Título se ganha em campo, não no tapetão: Flamengo campeão de 1987!
Mário Magalhães
Do ponto de vista esportivo, eis o que significa a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal de não reconhecer o título brasileiro do Flamengo em 1987: nada.
Futebol se ganha e se perde em campo.
E não no tapetão e nas tramoias da cartolagem.
Mesmo no tapetão pavoneado.
No dia 13 de dezembro de 1987, o Flamengo foi a campo no Maracanã com Zé Carlos, Jorginho, Leandro, Edinho e Leonardo; Andrade, Ailton e Zico; Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho.
Treinado por Carlinhos, um timaço capaz de encarar o Real Madrid e o Bayern de Munique de 2017.
Venceu o Inter por 1 a 0, gol do Bebeto.
E que Inter: do Taffarel no gol ao Enio Andrade no banco.
Naquela final da Copa União, os anfitriões ficaram com a bola durante 27 minutos e 53 segundos.
Os visitantes, por 25 minutos e 32 segundos.
''Flamengo é tetracampeão'', estampou na primeira página a ''Folha de S. Paulo'', sobre um foto do Zico dando a volta olímpica.
Treze de dezembro é um dia caro à história do clube: seis anos antes, na mesma data, tinha conquistado o Mundial contra o Liverpool.
Não tenho nada contra reconhecer o bravo Sport Club do Recife, vindo do chamado módulo amarelo de 1987, como também campeão daquele ano.
Combina: 1987, o ano rubro-negro.
O desatino é retirar do Flamengo, hoje hexacampeão, o triunfo obtido no gramado sagrado do velho Maracanã.