o falso ranzinza.
Um costuma ser mais desagradável do que ressaca.
O outro, ao contrário, professa a ira santa.
Paulo Cezar Lima, o Caju, pertence à segunda espécie.
Em sua coluna no ''Globo'', costuma chutar o balde contra o futebolzinho miserável tão incensado por muita gente.
Cracaço no passado, Paulo Cezar é um esteta da bola. Sem paciência com quem a maltrata.
Anteontem, escreveu uma carta para o além, endereçada ao João Saldanha.
Não perdoou: ''Saldanha, sabe como é hoje? Os jogadores não malham mais pernas, acredita? A onda, agora, é deixar os braços fortinhos para, na cobrança de lateral, conseguirem arremessar a bola dentro da grande área, kkkkkk!!!''.
Outra, no ângulo: ''Ah, João, agora, quando o jogador é substituído, a TV mostra quantos quilômetros ele percorreu, kkkkk!!! Mas quem tem que correr não é a bola???''.
O pior, poderia acrescentar o PC, é que tem técnico que escala boleiro com base na distância que ele percorre, e não no que faz com a bola.