Blog do Mario Magalhaes

Museu do Barcelona aponta Messi como ‘o melhor jogador da história’

Mário Magalhães

blog - messi melhor do mundo

Foto feita pelo blog em janeiro de 2014 no museu do Barcelona, no Camp Nou

 

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Em janeiro deste ano dei com uma novidade no museu do Barcelona que lá não estava na visita anterior: um setor em homenagem a Lionel Messi apontando-o, em catalão, castelhano e inglês, como ''o melhor jogador da história''.

Desde que foi introduzida, no ano passado, a reverência tem merecido aplauso de muitos e rejeição de outros tantos. Ao lado de uma fotografia de Messi barbudo, visual pouco comum no argentino com cara de bom moço, comemorando gol, um texto explica o critério da celebração:

''Lionel Messi foi premiado por quatro anos consecutivos com a Bola de Ouro da Fifa, o prestigioso prêmio que reconhece anualmente o melhor jogador do mundo. Messi é o único futebolista [entre os homens] que ganhou o troféu quatro vezes, um marco que o consagra como o melhor jogador da história.''

Pode ser.

Mas nos tempos de Di Stéfano, Puskas, Pelé, Garrincha, Beckenbauer, Cruijff, Zico e Maradona não havia a Bola de Ouro, ao menos nos moldes atuais. Por isso os feitos incontestáveis de Messi em sua geração, com os quatro galardões da Fifa, não podem ser comparados às medalhas individuais de outrora.

A hegemonia de Messi no futebol contemporâneo teve outra apoteose no orgástico triunfo do Barcelona por 4 a 3 sobre o Real Madrid, na capital espanhola. A Pulga colocou Neymar três vezes na cara do gol (numa o brasileiro sofreu o pênalti que redundou em gol e na justa expulsão de Sérgio Ramos), uma vez Iniesta (gol do manchego dono de vinícola), esteve duas vezes na cara do gol, desperdiçando as chances, e… marcou três vezes, depois do passe decisivo para Iniesta abrir o placar.

Desde ontem Messi é o maior artilheiro (20 gols) em clássicos Barça versus Real Madrid, superando Di Stefano (18), embora em menos partidas (o jovem 26, o veterano 30) e numa época em que o futebol tem menos gols.

Cristiano Ronaldo? O invejoso craque português é um aprendiz no cotejo com Messi.

Com 236 gols, o argentino passou o mexicano Hugo Sánchez e já é o segundo maior artilheiro do Campeonato Espanhol em todos os tempos.

Cada cabeça uma sentença: nunca vi um jogador melhor do que Messi. Joga mais que Maradona, Zidane, Romário, Ronaldinho Gaúcho e outros gigantes a que assisti (incluindo Zico, Beckenbauer e Cruijff).

Mas não vi o Pelé jogar (muito menos Di Stéfano). Ou melhor, vi, mas de quase nada me lembro. Conheço-o por alguns videoteipes e melhores lances. As estatísticas são difíceis de comparar, inclusive porque inexistem: quantas assistências Pelé deu na vida? Ninguém sabe. E há o essencial não mensurável: quantos caminhos para o gol de um companheiro cada um abriu levando consigo um ou mais marcadores? A subjetividade não é secundária: o futebol de ontem não é igual ao de hoje. Cientificamente, não dá para cravar, embora a maioria dos amigos que viram os dois considere o Pelé melhor.

Há outros candidatos. Ao ver no museu do Camp Nou a louvação a Messi, de quem é fã, o meu caçula, de seis anos, contrariou-se: ''Só esqueceram do Zico, né, pai?''.