Blog do Mario Magalhaes

Imunda, sem segurança e abandonada, Uerj fecha as portas por uma semana
Comentários Comente

Mário Magalhães

xcxcxcxcx

No sábado, pombos se divertiam no lixo da Uerj – Foto do blog

blog - uerj reitor

 

A partir de hoje a Universidade do Estado do Rio de Janeiro interrompe as atividades acadêmicas, ao menos por uma semana. O anúncio foi feito ontem pelo reitor Ricardo Vieiralves, em comunicado reproduzido acima.

O reitor alega ''situação de insalubridade'' (imundície) e ''descontinuidade dos serviços terceirizados, que afeta a segurança das pessoas e do patrimônio'' (falta de segurança).

Tudo causado ''pela situação pública da grave crise de financiamento do Estado do Rio de Janeiro''. Isto é, o governo estadual deixou de honrar os pagamentos às empresas terceirizadas, também às que cuidam da limpeza e da segurança da Uerj.

Por atividades acadêmicas entenda-se aulas, pesquisa, extensão. Na instituição que mantém nível de excelência em muitas áreas, como letras e direito (nos últimos anos, três professores ou ex-professores da Uerj foram _ou são_ ministros do STF: Joaquim Barbosa, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux).

A Uerj é pioneira no bem-sucedido sistema de cotas.

É patrimônio público de enorme valor para o ensino e a ciência.

Na pindaíba, o governo suspendeu pagamentos. Mas poderia ter preservado os essenciais à educação.

Não é a primeira demonstração de descaso com a Uerj, como demonstram os recorrentes atrasos nas bolsas de pesquisa.

Na sexta-feira, o lixo se acumulava no campus ao lado do Maracanã, como mostrou o blog.

No sábado, pombos já faziam a farra (foto no alto).

Talvez já tenha chegado a vez dos urubus.

Talvez, não: como urubuzam a Uerj e a educação no Rio de Janeiro!

Enquanto isso, o governador Luiz Fernando Pezão dizia ontem que são ''fofocas'' as comprovadas e reconhecidas agressões do seu correligionário (PMDB) Pedro Paulo à ex-mulher.

A educação anda mesmo mal.

( O blog está no Facebook e no Twitter )


No dia dos seus 90 anos, morre a líder guerrilheira Zilda Xavier Pereira
Comentários Comente

Mário Magalhães

blog - zilda, iara e arnaldo

Iara, Arnaldinho e Zilda, no exílio

 

Uma das mais importantes militantes da luta armada contra a ditadura, Zilda Xavier Pereira morreu hoje em Brasília. Ela integrou o comando da Ação Libertadora Nacional, maior organização guerrilheira do país. Seus filhos Iuri e Alex Xavier Pereira, também guerrilheiros, foram assassinados por agentes da ditadura. Zilda foi companheira de militância e de amor do revolucionário Carlos Marighella.

Filha de pai ferroviário e mãe dona de casa de origem camponesa, Zilda Paula Xavier Pereira nasceu no Recife em 22 de novembro de 1925.

Na manhã deste domingo, 22 de novembro de 2015, Zilda se foi pouco depois das oito da manhã. No dia cravado em que completava 90 anos.

E que 90 anos.

Em maio de 1945, recém-chegada ao Rio, Zilda incorporou-se ao Partido Comunista.

O PCB foi declarado ilegal em maio de 1947, e ela adotou o nome de guerra Zélia, reverência à sua camarada Zélia Magalhães, assassinada a bala por policiais em outro maio, do ano anterior, quando participava de um protesto no largo da Carioca.

Zilda foi uma das dirigentes da Liga Feminina da Guanabara, de incontáveis batalhas, até a associação ser banida pelo golpe de Estado de 1964.

Na casa dela, Carlos Marighella se reuniu com sargentos antes do encontro deles com o presidente João Goulart, em 30 de março daquele ano.

Em 1967, Zilda, o ex-marido e os filhos acompanharam Marighella na ruptura com o PCB.

A família foi pioneira da Ação Libertadora Nacional. No Rio, a ALN se estruturou em torno dos Xavier Pereira.

Eram guerrilheiros, empenhados nas ações armadas e na logística da ALN, Zilda, seu ex-marido, João Batista, e os filhos Iuri, Alex e Iara. Todos Xavier Pereira.

Com quem estavam os guerrilheiros Marighella e Virgílio Gomes da Silva quando compraram um Fusca para usar no assalto ao carro pagador do Instituto de Previdência do Estado da Guanabara? Com Zilda, cuja identidade na ALN era Carmem. Marighella foi visto na ação, em novembro de 1968, e acabou na capa da ''Veja''.

Depois de abril de 1964, é possível que ninguém tenha passado tanto tempo com Marighella quanto Zilda. O último ''aparelho'' dos dois, no bairro carioca de Todos os Santos, jamais foi descoberto pelos beleguins da ditadura. Quem zelava pela segurança de Marighella na clandestinidade? Zilda.

O clip dos Racionais sobre Marighella, ''Mil faces de um homem leal'', veicula declarações dele em conversa com uma moça. A voz é da então adolescente Iara. Onde ocorreu a gravação? No ''aparelho'' montado por Zilda.

Como essa fita sobreviveu? Porque Zilda a levou para o estrangeiro, onde a gravação foi anexada ao arquivo do célebre comunista Astrogildo Pereira.

Das pessoas que eu conheci, poucas tiveram perdas como Zilda.

Ela perdeu Marighella em 4 de novembro de 1969, quando o guerrilheiro que incendiou o mundo foi fuzilado em São Paulo _Zilda estava no exterior.

Zilda parte no aniversário dos 90. Sua saúde tinha se agravado 18 dias atrás, em 4 de novembro, quando foi vítima de paradas cardíaca e respiratória. Justo nos 46 anos da morte de Marighella.

No finzinho de janeiro de 1970, prenderam Zilda no Rio. Torturaram-na à exaustão, e nenhuma informação lhe arrancaram _a leitura do seu depoimento no Exército emociona até almas brutas. No futuro, ela diria que guardou seus segredos para honrar a memória de Marighella: ''Eu via o Marighella na minha frente. Pensava: 'Carlos Marighella não é homem para ser traído, eu jamais trairei Carlos Marighella'.''

As dores nos joelhos, decorrentes do pau-de-arara, infernizaram-lhe até o fim da vida. Com ajuda de companheiros e amigos, Zilda escapou do hospital em que a haviam internado, depois da simulação de surto de insanidade. Era 1º de maio de 1970, e ela só regressaria do exílio em 1979.

Quando Zilda estava fora do Brasil, esbirros da ditadura mataram seu filho Alex, 22.

Em seguida, Iuri, 23.

Não demorou, e foi a vez do companheiro de Iara, que estava grávida, o guerrilheiro Arnaldo Cardoso Rocha, 23.

Arnaldo não teve tempo de conhecer o filho, Arnaldinho. Já rapaz, o neto de Zilda morreu num acidente de carro.

Zilda sobreviveu às dores. Nunca mais pertenceu a partido algum. ''Minhas organizações foram duas, o PCB e a ALN'', costumava me dizer.

Como escrevi em livro, se informação equivale a poder, Zilda foi um dos três dirigentes mais poderosos da ALN, junto com Marighella e o jornalista Joaquim Câmara Ferreira.

A vida vai passar, não sei se chegarei aos 90 anos da Zilda. Mas sei que não esquecerei a generosidade dela. Não me conhecia, mas me recebeu de braços abertos para contar sua história e as histórias de tanta gente. Em troca de nada, sem nem ao menos perguntar o que eu pensava dela, de suas ideias e de suas devoções. Minha gratidão eterna, Zilda.

Não é preciso concordar com Zilda ou discordar dela para admirar a dignidade com que foi à luta. De família pobre, estudou até o equivalente hoje ao quinto ano do ensino fundamental. Compensou a escassa formação com suas virtudes de inteligência, intuição e destemor.

Comovido com a coragem da mãe na cadeia, Iuri lhe remeteu uma carta: ''Não nos dizemos adeus porque em verdade, estando integrados em uma luta assim, por mais distantes que estivermos, estaremos ombro a ombro sempre. E aconteça o que acontecer, todo ato que um realize será também a ação do outro. […] Um beijo do companheiro-filho (filho-companheiro) à companheira-mãe (mãe-companheira)''.

P.S.: o velório de Zilda Xavier Pereira começará às 13h30 desta segunda-feira, na capela 5 do cemitério Campo da Esperança, em Brasília. O sepultamento está marcado para as 15h.

( O blog está no Facebook e no Twitter )


Lixo acumula na Uerj
Comentários Comente

Mário Magalhães

blog - lixo uerj

 

A imagem acima é do começo da tarde da sexta-feira, no campus da Uerj vizinho ao Maracanã.

Uma pessoa que presta serviços à universidade explicou: a limpeza é terceirizada, o Estado atrasou pagamento, e o ritmo de recolhimento do lixo diminuiu. Também haveria atraso com empresa responsável pela segurança do local.

Na manhã deste sábado, um temporal desaba aqui no Rio. Notícia ruim, ao menos para lixo a céu aberto.

( O blog está no Facebook e no Twitter )


Baixo-astral carioca
Comentários Comente

Mário Magalhães

Tá difícil, né, amigão? – Foto do genial Antônio Gaudério

 

No começo da tarde de ontem uma pane numa escada rolante provocou a queda de pessoas, caídas umas sobre as outras, na estação Siqueira Campos do metrô. Ao menos três mulheres se feriram e foram encaminhadas a hospitais do bairro, Copacabana, e à UPA. As indigentes escadas rolantes do metrô, serviço incluído na tarifa salgada como pipoca de criança, envergonham o transporte público carioca. Há outras vergonhas, da alma. Ao verem muita gente machucada no chão, urubus não ofereceram a mão para ajudar ou a boca para chamar socorro. Contentaram-se em sacar seus celulares para tirar fotos. Ninguém ajudou.

Pouco mais tarde, o governo do Estado anunciou a interrupção do pagamento a fornecedores. Sustenta que a medida é imprescindível para honrar o 13º dos servidores. Como consequência, em dezembro escolas estaduais servirão aos alunos merenda de biscoito e refresco, em vez da alimentação mais robusta tradicional. Bolsistas da Uerj não viram a cor do dinheiro que já deveria ter saído. Quem paga, previsível como a próxima pichação na estátua do Drummond, são os mais fracos.

À noite, o ''Jornal Nacional'' veiculou a conclusão do Ministério Público sobre a morte de Eduardo de Jesus, filho de Maria e José, às vésperas da Páscoa. O menino de dez anos foi alvejado na cabeça, no complexo do Alemão, com um tiro de fuzil disparado por PM. Dias atrás, a Polícia Civil recusou-se a indiciar o policial militar. Relatou que ele reagiu a disparos de traficantes drogas. Ainda que houvesse tiroteio, a criança estava a cinco metros do PM. Ele poderia ter se protegido, sem tirar a vida alheia. O promotor informou que a primeira perícia no local não encontrou componente de munição de pistolas, com as quais os traficantes alegadamente teriam atirado. Portanto, como testemunharam outros PMs e a mãe Maria, o tiroteio inexistiu. Com a versão fantasia, ninguém paga pela morte do menino Jesus.

Também ontem, no Lins, um garoto de 11 anos e um de 17 foram vítimas das mal denominadas balas perdidas. PMs de uma UPP trocaram tiros com traficantes, e sobrou para os dois jovens. Por sorte, não foram feridos com gravidade.

Anteontem à noite, um ciclista foi atacado no parque do Flamengo. Para lhe roubar a bicicleta, esfaquearam-no nas costas e o chutaram. Um dos ladrões gritava ''vamos matar, vamos matar!''. O incidente ocorreu na altura do hotel Glória, aquele que o Eike Batista disse que reformaria para reviver seus grandes dias e até hoje está fechado.

No domingo, em Ipanema, foi pior. Lincharam um vendedor de gelo com golpes de barra de ferro, pontapés, socos e pedradas. Linchadores disseram ter agido em legítima defesa, papo desmoralizado pelo vídeo que documentou a covardia criminosa. Uma pessoa contou que o problema foi uma cantada em mulher. Isto é, o vendedor de gelo Fabiano Machado da Silva teria sido morto porque apostou na mulher errada.

Não é apenas a crônica policial que deprime a cidade. O secretário municipal Pedro Paulo, candidato do prefeito Eduardo Paes à sucessão, foi denunciado como agressor da ex-mulher. Primeiro, ele enrolou ou negou, a depender da interpretação. Em seguida, reconheceu, mas jurou que acontecera somente um episódio. Nova inverdade: boletim registrara outra agressão. Tudo muito grave e, a rigor, caso de polícia. O que mais tem impressionado, contudo, são as declarações de políticos e personalidades dizendo tudo bem, faz parte, ninguém tem nada com isso.

Comparado ao sofrimento em Paris, Beirute e Mariana, tudo isso pode ser menor. Mas não se sofre por estatística. Ninguém transfere dor, angústia e tristeza.

Um monte de coisa boa segue rolando no Rio.

Só que dessa vez as nuvens carregadas estacionaram e teimam em não partir.

( O blog está no Facebook e no Twitter )


Merece confiança o técnico, Dunga, que deixou Douglas Costa no banco na 6ª?
Comentários Comente

Mário Magalhães

blog - douglas costa

Douglas Costa, depois de abrir o placar contra o Peru – Foto Antonio Lacerda/EFE

 

Como se viu, o Douglas Costa pintou e bordou na Fonte Nova, na vitória da noite de ontem sobre o Peru. Fez o primeiro gol, deu o passe para o segundo (Renato Augusto) e foi o autor do chute defendido pelo goleiro que rendeu o rebote para o terceiro (Filipe Luís). Infernizou a defesa, atacando pela ponta-esquerda, no primeiro tempo, e pela direita, no segundo.

Como dito e repetido aqui, não havia, e não há, como o Brasil não se classificar para a Copa da Rússia. E, também observado, o canhoto Douglas Costa pode atacar pelos dois flancos. Nos 3 a 0, ele e William, outro com bela exibição, se revezaram pelos extremos, com Neymar pelo centro do ataque.

Não é novidade o futebol que o gaúcho está jogando, ao menos para quem acompanha o Bayern de Munique. Os companheiros de clube adoram o Douglas, porque com ele o egoísmo natural em atacantes é menor do que com Robben e Ribéry. Não se trata de compará-lo aos dois cracaços, mas de enfatizar que, depois de driblar, ele não necessariamente arremata, como o holandês e o francês: levanta a cabeça em busca de alguém mais bem colocado. E aí o Lewandowski, o Müller e companhia se consagram.

Será que o Dunga assiste à Budesliga, ao menos ao escrete do Guardiola? Na sexta-feira, ele deixou o Douglas no banco contra a Argentina. Inacreditavelmente. Os argentinos celebraram nas redes sociais, ridicularizando o treineiro oponente. Depois de uma primeira etapa medonha em Buenos Aires, o Douglas entrou e logo participou do gol que definiu o 1 a 1.

À exceção do Neymar, nenhum brazuca tem encantado a Europa como o Douglas Costa. O que ele fez ontem, atuando desde o início, não é novidade. Ah, foi contra o Peru, podem dizer. E contra os ferrolhos na Alemanha?

A resistência do Dunga em relação a ele parece trair ressentimento contra boleiros muito técnicos e de muito sucesso. Mal regressara à seleção, ele engrossou com o Neymar. No Monumental de Núñez, condenar o Douglas Costa à reserva sugeriu uma mensagem tipo dane-se o que pensa o Guardiola, aqui mando eu, o teu lugar é no banco. Posso estar errado, porém essa é a impressão.

Foi um vexame a decisão de barrar o Douglas Costa na sexta.

Sobre o time de ontem, dá pinta de ser o que se tem de melhor, sem contar o Thiago Silva, infelizmente banido. Se é o melhor, então temos o seguinte: uma defesa muito boa, com três estrelas de agremiações europeias. Um ataque de excelência, dos melhores do mundo, com Willian, Neymar e Douglas Costa. E um meio-campo…

Ali está nossa maior fragilidade. Luiz Gustavo, Elias e Renato Augusto são bons jogadores, mas estão aquém do padrão ostentado por concorrentes como Alemanha, Espanha, Chile, Croácia e outros. Os limites do trio _e de quem é opção_ exigem mais colaboração ainda de Douglas e Willian na marcação, e a defesa mais colada no meio, diminuindo espaços para infiltrações adversárias.

O maior problema do Brasil hoje é o Dunga. O técnico que em novembro de 2015 deixou o Douglas Costa no banco merece confiança?

( O blog está no Facebook e no Twitter )


Desigualdade
Comentários Comente

Mário Magalhães

dvdvdvdv

Por Adão Iturrusgarai, na ''Folha'' desta terça-feira


Meu novo livro contará a vida de Carlos Lacerda de 1964 até a morte em 1977
Comentários Comente

Mário Magalhães

"Ilustrada", 14.nov.2015

''Ilustrada'', 14.nov.2015

 

Amigos, compartilho boa nova: Carlos Lacerda, brasileiro que despertou amores e ódios perenes, é o protagonista do meu novo livro. Não se trata de uma biografia, ao menos não de vida inteira, e sim de reconstituição dos últimos 13 anos de Lacerda, de 1964 a 1977. O livro sairá no final de 2016 pela Companhia das Letras, mesma editora de ''Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo''.

A história começa com a participação de Carlos Frederico Werneck de Lacerda no golpe de Estado de 1964, do qual foi o grande arauto. E acompanha sua passagem para a oposição à ditadura, o pacto da Frente Ampla com os velhos inimigos João Goulart e Juscelino Kubitschek, a prisão, a cassação dos direitos políticos, a voz reprimida até sua morte, em 1977.

Escrever sobre Lacerda é desejo antigo, mas eu me impunha uma condição: haver novidades para publicar. Há mais de 15 anos coleciono informações e papéis sobre meu novo personagem, porém ainda não eram suficientes. O cenário mudou, com o acesso a milhares de páginas de documentos, sigilosos na origem, produzidos por governos e agências do Brasil e do exterior. Todos sobre Carlos Lacerda e figuras vinculadas a ele.

Episódios anteriores, em que o mais talentoso orador da República teve atuação decisiva, como na campanha contra Getulio Vargas em 1954, serão narrados em flashback. O mergulho no passado também vem rendendo descobertas.

Ainda hoje Lacerda estimula paixões, contra e a favor. Meu propósito, como na biografia ''Marighella'', não será escrever um editorial, decretando sentenças, mas contar escrupulosamente a trajetória de Carlos Lacerda. E contribuir para que cada leitor possa formar seu próprio juízo.

A primeira informação sobre o projeto foi veiculada sábado, na ''Folha de S. Paulo'', pelo repórter e colunista Maurício Meireles (reprodução acima).

De vez em quando, aqui no blog, darei notícias do livro.

Para quem gosta de história e histórias, Carlos Lacerda é um personagem dos sonhos.

( O blog está no Facebook e no Twitter )


Como?
Comentários Comente

Mário Magalhães

ziziziziz

Por Angeli, na ''Folha'', 15.nov.2015

 

31 de outubro: um avião da empresa russa Metrojet cai no Sinai, e as 224 pessoas a bordo morrem.

12 de novembro, quinta-feira: explosões matam ao menos 41 pessoas em Beirute.

13 de novembro, sexta-feira: explosões e tiros provocam a morte de no mínimo 129 pessoas em Paris.

O morticínio concentrado em duas semanas foi reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico.

Das muitas perguntas necessárias sobre tais atos de barbárie, uma é condição para resposta que ajude a evitar ou diminuir os estragos inomináveis de autoria do grupo jihadista: como?

Como o Estado Islâmico logrou crescer, financiar-se, tonificar-se, conquistar territórios, seduzir mundo afora jovens desesperançados, driblar os serviços de espionagem mais espertos, levar a lugares distantes suas ações.

Como?

A resposta honesta indicará que, se for reeditada a política intervencionista que alcançou seu auge no massacre perpetrado pelos Estados Unidos no Iraque, matando mais ou muito mais de cem mil civis, sob alegação falsa relativa a armas químicas, o dito Estado Islâmico pode até ser derrotado, e tomara que seja.

Mas outros, alimentados por ódio e ressentimento, surgirão em seu lugar para espraiar selvageria e covardia.

Como?

( O blog está no Facebook e no Twitter )