Nem a Alemanha intimida hoje o Brasil
Mário Magalhães
Uma das maiores lorotas do pachequismo sustenta que o esplêndido desempenho atual da seleção elimina as dores do 7 a 1.
Não elimina, pois as dores de 2014 serão eternas.
Mas que o futebol do time conduzido por Tite vem servindo como analgésico, isso vem.
Porque descortina um futuro esperançoso a quem só tinha o passado obscuro do Mundial, de duas Copas América, do começo humilhante nas Eliminatórias para a Rússia.
O Brasil acaba de vencer o Peru por 2 a 0, em Lima, gols de Gabriel Jesus e Renato Augusto, no segundo tempo.
Não foi fácil. A equipe ofereceu mais espaços do que recentemente. Os jogadores pareceram mais distantes uns dos outros.
Houve mérito imenso em suportar os bons momentos peruanos e decidir sem piedade.
Na nova fase, a seleção transmite confiança, a impressão de que a qualquer momento resolverá.
Nesta madrugada, a movimentação intensa se manteve, dificultando a marcação adversária.
O Brasil aparenta ter mais jogadores porque assegura superioridade numérica no meio-campo e em espaços essenciais.
Controla o jogo, tem gosto de permanecer com a bola.
O que não o impede de ser eficiente no contra-ataque.
Estamos sobrando na América do Sul.
O jogo ideal, hoje, seria contra a Alemanha campeã do mundo, que mais cedo empatou o amistoso com a Itália.
Para testar o nosso estágio de desenvolvimento.
Pode dar Alemanha.
Pode dar Brasil.
O temor natural de quem caiu de sete, contudo, não tem mais por que sobreviver.
A seleção ainda precisa crescer, e tem tudo para melhorar.
Mas se intimidar com a Alemanha ou qualquer oponente?
Não mais.