Os cidadãos ganham quando Gilmar Mendes e Rodrigo Janot se engalfinham
Mário Magalhães
O Brasil precisa de mais entreveros como o que opõe o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Na desinteligência em curso, ficou-se sabendo _ou sabendo um pouco mais_ que a mulher de Gilmar Mendes é sócia de um escritório de advocacia que defende o empresário Eike Batista.
E que uma filha de Rodrigo Janot advoga para a empreiteira OAS.
De acordo com o ministro e o procurador, falando cada um sobre si, e não sobre o outro, inexiste conflito de interesses porque eles não agem em investigações ou julgam processos em que as parentas atuem.
Gilmar concedeu habeas corpus a Eike. Janot pede que o ministro não possa se pronunciar em causas relativas ao bilionário. Esse é o principal motivo da briga.
Janot investiga a OAS.
O procurador e o ministro podem _podem_ ter razão sobre seus impedimentos e suspeições.
Mas tomara que a turma do deixa-disso não prevaleça.
Quanto mais o confronto se intensificar, mais os cidadãos terão chance de conhecer o mundo do poder como ele realmente é.