Pesadelo de Copa sem Messi ameaça se tornar realidade. Seria triste demais
Mário Magalhães
A ausência da Argentina da Copa do ano que vem não é prognóstico nem desejo do blog, mas deixou de ser elucubração de livre pensador para se tornar pesadelo. Menos pela seleção, que vem jogando um futebol pequenininho. E sim por Lionel Messi, que em 2018 completará 31 anos.
Os argentinos acabam de perder para a limitadíssima Bolívia por 2 a 0, na desigualdade perversa da altitude. Sem Messi, que horas antes do confronto em La Paz soube que havia sido suspenso por quatro partidas. O motivo foi ter xingado um bandeirinha brasileiro, na vitória sem brilho contra o Chile. Os palavrões não constavam da súmula original, noticiaram. O craque supremo, ainda assim, acabou castigado. Se insultos provocam gancho tão impiedoso, imagino que agressões a jogadores custem muito mais aos agressores. Só que não, pelo menos não sempre. E insinuavam que a Fifa armava para garantir Messi na Rússia…
Antes do revés de hoje, o time que um dia teve César Luis Menotti como técnico já demonstrava desempenho muito diferente com e sem Messi. Na falta dele, abocanhara sete pontos em sete jogos, 33% de aproveitamento. Com ele em campo, 15 pontos em seis jogos, salto para 83% (li no ''Olé''). Dois mundos. Quem tem Messi não fica fora da Copa, era a convicção no fim do ano passado. Sem ele, não dá para assegurar.
O bando treinado (sic) por Edgardo Bauza apareceu hoje desfigurado, devido aos muitos suspensos e contundidos. Mesmo antes, contudo, o coletivo não estava à altura dos talentos individuais. Incluindo Messi, que faz a diferença, mas só quis jogar de fato um tempo contra os chilenos. No outro, ficou paradão, com ares de aborrecido.
Quase tocando o céu, as coisas ficaram mais difíceis. Até Di María, o melhor dos visitantes, perdeu gol na cara do goleiro, noutro lance pisou na bola. Oxigênio escasso não é brincadeira. Arce abriu o placar para os donos da casa. Logo a Argentina perdeu Funes Mori, machucado. Marcelo Moreno, nosso velho conhecido, ampliou.
A cartolagem bandida não ajuda a seleção argentina, pelo contrário. A equipe está embolada, entre as que podem se classificar ou não _o Brasil disparou. Uma vaga na repescagem não seria tragédia.
Tragédia seria um Mundial sem Messi. Faltam quatro rodadas das Eliminatórias. O gênio só regressa na última. Está na hora de seus companheiros jogarem por ele. E por quem perde o sono ou se afoga em pesadelos ao pensar em Messi longe da Copa.