Blog do Mario Magalhaes

Messi e companheiros apoiam avós na busca por netos roubados pela ditadura

Mário Magalhães

 

Messi, Mascherano e Lavezzi, três jogadores, e Alejandro Sabella, o treinador da seleção argentina, manifestaram apoio à luta das avós que buscam até hoje os netos roubados pela ditadura que vigorou naquele país de 1976 a 1983.

No período de treinamento para a Copa, antes de embarcar para o Brasil, eles gravaram o vídeo acima, que começou a ser divulgado na internet em junho.

Para assistir, clique na imagem no alto ou aqui.

Na mensagem com 25 segundos de duração, Mascherano disse, dirigindo-se a pessoas que possam ter dúvidas sobre sua origem: ''Aproxima-te das avós''.

Messi complementou: ''Faz dez Mundiais que estamos te procurando''.

As Avós da Praça de Maio são uma organização formada por mães de militantes que foram assassinados e, na maioria dos casos, desaparecidos na ditadura.

Antes de matar as militantes grávidas sob sua custódia, agentes do Estado esperavam que elas dessem à luz.

Em vez de entregar os bebês às famílias das presas, cometiam uma perversidade: davam as crianças para integrantes do aparato repressivo e outros apoiadores do regime, mudando as identidades dos recém-nascidos e escondendo dos meninos e meninas os nomes dos seus pais e mães.

Os torturadores e assassinos se apropriavam dos filhos dos torturados e assassinados.

A ditadura genocida deixou cerca de 30 mil mortos e desaparecidos, conforme projeção de entidades de defesa dos direitos humanos.

De 1978 a 2014, mais de uma centena de casos de bebês roubados foram esclarecidos.

Do total, 97 jovens ou adultos _antigos ''niños'' sequestrados_ foram localizados com vida.

Quatro crianças foram descobertas mortas em companhia dos pais.

Onze mulheres, grávidas, foram executadas antes de terem seus filhos.

No mínimo, 190 argentinos nascidos no cativeiro ainda não foram encontrados.

Por isso ainda batalham as heroicas velhinhas da praça de Maio, cuja campanha em curso se chama ''Resolve a tua identidade agora''.

É com essas comoventes avós que Messi e seus bravos companheiros estão.

Quem disse que o futebol é o ópio do povo?

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